quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Profundamente Minha: Capítulo 11 — Sentindo na pele

Oi gente! Desculpa pelo atraso! Minha net fica uma droga na chuva =( 
Sem mais delongas, vamos à maior luta de UFC do ano! 
Boa leitura!
Mas, meu amor, o que você está passando é apenas a Lei do Retorno. Ontem você me deixou caindo aos pedaços, hoje é a sua vez.
—Indomada

Após o trabalho, fomos direto para o apartamento de Eva nos arrumar para o show. Poderíamos ter feito isso na minha casa, mas ela ainda não havia escolhido o que ia vestir e tinha mais opções em seu closet. Para minha sorte, deixei algumas roupas mais casuais por lá, então coloquei uma camisa, uma calça jeans larga e botas, tudo preto. Não é como se eu precisasse de uma grande produção para ir ver um bando de malucos pulando como macacos de circo presos em uma jaula. Liguei para Arnoldo antes de sair do escritório, apenas para confirmar o encontro e ele parecia bastante empolgado.
Quando Eva saiu de seu closet com aquela saia plissada de couro na altura das coxas torneadas, uma regata cavada que adornava perfeitamente aqueles seios suculentos e botas cor de cereja, eu literalmente, babei como um retardado. Seus longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo firme e a maquiagem leve a deixaram com uma aparência ainda mais jovem e bonita. Seus olhos acinzentados se destacavam pelo delineador bem marcado. E eu percebi que teria que ficar perto dela o tempo inteiro, de preferência em suas costas, porque se ela abaixasse dois centímetros... Mulher enlouquecedora! Meu tesão está me matando. Esse período menstrual maligno já está durando uma eternidade. Pelos meus cálculos (porque, sim, eu estava contando), essa merda vai acabar até o fim de semana e isso me alivia um pouco. Vê-la tão gostosa naquela roupa causou uma reação instantânea no meu corpo, e minha ereção nunca esteve tão dolorida.
Se eu fosse comestível, teria me tornado a janta de Eva, porque ela quase me atacou depois de me ver vestido. Não que isso seja algum tipo de reclamação, mas é só muito engraçado vê-la reagir a mim dessa forma.
Maldita menstruação.
Mil vezes maldita.
Agora estamos no Brooklyn para buscar Shawna na porta de seu prédio. Ela também está lindíssima e animada para o show. Ela troca algumas palavras com Eva enquanto converso com Angus. As duas se aproximam bastante sorridentes e, após as apresentações, Shawna entra primeiro na limusine. Quando Eva se inclina para entrar atrás dela, sua saia sobe, deixando metade de sua gloriosa bunda de fora e eu, como não sou de ferro, enfio a mão por baixo do pedaço de pano (que vai para a fogueira junto com aquele maldito top de academia) e aperto sua nádega esquerda. Me encosto nela por trás e colo meus lábios na sua orelha.
“Sempre tenha certeza de que estou atrás de você quando se curvar desse jeito, meu anjo, ou vai levar uns tapas na bunda”, sussurro.
Ela vira a cabeça e encosta seu rosto no meu. “Minha menstruação já era”.
O quê?! Mas que droga!
Grunho exasperado e aperto seus quadris entre meus dedos.
“Por que não me disse isso antes?”
“Para prolongar o estado de excitação, garotão”, ela repete as palavras que eu disse no dia do jantar beneficente.
Porra, Eva é muito vingativa. Tenho que tomar cuidado ou essa mulher vai foder com a minha saúde mental ainda mais.
“Cacete”, eu rosno e ouço sua risada sarcástica. Típico.
Ela se senta ao lado de Shawna e eu de frente para as duas, Angus assume a direção e nós saímos, abrindo uma garrafa de Armand de Brignac no caminho. Em menos de 20 minutos chegamos ao Tableau One que, para variar, tem uma fila enorme na porta. Da rua dá para ouvir a música alta vinda do bistrô. A amiga de Eva olha para fora e comenta que seu namorado havia tentado arrumar uma mesa para eles antes de viajar, mas a lista de espera era de dois meses e que, mesmo ficando na fila por horas, não é garantido que se consiga entrar.
E é nessas horas que eu acho ótimo ser Gideon Cross.
Mas prefiro guardar esse momento de orgulho pessoal para mim mesmo.
Angus abre a porta e ajuda Eva e Shawna a descer. Ordeno que nos espere nos fundos do bistrô. Me junto a elas e ofereço o braço a Eva. Um dos seguranças me avista e nos conduz para dentro. Max, o gerente, nos recebe com um enorme sorriso no rosto.
“Esse restaurante também é seu?”, pergunta Eva atônita.
“Sou um dos sócios”, respondo dando de ombros.
Ela suspira resignada e pergunta se meu amigo virá jantar conosco.
Levanto o queixo, apontando para frente. “Ele está logo ali”.
E lá está Arnoldo, no meio de duas belas mulheres, sorrindo efusivamente para a câmera do celular. Ele veste uma calça jeans, botas e uma camisa do Six-Ninths.
“Ai meu Deus”, diz Shawna. “Arnoldo Ricci! Ele é o dono do restaurante. E tem um programa no canal de culinária da tevê!”
