sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Profundamente Minha: Capítulo 5 — Tensões, ações e reações

Boa leitura =) 
“Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor. Duvida até da verdade, mas confie no meu amor”.
— William Shakespeare

Tenho a impressão de que a cama está mais fria do que de costume. Instintivamente tateio o colchão para encontrar o vazio. Afundo meu rosto no travesseiro e solto um gemido grave de frustração. Os próximos dois dias serão uma merda assim como hoje. Quando Eva não está por perto, nada fica bem para mim. Normalmente acordo primeiro que ela, mas ontem fomos dormir tarde e o remédio também ajudou a pesar o sono.
Me levanto sem a menor vontade de encarar o mundo e me direciono ao banheiro. Abro a ducha e começo a tirar a roupa lentamente enquanto espero a água esquentar. Impossível não pensar na noite de ontem. Eva teve um pesadelo horrível com Nathan. Estava tão assustada, tão indefesa e se sentia suja. Ela precisava provar para si mesma que nada havia mudado, precisava que eu provasse que nada havia mudado.
Entro no chuveiro e a água quente cai em cascatas pelo meu corpo, relaxando os músculos, molhando meu rosto e meus cabelos. Fecho os olhos e começo a repassar o que aconteceu após o pesadelo.

FLASHBACK
Entrei na ducha e comecei lavando seus cabelos sedosos. Em seguida ensaboei seu corpo curvilíneo sem deixar nada passar. Ela se arqueou na direção dos meus dedos, que massageavam cada pedaço de sua pele.
“Vou cair”, ela gemeu com a voz carregada de prazer.
“Eu pego você, meu anjo. Nunca vou deixar você cair”, murmurei.
Eu me abaixei para ensaboar suas panturrilhas e, por mais que eu estivesse salivando de vontade de cair de boca naquela bocetinha gostosa, eu tinha que me controlar. Não era a hora. Ela se virou de frente para mim e agarrou meu queixo, fazendo com que eu olhasse para cima. As feições que deixavam seu rosto com uma expressão torturada desapareceram.
“Você faz tão bem pra mim, Gideon”, ela disse num tom de voz suave. “Não sei como pude me esquecer disso. Mesmo que só por um instante”.
Respirei fundo e expirei o ar com força. A missão da minha vida é essa: fazê-la feliz. Me senti culpado porque Eva estava de certa forma, se desculpando por algo que, de fato, ela não precisava se desculpar. Afinal, ela não sabia o que tinha acontecido no escritório e eu não me mostrei disposto a esclarecê-la. Eu sabia que ela estava lutando entre acreditar em mim e acreditar nas supostas evidências que a levaram a pensar que eu havia lhe traído.
Fui me levantando com as mãos subindo pelas suas coxas até estar totalmente de pé. Beijei sua boca bem de leve.
“Sei que um monte de merda aconteceu hoje. Porra... esta semana toda. Pra mim também não está sendo nada fácil”. Eu só queria sumir com Eva, para bem longe.
Ela resmungou um “eu sei” e me abraçou, se entregando mais uma vez. O contato com sua pele quente e úmida me fez ficar duro de desejo e minha situação só piorou quando ela se aninhou a mim.
 “Eva...” eu disse rouco e limpei a garganta em seguida. “Me deixe terminar, meu anjo”.
Diminuindo ainda mais o espaço entre nós, ela mordeu meu mamilo e agarrou minha bunda com ambas as mãos, fazendo minha mente entrar em parafuso. “Por que você não começa em vez de terminar?”
“Não era isso que eu tinha em mente”, sussurrei.
Eu sabia que se continuássemos assim as coisas iriam se encaminhar para o sexo, mas eu não podia me aproveitar da fragilidade de Eva assim. Ela poderia me repelir. Nada doeria mais do que tê-la longe de mim.
“Bom... É só rever o planejamento, garotão...” disse em tom provocante.