Assim que me vê, meu amigo acena e pede licença para se juntar a nós. Solto o braço de Eva e aperto a mão dele e damos tapinhas nas costas um do outro.
Ciao, stronzo!”, reviro os olhos.
“Arnoldo, esta é minha namorada, Eva Tramell”, digo me desvencilhando dele e a trazendo mais para perto pela cintura.
Eva estende a mão para ele que a puxa para perto e a... beija na boca? Que caralho!
“Pare com isso”, eu o repreendo, puxando Eva de volta e a posicionando atrás de mim.
Arnoldo sorri faceiro e seus olhos brilham de diversão. Infeliz! Fez isso só para tirar sarro da minha possessividade.
“E quem é essa beldade?”, pergunta virando-se para Shawna e beijando sua mão.
“Shawna, este é Arnoldo Ricci, seu acompanhante esta noite. Isso se ele sobreviver ao jantar”, lanço um olhar de ameaça para seu amigo, em um aviso claro para se controlar. “Arnoldo, esta é Shawna Ellison”.
Ela está animadíssima. “Meu namorado é um grande fã seu. E eu também. Ele testou uma receita sua de lasanha uma vez, e ficou sen-sa-ci-o-nal”.
“Gideon me contou que o seu namorado está na Sicília”, comenta Arnoldo. “Você devia ir visitá-lo”.
No segundo seguinte Eva me fuzila com o olhar. Ela não me deu informação alguma sobre Doug. Faço minha melhor cara de inocente com um sorriso quase imperceptível nos lábios. Ela sacode a cabeça parecendo decepcionada, mas não me deixo abalar. Eu sou assim e ponto final. Não me sinto culpado de nada. Eu tomei ciência de fatos que são de certo modo de domínio público.
Talvez algumas coisas a mais.
Mas isso é irrelevante.
Passamos a hora seguinte num jantar de primeira, com o vinho mais caro da casa, e ótima companhia. Eu tenho que fazer isso mais vezes com Eva. Nós raramente temos um tempo de paz e quando temos, é preciso aproveitá-lo ao máximo.
Noto que Arnoldo encara Eva com um sorriso nos lábios.
Bellissima”, ele comenta. “É sempre uma alegria ver uma mulher comer com gosto”.
Eva fica constrangida e ruboriza. Meu anjo é o tipo de mulher que come sem culpa ou neuroses e essa é um das coisas que adoro nela. Essa, aliás, é uma coisa que eu e Arnoldo apreciamos no sexo feminino. Embora seja algo muito raro.
Aproveitando esse momento de vergonha e o assunto de “comer com gosto”, estendo o braço por trás da cadeira de Eva e começo a brincar com os cabelos da nuca dela. Minha outra mão leva a taça de vinho à boca, deixando-lhe explícito que eu preferia saboreá-la em vez da bebida. A tensão sexual entre nós é cada vez mais palpável e o fato de o período menstrual dela ter finalmente chegado ao fim elevou o nível de excitação ao máximo.
E como não poderia deixar de ser, o troco veio. Por baixo da toalha de mesa, sua mão agarra meu pau por cima da calça, o fazendo ir de semiereto para duro como pedra em um segundo. Seu toque provoca uma descarga elétrica em todo o meu corpo, mas me mantenho distraído com as piadas de Arnoldo.
Seus pequenos dedos começam a acariciar o meu membro suavemente, num movimento impossível de ser detectado. Continuo sem demonstrar minha vontade de jogá-la nessa mesa e fodê-la até a exaustão. Anos e anos treinando meu autocontrole fizeram de mim um especialista. A situação parece excitá-la a ponto de ela começar a procurar o botão da minha calça. Minha namorada é uma pervertida.
“Eu sou a parte divertida dessa relação, Shawna”, diz meu amigo. “Gideon é o cara mais chato e metódico que eu conheço e ele não seria nada se não fosse por mim”.
Coloco a taça de vinho ma mesa. “Só você mesmo, Arnoldo”, digo balançando a cabeça e sorrindo.
Capturo o punho de Eva no exato momento que seus dedos alcançam o botão dos meus jeans. Levo sua mão até minha boca e a beijo em um gesto casual de afeto, pelo menos é o que aparenta. Em seguida dou uma rápida mordida no dorso de sua mão fazendo-a engasgar de susto.
Arnoldo dá um sorriso irônico de quem percebe bem o que está acontecendo.
Non ti vergogni di farle accarezzare il suo pene in pubblico? (Você não tem vergonha de deixá-la acariciar seu pênis em público?)” caçoa, e agradeço mentalmente por sem em italiano, ou Eva atingiria todos os tons de vermelho da escala de cores, além do quê seria muito grosseiro. Arnoldo é um cretino, mas nem tanto.
E non si vuole prendere nel culo?” (E você não quer ir tomar no c**?) retruco e ele joga a cabeça para trás de tanto rir.
Bastardo. Mas não posso negar que sinto falta desses momentos de descontração entre nós. Faz tempo que não me sinto tão relaxado.
Eva se remexe em seu assento. Olho para seu prato vazio e em seguida para seu rosto.
“Podemos ir?” pergunto.
“Ah, sim”. Ela está ansiosa.
Aviso que vamos passar pelos fundos e nos levantamos.
Alguma coisa me diz que essa noite promete.
/***/
A banda de abertura está tocando a quinta música e Shawna e Arnoldo estão muito empolgados com o show. Na terceira música saímos de nossos acentos e nos embrenhamos entre a multidão — que realmente está pulando como um bando de macacos de circo dentro de uma jaula  a fim de garantir um lugar mais perto do palco. Me posicionei atrás de Eva, com meus braços a cercando de ambos os lados e segurando bem firme na grade. O restante da plateia se espreme ao nosso redor, empurrando-nos coletivamente, mas ela estava protegida pelo meu corpo. Arnoldo fez o mesmo com Shawna ao nosso lado.
Como dono da gravadora que contratou o Six-Ninths, eu poderia ter acesso à pista Premium. Mas como o convite veio de Shawna, seria muito indelicado não usarmos os ingressos que ela ofereceu. Esnobismo não é algo que se enquadre no meu perfil. Apesar de estar no meio da algazarra até estou me divertindo.
Eva vira a cabeça e me pergunta se essa banda é da Vidal Records.
“Não, mas gostei”, respondo surpreso comigo mesmo. Realmente a banda me agradou.
Ela levanta os braços e grita totalmente empolgada pela animação da plateia e pela batida pesada. Ela dança freneticamente em meus braços, molhada de suor. Shawna não está muito diferente e Arnoldo parece gostar também.
O show de abertura termina e os técnicos se apressaram em instalar os equipamentos e preparar o palco para o Six-Ninths. Do nada Eva se vira, enlaça meus ombros com seus braços e me beija na boca. A excitação explode em mim e a pego no colo, forçando suas pernas a se enlaçarem em minha cintura e a beijo ferozmente. Meu pau está dolorido para ser envolvido em suas dobras quentes e úmidas. Por um momento me esqueço de tudo e todos ao nosso redor. As pessoas começam a gritar, ouço algo como “Vão para um quarto” ou “Fode ela gostoso”, mas nada realmente entra em meus ouvidos. Toda a minha atenção está voltada para ela. Todo o meu corpo responde apenas aos estímulos dela. Uma mão está em sua bunda, esfregando sua fenda bem em cima da minha ereção enquanto a outra está agarrada em seus cabelos, mantendo-a no lugar enquanto ataco seus lábios, desesperado pra sentir seu gosto. Enfio minha língua cada vez mais em sua boca explorando todos os cantos e atingindo todas as paredes internas. Os gemidos de Eva ressonam por todo o meu corpo. Sua boca se abre mais e aproveito para deslizar meus lábios ao redor de sua língua, chupando-a profundamente. Nós não estamos apenas nos beijando, estamos fazendo amor. Porra, isso é bom pra caralho.
“Você vai me fazer gozar”, rosno.
Então que a voz do vocalista preenche os alto-falantes, me acordando da bolha sensual que nos envolve e noto que a bagunça fica ainda maior. O corpo de Eva tenciona, provavelmente por estar assustada. Eu paro de beijá-la e seus olhos já estão abertos encarando a multidão. Suas pernas se desprendem da minha cintura e eu a viro novamente para o palco, abraçando seu corpo por trás, a fim de protegê-la das fãs ensandecidas.
No melhor estilo bad boy tatuado, com seus cabelos espetados com as pontas descoloridas, Brett Kline inicia seu show.
Eu nunca fui com a cara dele, apesar de tê-lo visto poucas vezes. Mas tenho que admitir que a banda é boa. Lembro-me que Christopher Sênior, numa das raríssimas vezes em que nos falamos, comentara sobre o DVD que enviaram para a gravadora. Eles apresentaram uma música que ele disse ser incrível e, graças a isso, a contratação foi quase imediata. Ainda na época em que a banda era indie e se chamava Captive Soul eles tentaram outras vezes, mas não apresentaram nada que fosse realmente significativo a ponto de assinarem com a gravadora. Bom, parece que eles tiveram uma inspiração incrível, porque a diferença do que eles eram para o que são agora é enorme.
“Eles são bons, né?”, sussurro no ouvido de Eva.
Deixo uma mão presa firmemente à grade e, com o braço livre, envolvo sua cintura e nos balanço ao som da música.
Meu membro ainda está implorando por liberação. A lembrança desse tempo todo sem poder penetrá-la, de toda a tensão de uma semana tumultuada, de todos os obstáculos que teremos que enfrentar para ficar juntos me atinge de tal forma que a necessidade de gozar se torna quase insuportável.
O pequeno corpo de Eva treme de excitação. Eu posso senti-la direcionada a mim. Sua mão agarra a minha que está espalmada em sua barriga e a puxa para baixo.
Porra, ela quer me matar?
“Eva”, sussurro com a voz rouca de desejo.
Agarro sua coxa e a mando abrir as pernas. Ela apoia o pé esquerdo na parte inferior da grade e deita a cabeça no meu ombro. No mesmo instante, enfio a mão embaixo de sua saia. Percorro o contorno de sua orelha com a língua. Em meio à respiração entrecortada e áspera, um gemido que escapa de meus lábios quando meus dedos percorrem tocam a umidade entre suas pernas.