Pus as mãos em torno do seu pescoço, com os polegares sob seu queixo para puxar seu rosto para cima. Olhei diretamente em seus olhos. Eu precisava fazê-la entender que não havia chance de eu tocá-la intimamente naquele momento. E o que ela fez? Me contrariou, me desobedeceu. Típico. Sua mãozinha safada agarrou meu pau e instintivamente meus quadris começaram a se remexer. O toque dela é mortal para mim.
“Eva...”, adverti.
 “Seria um desperdício não aproveitar isto aqui”, sua mão fazia um movimento de vai e vem que estava me deixando louco.
“Não posso pisar na bola com você”, eu disse olhando fixamente me seus olhos. “Se algum dia você rejeitar meu toque, nem sei o que serei capaz de fazer”.
“Gideon, por favor...”.
“Sou eu que vou dizer quando chegar a hora”. Usei meu tom autoritário. Ela me largou imediatamente.
Eu me afastei, agarrei meu pau e comecei a me massagear. Eva olhava para mim, completamente hipnotizada, sua respiração ficando descompassada, sua boca formando um “O” perfeito.
 “Está vendo alguma coisa de que você gosta?”
Eu estava morrendo de tesão. Era impossível não estar. Eva me prendia de uma forma única e especial. A visão de seu corpo nu, molhado e avermelhado pelo vapor da água só me excitava mais. Acariciei lentamente meus lábios com a língua e permaneci com meus olhos cravados nela. Eu a via como uma refeição, uma refeição apetitosa, a melhor de todas. Tão rara e minha, só minha. Eva sabia naquele momento que, se estivéssemos em um contexto diferente, eu teria acabo com ela tamanha ferocidade da minha excitação. Mantendo minhas pernas afastadas, eu remexia meus quadris enquanto acariciava meu pau de forma lenta e ritmada.
“Nossa”, sussurrou Eva. “Você é muito gostoso”.
Eu estava usando de todas as armas que dispunha para seduzi-la, não que fosse preciso. Mas eu queria que ela se sentisse do mesmo jeito que se sentiria se estivéssemos nos tocando. Deslizei a mão livre pelo meu abdome e apertei meu peitoral. “Você consegue gozar só de olhar pra mim?”
E então ela percebeu o que eu estava fazendo. Mesmo que naquele momento fosse fatal tocá-la, eu queria que ela sentisse prazer tocando a si mesma. Seus olhos brilharam de emoção.
“Eu te amo, Gideon”, sussurrou.
Meus olhos se fecharam. Meu corpo inteiro estremeceu ante aquela declaração. Era sempre a mesma reação. Por mais que eu não consiga traduzir em palavras meu sentimento, que é muito mais do que amor, e por mais que eu pense que “eu te amo” é uma frase banal, ouvir isso dos lábios de Eva é a melhor coisa do mundo. Eu sinto seu amor. Sei que seu coração bate só por mim. Mesmo com todas as barreiras, ele está ali, em cada gesto, em cada toque, em cada entrega.
Abri meus olhos novamente. Estava determinado a fazê-la gozar, determinado a fazê-la sentir o meu amor da única maneira que eu sei.
Apertei a cabeça do meu pau com uma mão, imaginando a boca de Eva ali, me sugando, e senti um prazer indescritível. Passei o polegar por um dos meus mamilos duas vezes e soltei um gemido rouco. Eu estava completamente deliciado por vê-la me assistindo, por ver suas reações. Ela espremia as coxas uma na outra e não tirava seus olhos famintos de mim. O vapor da água nos rodeava, a temperatura, que estava cada vez mais alta contrastando com a parede fria em minhas costas, a distância entre nós, tudo tornava a cena ainda mais erótica.
Eva não resistiu e agarrou seus seios fartos com as mãos em copas e os apertou com força.
“Isso, meu anjo. Mostra como você faz”, incentivei. Aquela imagem me remeteu ao primeiro sonho que tive com ela, quando apertara os mamilos e se deleitava com um prazer inenarrável.
A princípio ela ficou um pouco relutante e desviou o olhar. Eu não iria permitir aquilo, óbvio. Tenho acesso liberado a todo o seu corpo. Posso tomá-la como quiser, sem pudores. E eu queria vê-la se dando prazer. Eu queria que nós chegássemos ao ápice juntos.