A banda emenda uma canção na outra, embalando nosso momento íntimo e de puro prazer. Eu a massageio por cima da calcinha alternando entre movimentos circulares e movimentos na vertical, acompanhando o contorno de sua abertura. Seus quadris se remexem ao meu toque, sua bunda se esfrega sem parar contra minha pélvis. Ela está quase lá.
“Isso mesmo, meu anjo”, incentivo. Puxo sua calcinha de lado e enfio dois dedos nela. “Vou passar horas e horas fodendo essa boceta maravilhosa”.
Nossa privacidade está garantida pelo fato de a multidão estar completamente concentrada no palco. Enfio os dedos ainda mais profundamente dentro dela e os deixo lá, parados, abrindo caminho por seus tecidos sensíveis.
Eva remexe os quadris em torno da minha mão, buscando incessantemente o orgasmo.
A música acaba e as luzes se apagam. Envolvida pela escuridão, a plateia reage aos berros. Um tempo depois os primeiros acordes do baixo são o único som vindo do palco. A multidão grita ainda mais, depois os isqueiros começam a ser acesos. Milhares de pontos de luz se balançando lentamente. Um único holofote ilumina o palco. Brett está sentado em um banquinho, sem camisa e brilhando de suor. Ele ajusta o pedestal do microfone e as mulheres na plateia começam a se sobressair na gritaria, inclusive Shawna, que pula sem parar, soltando assobios ensurdecedores. Arnoldo está bem atrás dela, sorrindo e balançando a cabeça, mas igualmente feliz por estar ali. E fico contente de poder ter tido a oportunidade de trazê-lo.
Eva continua a rebolar cegamente em meus dedos e resolvo a deslizá-los dentro dela, para dentro e para fora. Então Brett começa a entoar a canção que, agora me recordo, foi a que fez a gravadora assinar com a banda:

Golden girl, there you are.
I’m singing for the crowd, the music’s loud.
I’m living my dream, riding the high,
But I see you there, sunlight in your hair,
And I’m ready to go, desperate to fly.
Golden girl, there you are.
Dancing for the crowd, the music’s loud.
I want you so bad. I can’t look away.
Later, you’ll drop to your knees. You’ll beg me please.
And then you’ll go, it’s only your body I know.
Golden girl, where’d you go?
You’re not there, with sunlight in your hair.
I could have you in the bar or the back of my car,
But never your heart. I’m falling apart.
I’ll drop to my knees, I’ll beg you. Please.
Please don’t go. There’s so much more I want to know.
Eva, please. I’m on my knees.
Golden girl, where’d you go?
I’m singing for the crowd, the music’s loud.
And you’re not there, with sunlight in your hair.
Eva, please. I’m on my knees
Garota dourada, aí está você.
Estou cantando para a multidão, o som está bem alto.
Estou vivendo meu sonho, curtindo o barato,
Mas ainda vejo você aí, a luz do sol em seus cabelos,
E estou pronto para ir, louco para sair voando.
Garota dourada, aí está você.
Dançando na multidão, o som está bem alto.
Eu te quero tanto. Não consigo ver mais nada.
Mais tarde você vai cair de joelhos. Implorar.
E depois você vai embora, o único corpo que eu quero.
Garota dourada, aonde você foi?
Você não está aí, com a luz do sol nos seus cabelos.
Posso ter você, num bar ou no banco de trás do carro,
Mas nunca seu coração. Estou desmoronando.
Vou cair de joelhos, vou implorar. Por favor.
Por favor, não vá. Tem tanta coisa que eu ainda quero saber.
Eva, por favor. Estou de joelhos.
Garota dourada, aonde você foi?
Estou cantando para a multidão, o som está bem alto.
E você não está aí, com a luz do sol nos seus cabelos.
Eva, por favor. Estou de joelhos.

Numa deliciosa coincidência, o nome de Eva aparece ali. A música inteira remete a ela. Como se tivesse sido feita para ela.
Eu já não vejo nem ouço nada ao meu redor. Sou totalmente dominado pelo desejo insano que sinto por essa mulher, e pela necessidade de ter seu gozo escorrendo pelos meus dedos.
“Essa música”, eu gemo em seu ouvido enquanto intensifico os movimentos contra sua carne sensível “me faz pensar em você”.
Começo a massagear seu clitóris com a palma da mão e ela goza intensamente, soltando um grito gutural, o mesmo que escutei no sonho da noite anterior. Seu corpo trêmulo envolvido numa espiral de prazer sem medida. Eu apenas me deleito na sensação de sentir cada gota de seu prazer vindo pra mim, somente por mim.
/***/
Eva aparenta estar fadigada. Seu corpo está um pouco mole e ela se escora totalmente em mim.
“Está tudo bem?”, pergunto.
“Sim”, e sei que está mentindo, com medo de parecer desinteressada, afinal sua amiga não esconde a empolgação de estar perto de sua banda favorita.
“Também quero sair daqui logo”, murmuro. “Estou morrendo de vontade de você, meu anjo. Não consigo nem pensar direito”.
E, porra, eu preciso gozar dentro dela o mais rápido possível.
Ela enfia as mãos nos bolsos traseiros dos meus jeans. “Então vamos embora”.
“Tenho acesso aos bastidores”, beijo a ponta do seu nariz quando ela se inclina para trás para me olhar. “Não precisamos dizer nada para eles, se quiser mesmo ir embora”.
Ela parece pensar por um instante, depois diz. “Não. Vamos lá com eles”.
Eu a pego pela mão e a levo até Arnoldo e Shawna que ficam mais do que alegres com a notícia. Entramos por um caminho onde um homem enorme, do tamanho de Ben, faz as vezes de segurança. Enquanto esperamos, saco o celular e ligo para Angus, avisando-o para estacionar a limusine nos fundos. E no momento em que digo isso meus olhos se cruzam com os de Eva, emanando uma promessa de prazer e luxúria.
Shawna se aproxima de Eva e, olhando para mim em agradecimento, comenta algo com ela e as duas se abraçam rapidamente.
“Senhor Cross”, me viro na direção da voz que me chama. “Eu não sabia que vinha hoje”.
Aperto a mão de Robert Philips, empresário dos Six-Ninths.
“Eu não sabia que vinha hoje”, respondo tranquilamente estendendo a outra mão para Eva, que agarra como se sua vida dependesse disso. Eu a apresento a ele, em seguida Shawna e Arnoldo. Então somos levados por corredores onde a movimentação é grande, principalmente de groupies*.
“A banda está logo ali”, diz Robert, apontando para uma porta aberta de onde a música e as gargalhadas saem em altos volumes. “Eles vão adorar conhecer você”.
Quando avanço um passo, sinto que Eva continua parada. Eu me viro para ele e a encaro com a testa franzida. O que será que aconteceu?
Ela fica na ponta dos pés e sussurra. “Não estou nem um pouco a fim de falar com esses caras. Se não se importa, vou passar no banheiro e depois vou direto para a limusine”.
“Espere um minutinho que eu vou com você”, eu digo.
“Vou ficar bem. Não se preocupe comigo”.
Olhando melhor pra ela, acabo ficando preocupado. Ponho a mão em sua testa.
“Está tudo bem? Você está vermelha”.
“Estou ótima. E vou provar quando a gente chegar em casa”.
No mesmo instante a ruga em minha testa se desmancha e um sorriso toma os meus lábios. “Vou apressar as coisas aqui, então”.
Olho para Robert Phillips e aponto para Arnoldo e Shawna, pedindo-o para que os acompanhe.
“Gideon, está tudo bem...”, protesta.
“Vou levar você até lá”, digo incisivo. Ela sabe que não pode discutir comigo.
Andamos alguns metros à frente.
“Eu posso ir sozinha daqui, garotão”.
“Eu espero”.
Ela continua a tentar argumentar que não precisa, mas eu insisto. Não pretendo deixá-la sozinha aqui.
“Angus está logo ali, não está?”, diz olhando para a saída, onde a equipe descarrega o equipamento.
Apoio o ombro na parede e cruzo os braços.
Ela joga as mãos para o alto. “Certo. Tudo bem. Faça o que você quiser”.
“Você está aprendendo, meu anjo”, sorrio.
Ainda resmungando ela entra no banheiro. Posso imaginar o quanto ela se sente frustrada por querer estar a sós comigo ao mesmo tempo em que não quer estragar a diversão do pessoal.
Robert chega perto de mim e começamos a conversar. Ele está empolgado com o sucesso da música, que agora eu sei que se chama “Golden”, e planeja junto com a equipe de marketing um superlançamento do videoclipe, ao vivo, para milhares de fãs. A ideia é realmente muito boa.
Eva sai do banheiro e estendo a mão pedindo que ela espere uns minutos. Ela aponta para a saída e sai antes que eu possa dizer algo.
Continuo a conversa com Robert com os olhos cravados na saída. Eva estava mesmo a fim de dar o fora. Tento encurtar ao máximo a conversa. Já não posso segurar o desejo. Passam-se alguns minutos. De repente, um desejo insano de encontrá-la me toma, e me vejo desesperado para sair daqui. Uma aflição desconhecida, mas que está me dando nos nervos.
“Robert, podemos conversar sobre isso depois? Marque uma reunião com o marketing e me avise. Eu preciso resolver um assunto urgente agora”.
“Claro, senhor Cross. Sem problemas. Nos vemos em breve”.
Nos despedimos e vou correndo para a porta. Uma olhada rápida para o camarim e vejo Shawna e Arnoldo se despedindo da banda.
Respiro aliviado ao alcançar a rua. Meus olhos percorrem toda a área externa a procura dela e...
Não.
Não é possível.
Meu corpo inteiro paralisa diante daquela cena. Minha mente não querendo processar o que meus olhos veem. Brett Kline está bem ali, envolvendo minha Eva em seus braços, num beijo apaixonado.
E o pior de tudo: ela está correspondendo.
Acho que nunca senti uma dor tão terrível como a que estou sentindo agora. Nem quando Eva fugiu de mim no hotel, ou quando me deixou na noite em que tive o pesadelo, causando aquela separação que quase me matou. Nada, absolutamente nada de ruim que nós vivemos me causou mais dor do que o que estou vendo agora.