“Olhe para mim, Eva”, ordenei.
Minha mão continuava acariciando meu pau enquanto a outra rumava para minhas bolas, agarrando-as. Eu tinha que mostrar a ela que não precisava se envergonhar. Aquela situação era muito íntima, muito pessoal, muito nossa. Eva precisava daquilo tanto quanto eu. Ela tinha que enxergar isso.
“Não quero gozar sozinho. Você precisa me acompanhar”, continuei.
Ela me olhou dentro dos olhos com determinação e começou a se tocar. Suas mãos percorriam seu corpo com delicadeza e sensualidade. Eva estava atenta a cada movimento meu, a cada respiração, a cada reação que me causava quando fazia algo. Nosso prazer se refletia no outro. Estávamos nos expondo de uma forma que nunca havíamos feito antes. Não havia barreiras entre nós. Nada de afundar meu rosto em seu pescoço enquanto a estocava com força (embora isso fosse igualmente prazeroso), nada de fechar os olhos, nada de travesseiros ou lençóis. Éramos nós, só nós, como espelho do outro, como a vontade do outro, como o desejo realizado do outro.
Com a voz extremamente rouca, comecei a dizer a ela o que fazer, eu queria dominá-la de alguma forma. Eu precisava. Nós precisávamos.
“Aperte seus peitos, meu anjo... Ponha a mão lá embaixo... está molhadinha? Enfie os dedos... Viu como você é apertadinha? Uma bocetinha gostosa e macia, um paraíso para o meu pau... Você é uma delícia... Um tesão. Meu pau está doendo de tão duro. Olha o que você está fazendo comigo... Vou gozar muito...”
“Gideon”, ela sussurrou, massageando seu clitóris com os dedos em movimentos circulares, remexendo os quadris sem parar.
“Vou gozar com você”, gemi, masturbando violentamente meu pau, perseguindo o orgasmo.
Eva deu um grito e suas pernas amoleceram, obrigando-a a apoiar-se no vidro do box. Imediatamente me coloquei ao lado dela e segurei firmemente seus quadris enquanto o orgasmo tomava conta de seu corpo. Vê-la gozar foi dolorosamente excitante. Grunhi seu nome quando o primeiro jato quente e grosso de sêmen tocou sua barriga.
“Ai, caralho”, soltei. Era uma sensação única, forte, intensa...
Inclinei-me sobre ela e cravei os dentes entre seu ombro e seu pescoço, sem provocar nenhuma dor, mas explicitando todo o meu prazer. Gemi incessantemente e gozei, gozei muito, lançando jorros sucessivos contra a barriga de Eva.
Minha respiração estava descompassada. A dela também. Esperamos um pouco para nos acalmarmos e, em seguida, tomamos outro banho. Ela estava além de exausta e seu corpo completamente mole. Desliguei o chuveiro, abri o box, sai com Eva, segurando-a delicada porém firmemente pelo braço, peguei uma toalha em cima da bancada e  comecei a secá-la. Coloquei-a sentada na banheira enquanto me secava rapidamente. Pendurei a toalha no gancho perto da bancada, peguei Eva no colo e nos dirigi para a cama. Eu a deitei primeiro e a cobri. Em segundos ela já estava dormindo. Vesti uma calça de moletom e fui até a cozinha com a cartela do remédio em mãos. Eva não precisava de outro acidente. Eu queria lhe passar proteção, cuidado e carinho. Engoli o comprimido com a água e voltei para o quarto. No minuto seguinte eu já estava deitado com os braços em volta dela. Eu a aninhei contra meu peito e ela resmungou baixinho, mas não acordou. Respirei fundo o aroma de seus cabelos e os acariciei levemente com os dedos. Minhas pálpebras pesaram finalmente, e eu derivei para um sono tranquilo.
FIM DO FLASHBACK

Sorrio com a lembrança. Foi uma experiência incrível tê-la daquela forma. Desligo o chuveiro, pego a toalha que pendurei na maçaneta do box me enxugo e saio do banheiro. Em minutos me visto com um Salvatore Ferragamo preto de três peças, gravata de seda cinza claro, camisa de linho branca e sapatos Oxford.
Por mais que eu tente encher minha cabeça com nossos momentos mais íntimos e gostosos (ou seja, todos), a sensação de vazio não me abandona. Eva é minha maior alegria, meu motivo de acordar todas as manhãs, de respirar. De viver. A ideia de não tê-la por perto me apavora. Ainda mais sabendo que Nathan Barker está por aí. E o que me deixa mais preocupado é o fato de ele estar quieto demais. Sua postura em minha sala deixava claro que ele não iria desistir.
Pego minha maleta e meu celular e me dirijo para a sala. Eva está belíssima, com seu vestido azul claro colado ao corpo, saltos nude e cabelos presos em um coque bem elaborado. Com certeza uma obra de Cary. Ela parece mais refeita da noite anterior, mas o clima de tensão da noite passada ainda está por aqui, ainda que bem discretamente. Dou um beijo casto em seus lábios e vou para a cozinha preparar meu café.
/***/
O trajeto até o trabalho foi silencioso. Eu não estava em meu melhor humor. Minha cabeça estava tão cheia, tão sobrecarregada que não consegui dizer nada. Eva também não se pronunciou, embora tenhamos ficado de mãos dadas, cada um estava introspectivo, imersos em seus próprios pensamentos.
O dia no escritório foi mais corrido ainda. Emendei um trabalho no outro, entre ligações, contratos e relatórios, além de me manter a par do andamento do resort no Arizona, e fazer as verificações de segurança com Ben. Desta vez tivemos que ser mais minuciosos, como todas as vezes quando viajo, então a reunião se estendeu um pouco.
“E o Barker?” perguntei a Ben.
“Senhor Cross, a vigilância está sendo feita conforme combinamos e está tudo bem. O senhor Barker está hospedado no hotel Walter Springs*, quarto 20, segundo andar”.
Ótimo, ele está onde eu posso vê-lo. O prédio que abriga esse pequeno hotel me pertence.
“Certo. O que mais?”
“Ele está pagando as diárias com dinheiro, quase não sai do hotel. Desde que começamos a segui-lo, os únicos lugares que frequentou foram uma cervejaria, uma padaria e o prédio comercial do senhor Richard Stanton”.
 “Fale mais sobre a visita a Stanton”, franzo o cenho intrigado.
“Ele permaneceu lá por cerca de meia hora e saiu. Estava munido de um envelope pardo, como o que ele trouxe para o senhor”.
Isso não é bom.
“Tudo certo, Ben. Continuei vigiando e me mantendo informado”.
“Claro, senhor. Mais alguma coisa?”
“Não, pode ir”.
Às seis da tarde eu ainda estava abarrotado de trabalho. Tive que fazer um esforço monumental para me concentrar durante o dia. A informação de Ben não sai da minha cabeça. Merda! Esse filho da puta está aprontando alguma.
Pedi a Angus que levasse Eva para casa, o que, para variar, ela tornou impossível, por ter recusado. Com certeza estava incomodada por causa da carona que ele deu a Corinne. Quando Eva está chateada acaba se comportando de forma infantil. Não me preocupei tanto, pois a equipe de segurança está na cola dela. Me passaram um relatório completo. Ela esteve no Central Park, bem em frente à minha casa. O que será que ela estava fazendo lá?
Terminei tudo as sete e já entrava no Bentley quando meu celular tocou. Olhei o visor. Era nada mais nada menos que Richard Stanton. Ele me contou que Nathan esteve em seu escritório e o chantageou da mesma forma que fez comigo pedindo, inclusive, o mesmo valor. Mas o mais interessante é que em nenhum momento ele citou a visita de Nathan ao meu trabalho. O bastardo não deve ter dito nada e resolvi omitir isso por enquanto
Nathan Barker parece não ter medo de enfrentar gente poderosa. Primeiro eu, agora Stanton. A diferença é que o padastro de Eva se mostrou disposto a ceder a chantagem. Mas eu não. E nem pretendo. Se guerra é o que aquele desgraçado quer, é o que terá. Ele poderia estar mexendo apenas comigo e eu não ligaria. Mas ele resolveu tocar na minha maior força, que também é minha maior fraqueza...