E, agindo por pura defesa, meu corpo todo se enche de uma força escomunal, como um instinto animal. Meu sangue circulando como lava vulcânica em minhas veias, pulsando em meus ouvidos e no exato momento em que Eva se separa dele, minhas pernas se movem a toda velocidade em direção àquele filho da puta e meu punho acerta em cheio seu rosto, fazendo-o cair no chão junto comigo. O impacto de nossos corpos causando um barulho cru em contato com o chão. Uma mulher grita, mas tenho certeza de que não é Eva.
Seguro Brett pela garganta e acerto suas costelas com uma sucessão de golpes enquanto ele geme e se debate tentando se livrar das minhas mãos.
“Cross! Dio mio!”, ouço Arnoldo gritando. Ele tenta me segurar, mas é jogado para trás quando Brett, finalmente desperto da surpresa do meu ataque, consegue se livrar pelo lado e ambos saímos rolando.
Eu estou completamente consciente do aglomerado de pessoas ao nosso redor, mas nada me tira o foco.
“Kline, seu imbecil! Que porra é essa, caralho?” alguém grita.
Brett consegue se soltar, fica de pé e me empurra contra a lateral de um ônibus. Junto as duas mãos e as uso para atingir as costas de Brett como um tacape, forçando-o a recuar. Em seguida dou um chute nele, seguido por um soco rápido no estômago. Brett baqueia, mas ainda assim consegue armar um soco. Consigo ser mais rápido para me esquivar e o acerto com um murro de baixo para cima balançando a cabeça dele.
Não solto nem um ruído, nem enquanto bato ou quando ele consegue acertar meu queixo no lado direito. A fúria exala do meu corpo numa intensidade alucinante. Meu objetivo é um só. Eu quero afastá-lo, mostrar a ele que ela é minha e que ele nunca mais irá tocá-la novamente. Eu não preciso gritar ou fazer um escândalo. Eu só preciso me concentrar e me manter num estado mental que me permita observar as coisas de maneira objetiva. Brett é muito bom de briga, não posso negar, mas investe em golpes previsíveis e na força. Ele não tem técnica e é aí que reside minha vantagem.
O nariz dele começa a sangrar. 
Vamos ver até onde vai essa valentia.
Ele tenta armar um soco e consigo me desviar, mas seu outro punho acerta meu ombro me obrigando a dar alguns passos para trás.
Agora tudo está claro, tudo o que não pude ver antes por estar envolto numa névoa de prazer. A música não parece ter sido feita para Eva. Ela é sobre a Eva. A forma como ela se comportou depois do show, evitando ao máximo o camarim da banda, a agitação. Não era pela ânsia de querer estar a sós comigo, mas por causa dele.
Então quando ela gozou... Foi por causa dos meus dedos nela ou foi por causa da maldita música? Eu não sei e isso me corrói por dentro, me deixando cada vez mais furioso. Esse homem já a teve antes. Eles já se pertenceram, ele já esteve dentro dela.
Dentro da minha Eva. MinhaMinha.
Tudo isso se passa pela minha cabeça e minha raiva só aumenta.
“Mas que porra!” grita Brett se afastando, mas ainda em posição de devesa. “Qual é o seu maldito problema? Porque me bateu?”
“Fique longe de Eva. Ela é minha”, advirto entre dentes.
Ele arregala os olhos. “O quê? Sua? De jeito nenhum. Ela é minha, sempre foi”.
“O tempo de vocês passou. Não se atreva a chegar perto dela”.
“Então porque ela estava nos meus braços, me beijando?”, provoca.
“Isso não importa. Fique. Longe. Dela”, pontuo cada palavra, já mais calmo. Chegou a hora de parar.
“Pois eu só me afastaria se ela quisesse. E sei que ela não quer. Depois do que aconteceu entre nós hoje, estou no páreo. Eu vou reconquistá-la”.
“Brett, para velho”, grita um dos integrantes da banda. “Não mexe com a mulher do cara, deixa pra lá”.
“Nunca! Eu passei os últimos quatro anos procurando por ela. Não vou desistir agora”. Ele diz apontando na cara do amigo. Em seguida me fuzila com o olhar. “Não importa quem você seja ou o que há entre vocês. Eu sei que Eva sente algo por mim e eu confio nesse sentimento. Vou lutar com tudo o que tenho, para tê-la em meus braços de novo”.
“O recado está dado. Acredite você não vai querer me enfrentar”.
“Veremos”.
E nos afastamos. Ando até a porta do anfiteatro e saco o celular.
Senhor Cross”, responde Angus com a voz carregada de preocupação.
“Você levou todos eles?”
“Sim. Acabo de deixar o senhor Ricci e a senhorita Ellison no restaurante”.
“Como Eva está?”
Desesperada por notícias suas, senhor”.
“Mudança de planos, vamos para a Carolina do Norte. Avisarei Raul para que revezem na direção”.
Certo”.
“Estou te esperando na porta do anfiteatro”.
Sim, senhor”.
Em seguida telefono para Raul e o aviso dos meus planos. Desligo o celular e fecho os olhos. Minha cabeça está uma bagunça. Como pode um ser humano causar tantos efeitos catastróficos na mente de alguém? Essa é a segunda vez que perco o controle por causa de Eva. Quando se trata dela, a razão não existe. Porque ela fez isso? Porque o beijou? Estava tudo tão bem entre nós. Parecia que finalmente tudo se acertaria. E agora o passado dela colide mais uma vez com nosso presente. Inferno!
A limusine para no acostamento e entro rapidamente me sentando de frente para uma Eva em prantos e despedaçada. Ela se inclina na minha direção.
“Gideon...”.
“Pode ficar por aí mesmo”, vocifero.
Isso faz com que ela se afaste e acabe caindo sentada no assoalho da limusine. Angus dá o arranque e Eva se afasta ainda mais pelo impulso.
Abro uma garrafa de tequila, despejo o líquido no copo e o engulo de uma vez. Ele desce rasgando por minha garganta, mas nada comparado à queimação em meu peito.
Encho outro copo antes de guardar a garrafa no armário de bebidas e me recosto no assento. Eu preciso saber, eu preciso perguntar. Só a ideia de que Eva possa sentir uma mínima atração que seja por aquele homem me revira o estômago.
“O que ele significa para você?”
Ela limpa as lágrimas que escorrem por seu rosto. “Um erro”.
“No passado? Ou no presente?”
“Nos dois”.
Meus lábios se curvam em um sorriso sarcástico. “E é assim que você costuma tratar os seus erros? Com beijos como aquele?”
Seu peito sobe e desce como se tentasse controlar o choro. Ela sacode a cabeça violentamente em negação.
“Você quer ficar com ele?”, pergunto bem sério, antes de dar mais um gole em minha bebida. Eu preciso estar sob o efeito do álcool para ouvir essa resposta.
“Não”, sussurra. “Só quero você. Eu te amo, Gideon. Te amo tanto que chega a doer”.
Fecho os olhos e deito a cabeça para trás sentindo um alívio. Ela não o ama, ela não quer ficar com dele. Mas isso não é o suficiente.
“Você gozou pensando em mim quando enfiei os dedos em você, Eva? Ou foi pensando naquela maldita música?”
“Em você”, responde imediatamente. “Só você é capaz de me deixar daquele jeito. Me faz esquecer quem sou, quem está por perto ou o que está acontecendo ao redor e me concentrar só no seu toque”.
“Não foi isso que aconteceu quando ele te beijou?” Ergo a cabeça e lanço um olhar implacável para ela. “Ele já enfiou o pau em você. Já te comeu... já gozou dentro de você”, digo amargurado.
Ela se encolhe diante da minha agressividade.
Me inclino subitamente para a frente e esfrego seus lábios com o polegar. “Ele já teve sua boca”.
Ela apanha meu copo e toma o que restou da bebida, engolindo-o com dificuldade.
Eu me recosto no assento e cubro o rosto com o braço. A imagem dos dois, tão próximos, tão íntimos está nítida em minha mente. Clara como água. E isso está me deixando louco.
Sinto suas mãos procurando desesperadamente o botão de minha calça.
Agarro seus dedos com força, mas sem tirar o outro braço do rosto.
“Que porra você está fazendo?”
“Goza na minha boca”, implora. “Tira o gosto dele de mim”.
Permaneço imóvel em meu lugar, refletindo o que fazer. Eu a quero. Caralho, eu a quero demais, mas a dor ainda me consome. O que eu posso fazer? Minha respiração está cada vez mais pesada, como se tivesse uma placa de concreto em cima do meu peito.
“Por favor, Gideon”, ela implora mais uma vez.
“Merda”, sussurro em voz baixa. Não consigo resistir. Preciso saber que ela me ama. Preciso que ela me mostre isso para que eu possa acreditar. Solto meus dedos e deixo minha mão cair para o lado. “Chupa”.
Ela se apressa em abrir o botão. O único movimento que faço é levantar o quadril para que ela tire a calça e a cueca.
Poucos instantes depois meu pau está mergulhado no calor de sua boca. Ela geme de uma forma tão sensual e satisfatória que faz minha pele se arrepiar.
Eva esfrega o rosto em minha virilha, como se quisesse que me cheiro se impregnasse em sua pele. Percorre com a língua o caminho das veias grossas que pulsam em toda a minha extensão, lambendo-a de cima a baixo.
Meus dentes rangem tentando segurar o gemido alto que ameaça escapar da minha garganta quando começa a me chupar com força. Ela solta outro gemido, de alegria e arrependimento. Não me permito emitir um único som, pois sei que ela adora ouvir o quanto estou entregue.
Eva me masturba com a mão fechada, chupando a cabeça do meu pau, lambendo o líquido pré ejaculatório que escapa com lambidas rápidas e contínuas. Minhas coxas se enrijecem, e começo a ofegar violentamente, o orgasmo crescendo rápido. Encolho-me diante dessa sensação me negando a gozar. Percebendo isso, Eva pega meu membro com as duas mãos e começa a chupar com mais força do que o normal. Eu me endireito no assento, levantando a cabeça e vendo o quanto ela se esforça para me fazer chegar ao ápice. Essa visão aniquila minha resistência e me atiro contra o encosto novamente quando o primeiro jorro espesso invade sua boca. Ela está faminta, sedenta, louca por mais, engolindo tudo convulsivamente, apertando e esfregando meu pênis com as mãos para arrancar até a última gota. Meu corpo continua a estremecer enquanto gozo mais e mais. Mas continuo não emitindo um ruído sequer. Eu não pretendo deixar que ela saiba o efeito que tem sobre mim. Quero que ela tenha dúvidas, que se corroa, que se descabele, que faça de tudo para provar seu amor por mim.