Nada do que ele tentar irá atingir minha Eva. Esse imbecil não faz ideia no que se meteu. Se ele pensa que é perigoso, é porque ainda não viu o que sou capaz de fazer.
O Bentley entra na área reservada e para em frente ao jatinho. Angus aperta o botão para abrir o porta-malas e quando faz o movimento para sair do carro, eu o impeço.
“Não precisa, Angus. Obrigado. Eu me viro daqui”, digo abrindo a porta do carro.
“Tudo bem senhor”, ele diz simpatico. “Faça uma boa viagem”.
“Obrigado”. E saio do carro.
Pego minhas coisas no porta-malas, fecho a tampa e me encaminho para dentro da aeronave. O piloto, Jonas, me recebe com um sorriso profissional. Cumprimento a ele e à comissária de bordo e vou para as cabines. Eva e Cary já estão acomodados. Vê-la tão linda e tão a vontade faz meu coração acelerar. E a tristeza de não poder ter essa visão por dois dias me dilacera. Tenho uma vontade incontrolável de beijá-la, de me enterrar nela, mas me seguro. Dou um aceno de cabeça para Cary e acaricio o rosto de Eva de leve. Não podendo suportar essa tristeza me trancafio no escritório que fica no compartimento trazeiro do avião.
Esses dias serão um inferno.
/***/
Senhor Cross, após a revisão das contas, constatamos muitos erros de cálculos em comparação ao que foi acordado inicialmente. Estamos tentando identificar o que levou a essas discrepâncias e se realmente houve superfaturamento”, diz Allison do outro lado do monitor.
“Isso eu já sei. Essas verificações foram feitas várias e várias vezes e deram na mesma. Você tem algo novo pra mim, como uma solução?”
Estamos tentando, mas as pastas com as verificações iniciais só podem ser abertas com sua permissão, então...”.
E a costumeira reação do meu corpo à presença dela se faz presente. No segundo seguinte a porta se abre revelando a figura de Eva. Sua expressão é indecifrável, mas seus olhos brilham de diversão. Volto minha atenção para Allison que continua falar sobre os problemas decorrentes dos erros no orçamento. Por reflexo olho para Eva novamente e ela começa a... Tirar a roupa?! Que merda, ela vai mesmo me fazer ter uma ereção no meio de uma videoconferência via satélite?
Ela tira a blusa, seguida das sandálias e dos jeans. Allison fala algo sobre “preocupações” e “discrepâncias”, mas eu não dou à mínima. Afinal quem consegue se concentrar em outra coisa quando sua namorada absurdamente gostosa está a ponto de ficar nua na sua frente?
“A gente fala sobre isso amanhã, Allison”, interrompo apertando esc no teclado. A tela desliga pouco antes do sutiã de Eva atingir minha cabeça.
“Sou eu que estou de TPM e é você que tem as oscilações de humor?”
Tiro seu sutiã do rosto e me recosto, apoiando os cotovelos nos braços da cadeira e juntando os dedos. “E você está fazendo um striptease pra melhorar meu humor?”
“Vocês homens são tão previsíveis”. Diz sarcástica. “Cary sugeriu que eu chupasse seu pau pra te deixar mais alegrinho. Mas não se empolgue, viu? Não vai acontecer”.
Ela agarra o elástico da calcinha com os polegares e apoia o peso do corpo sobre os calcanhares. Continuo com os olhos fixos em seu rosto tentando entender aonde ela quer chegar com isso. “Acho que você está me devendo uma. De verdade. Tenho sido uma namorada muito compreensiva, dadas às circunstâncias, não?”
Ergo uma sobrancelha. Compreensiva? Isso é algum tipo de piada?
“Queria saber o que você faria”, continua, “se aparecesse no meu prédio e visse um ex-namorado meu saindo de lá pondo a camisa pra dentro da calça. E aí, quando você subisse, me encontrasse no banho, e o sofá da sala todo bagunçado”.
Cerro os dentes. “Você não quer saber o que eu faria”.
Eu colocaria o desgraçado em coma no hospital para o resto da vida.
Na melhor das hipóteses.
“Então você precisa admitir que me comportei muito bem diante das circunstâncias”. Ela cruza os braços, num gesto proposital de que ajuda a realçar seus já supervalorizados atributos. “Você deixou bem claro que gostaria de me punir. Agora quero saber o que vai fazer para me recompensar”.
“Sou eu quem vai escolher?”, provoco com os olhos semicerrados.
Ela sorri. “Não”.
Ponho seu sutiã em cima do teclado e me levanto da cadeira de maneira brincalhona e provocante. “Então essa é sua recompensa, meu anjo. O que você quer?”
Se ela quer jogar, vamos jogar!
“Quero que você pare de dar uma de ranzinza, pra começo de conversa”.
“Ranzinza?” Contorço a boca para esconder um sorriso pela sua escolha de palavra. “Bom, acordei e você não estava lá. E isso vai continuar acontecendo pelos próximos dois dias”.
Ela descruza os braços e vem até mim, posicionando suas mãos espalmadas em meu peito.
“É só isso mesmo?” E eu sinto a insegurança em sua voz. Ela está preocupada com a tensão que ultimamente vem pairando sobre nós.
“Eva”, respiro. Ela abaixa, confirmando minhas suspeitas.
Agarrando seu queixo com as duas mãos, puxo sua cabeça para cima e olhou bem nos seus olhos. “Fale comigo”.
“Acho que você está se afastando de mim”, sussurra.
Solto um rugido grave de frustração. Como eu queria não ter que esconder tanta coisa dela. “Ando com a cabeça bem cheia. Mas isso não significa que não pense em você”. Na verdade, ela está em meus pensamentos em 100% do tempo.
“Estou sentindo alguma coisa, Gideon. Uma distância entre nós que não existia”.
Minhas mãos descem para o seu pescoço. “Não existe distância nenhuma. Sou totalmente seu, Eva”. Aperto um pouco as mãos. “Você não consegue sentir isso?”
Ela respira fundo, tentando acalmar seu coração que bate aceleradamente, num misto de desejo, tristeza e medo.
“Às vezes”, digo ofegante, observando-a com toda intensidade da minha alma, “não consigo nem respirar”.
Eva joga sua cabeça para trás, numa mostra de entrega total em contraste com o medo. Ela está começando a entender sua necessidade de ceder o controle a mim. Eu apenas fico longos segundos, com o rosto próximo ao seu pescoço, inspirando e expirando profundamente. Essa distância que ela está sentindo nada mais é do que sua intuição dizendo que escondo algo dela. Fico dividido entre dizer ou não o que está acontecendo, mas meu lado protetor e possessivo, que é maior, me convence facilmente de que o melhor é mantê-la no escuro por enquanto, pelo menos até eu decidir o que fazer. Expiro com força. Mantenho-me firme na decisão de não dizer nada. Tudo o que quero agora é satisfazê-la e mostrar-lhe que não a nada para ela temer.
“Do que você precisa, Eva?”
“De você... nas alturas”, sussurra.
Deslizo minhas mãos até seus ombros apertando-os, depois acariciou seus braços até chegar às suas mãos, entrelaçando nossos dedos e colando sua testa à minha.
“De onde vem essa sua vontade de transar em veículos em movimento?” pergunto.
Ela está desenvolvendo um fetiche novo e curioso.
Não que eu esteja reclamando.
 “Quero você do jeito que for”, responde, repetindo o que eu lhe disse na noite em que nos reconciliamos. “E só vou poder fazer isso de novo no fim de semana que vem, por causa do meu período menstrual”, completa.
“Porra”, amuo. Porque as mulheres menstruam? Isso é realmente necessário?
“É agora ou nunca”, murmura.
Apanho o paletó, enrolo seu corpo nele e a levo para a cabine ao lado. Há uma bela cama dossel que precisa ser batizada. E tem que ser agora.
/***/
Meu paletó foi parar em algum lugar do quarto e os restos mortais da calcinha de Eva jazem espalhados pelo chão. Eu já a fiz gozar duas vezes e estou caminhando para a terceira.
“Nossa”. Suas mãos agarram com força o lençol e suas costas se arqueiam enquanto mantenho seus quadris colados à cama e passo a língua pelo seu clitóris. Sua pele está coberta por uma fina camada de suor e seu ventre se contrai violentamente à espera do orgasmo.
Nem me dei ao trabalho de me despir. Já fui caindo de boca na sua vagina e não a tirei de lá em momento algum. Em cada gozada eu bebia mais e mais de seu desejo líquido e lambia seu canal até onde minha língua pode alcançar, massageando seus músculos superestimulados. Mas ainda não está no ponto para receber o meu pau.
“Estou pronta”, ela acaricia meu couro cabeludo úmido com a ponta dos dedos.
 Tiro minha boca de sua entrada apenas para dizer. “Sou eu quem vai dizer quando você está pronta”, e continuo.
“Quero você dentro de mim...” ela murmura, mas seu corpo todo treme quando o avião começa a balançar de repente, e depois a descer, fazendo seu corpo flutuar, tendo como único ponto de contato a minha boca.
“Gideon!” Ela atinge o clímax mais uma vez e eu bebo tudo. Sua excitação doce e quente desce raspando pela minha garganta.
Seu corpo se contorce embaixo de mim.  Alguém anuncia alguma coisa pelo sistema de alto-falantes, mas estou concentrado demais na vagina da minha namorada para entender.
“Você está bem sensível agora”. Levanto a cabeça e passo a língua pelos lábios. “Está gozando feito uma louca”.
Ela suspira. “Gozaria ainda mais com você dentro de mim”.
“Vou me lembrar disso”.
“Tudo bem se eu ficar meio dolorida hoje”, diz recuperando o fôlego. “Vou ter vários dias pra me recuperar”.
Me levanto na hora.
“Não, Eva”, meu tom de voz é sério.
Começo a tirar o colete, em seguida a gravata e as abotoaduras.
“A escolha é minha”, contesta.
“Você quer mesmo fazer esse joguinho?”
Teimosa.
“Se for preciso”, diz petulante.
“Vai ser preciso muito mais que isso pra eu querer machucar você”, respondo enquanto tiro a calça e a camisa. “Para nós, a dor e o prazer são coisas inconciliáveis”.
“Eu não quis dizer que...”.
“Eu sei o que você quis dizer”, interrompo.
Tiro a cueca, ajoelho-me na cama e me arrasto até ela como tigre espreitando sua caça. “Você quer o meu pau na sua boceta. E diria o que fosse preciso pra conseguir isso”.
“Sim”, suspira.
Me posiciono em cima dela. Baixando a cabeça, levo minha boca até a dela e a lambo de leve com a ponta da língua. “Você está aflita. Está se sentindo vazia sem ele”.
“É isso mesmo”. Ela agarra meus quadris, inclinando-se para cima a fim de manter nossos corpos unidos.
É visível que seu desespero por me ter dentro dela se deve à suposta distância entre nós, e está ainda pior porque ficaremos dois dias sem nos ver. Assim como eu, Eva precisa sentir a nossa ligação emocional pelo sexo, como uma confirmação de que está tudo bem. Para saber que estamos um pelo outro.
Encaixo-me no meio das suas pernas. Esfrego minha ereção rígida na entrada de seus lábios vaginais.
“Sei que dói um pouco quando enfio tudo de uma vez, mas não tem muito jeito... sua boceta é apertadinha, e morro de tesão por você. Às vezes perco o controle e meto com força, mas não dá pra evitar. Só não me peça pra machucar você deliberadamente. Isso eu não consigo”.
“Quero você”, sussurra se esfregando desavergonhadamente em mim, ignorando o que acabo de dizer.
“Ainda não”. Remexo os quadris para alinhá-la à cabeça do meu pênis, e começo a entrar devagarinho, alargando-a e preparando-a, só com a pontinha. Ela estremece. Eu sabia. “Você não está pronta”.
“Me fode. Por favor... me fode!” implora.
Deslizo uma das mãos pelo seu corpo e seguro seus quadris, detendo suas tentativas desesperadas de me colocar para dentro. “Você não está pronta”.
Ela tenta se libertar do meu aperto. Suas unhas se cravam nos músculos do meu traseiro me puxando para mais perto e causando uma leve ardência na pele.
“Me come”. Ela está ensandecida e isso me preocupa. Hora de tomar o controle.
Passo a mão pelos seus cabelos e os agarro para mantê-la imóvel. “Olhe pra mim”.
“Gideon!”
“Olhe pra mim”, ordeno.
Ela paralisa ao meu comando. Ela me encara frustrada, mas suas feições vão mudando à medida que uma lenta e gradual transformação nas minhas.
Meu rosto se contorce numa carranca de agonia. Estou prestes a lhe revelar o quão vulnerável fico quando gozo para ela. Toda vez que sinto o orgasmo chegando, escondo meu rosto em seu pescoço ou o afundo no travesseiro. Mostrar fragilidade não é algo com o qual estou familiarizado há muito tempo.
Meus lábios se separam e um gemido escapa da minha garganta.  Meu corpo começa a subir e descer. Os músculos de meu queixo vibram em espasmos violentos. A temperatura da minha pele sobe. Fixo meus olhos nos dela.
O colchão balança quando apoio o peso do corpo nos pés e...
“Eva”. Dou uma estocada e começo a gozar, soltando um jorro quente dentro dela.
Solto um rugido de prazer. Meu pau desliza em meio à torrente de desejo que se espalha nela. “Ah... Nossa”.
Continuo com meus olhos grudados nela, que continua a me encarar. Ela não diz uma palavra, mas percebo que ela finalmente entendeu minhas intenções. Não há distância nenhuma entre nós. Nunca haverá.
Remexendo os quadris, despejo o restante do meu orgasmo, esvaziando-me dentro dela, deixando-a lubrificada a ponto de não haver nenhuma dor ou resistência. Solto seus quadris e permito que ela se mova ao meu encontro, estimulando seu clitóris para poder gozar também.
Com os olhos grudados nos seus, procuro seus punhos com as mãos. Com um único movimento, jogo seus braços para cima da sua minha cabeça, prendendo-a.
Mantenho-a colada ao colchão pela força de minhas mãos e com o peso do meu corpo. Retomo as estocadas, deslizando pelas paredes trêmulas de sua boceta com meu membro.
Agora preciso retomar o controle. Preciso possuí-la, dominá-la.
 “Crossfire”, sussurro, relembrando a palavra de segurança caso seja necessário.
Então ela explode num orgasmo arrebatador. Sua boceta apertando, espremendo e ordenhando avidamente o meu pau.
“Está sentindo?” Circundo o contorno de sua orelha com minha língua, minha respiração esquentando a umidade naquela região. “Estou literalmente na sua. Cadê a distância agora, meu anjo?”
E durante as próximas três horas, eu mostraria que essa distância não existe.
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*Hotel fictício. 

Nesse domingo tem capítulo novo de 'Profundamente Minha'!! Até lá!

4 comentários:

Unknown disse...

Muito bom! Tammy!! Parabéns

Unknown disse...

Parabéns Tammy, é ótimo poder desfrutar de seu talento, adoro o seu trabalho!!!!

Unknown disse...

Tamy o que aconteceu que vc nao esta mais postando...justo nesse capitulo!!!! Saudades dos posts, mega curiosa pelo próximo capitulo...nao nos sacrifique mais por favor...bjusssss

Unknown disse...

Ola Tammy, estou AMADO cada capitulo, simplesmente envolvente,quent, prende a atencao ...Voce e muito talentosa, PARABENS .... aguardando anciosa os proximos capitulos... Obrigada