Sabendo que não conseguirei arrancar a verdade dela dessa forma, ponho as mãos sobre seus ombros e a afasto. Ela olha para mim. Os cantos de seus lábios inchados estão molhados com o meu sêmen. Uma visão tentadora. Com o dedo, espalho meu gozo por eles.
“Vem sentar aqui com essa bocetinha apertada”, ordeno aos sussurros. “Ainda sobrou pra você”.
Trêmula e assustada, ela arranca a calcinha.
“Tira tudo. Fica só com as botas”.
Ela faz o que eu mando rapidamente.
Quando ela sobe no meu colo, eu a agarro pelos quadris e a encaro.
“Está molhadinha?”
“Estou”.
“Chupar meu pau te deixa com tesão”. Afirmo friamente.
“Sempre”, ela sussurra. Seus mamilos rosados apontam para mim.
“Porque você o beijou?” pergunto de repente.
Ela parece perplexa com a mudança repentina de assunto e seu lábio inferior começa a tremer. “Eu não sei”.
Eu a solto, levando as duas mãos para cima e agarrando o apoio de cabeça.
Ela me olha com desejo. Sua língua percorre seus lábios colhendo o sêmen espalhando por eles. “Tira a camiseta”.
Estreito os olhos. “Isso não é pra você”. Não é o momento. Ainda não.
Ela me olha paralisada. “Você está me castigando”.
“Você fez por merecer”.
Eva agarra o encosto do assento para se equilibrar e, com os dedos da outra mão, segura meu membro. Ainda está duro e pulsando. Um músculo se contrai em meu pescoço quando ela começa a me masturbar de leve. Continuo me mantendo firme na posição de não ceder. Ela posiciona a cabeça nos lábios do seu sexo, esfregando-o nela, envolvendo-o com sua umidade.
Eva faz tudo isso sem tirar os olhos de mim, querendo observar minha reação, mas continuo a encará-la furiosamente, não deixando transparecer o Gideon que só consigo ser ao seu lado. No lugar, está o Gideon que fui durante todos esses anos até conhecê-la. O amante distante que fui com todas as outras.
Ela deixa a pontinha escorregar para dentro dela, abrindo caminho. Depois deixa seus quadris desabarem sobre mim, soltando um grito ao sentir que tinha me penetrado profundamente, alargando suas paredes sensíveis.
Senti-lo completamente coberto pela sua carne pulsante trinca a barreira que construí e não consigo me conter.
“Caralho”, resmungo trêmulo. “Puta que o pariu”.
Apoiando os joelhos no assento, ela posiciona as mãos cada uma de um lado do meu corpo e se ergue, tirando-me de dentro dela expondo seu sexo trêmulo e avermelhado. Ela desce novamente, deslizando mais facilmente agora que meu membro está todo melado com sua umidade.
Ao perceber que não estou indiferente, ela continua nesse movimento mais algumas vezes e solta um gemido, que me estimula de tal forma que meus quadris começam a se mover em círculos.
“Você é tão gostoso”, sussurra, esfregando-se no meu pau bem duro com seu sexo faminto. Subindo e descendo. “Você é tudo que preciso, Gideon. Tudo o que quero. Você foi feito pra mim”.
“Você deve ter esquecido isso”, rosno. Eu já não consigo sentir as juntas de seus dedos, tamanha a força com que apertam o apoio de cabeça do banco.
Eu não posso tocá-la ou será o meu fim.
“Nunca. Eu jamais esqueceria isso. Você é parte de mim”, continua sussurrando.
“Então me diz por que o beijou”, insisto.
“Não sei”, ela apoia a testa suada contra a minha. “Pelo amor de Deus, Gideon. Juro que não sei”.
Ela sabe. No fundo, ela sabe muito bem por que. 
“Então cala a boca e me faz gozar”, cuspo.
Ela se endireita para se afastar de mim. “Vai se foder”.
“Não, vou foder você".
As lágrimas começam a descer pelo seu rosto. “Para de me tratar como se eu fosse uma puta”.
“Eva”, minha voz sai cheia de afeto. Eu odeio vê-la sofrer. Mas por mais que eu queira consolá-la não consigo me desvencilhar da dor que me aflige. “Se quiser parar, sabe muito bem o que dizer”. Eu a lembro.
Crossfire.
Ela pode dizer à hora que quiser. Se eu ouvir essa palavra, paro tudo. Eu jamais a levaria a um limite que ela não pudesse suportar.
Eva se inclina para trás e apoia as mãos nos meus joelhos. Esfrega sua boceta encharcada por toda a minha extensão, depois a enfia de volta para dentro.
Ela não quer parar. Ela quer saber até onde isso irá nos levar.
Eva ajusta melhor a posição e começa a subir e descer de novo, seus seios subindo e descendo acompanhando sua respiração errática.
O ar escapa com força de meus pulmões a cada investida de seus quadris. Meu corpo está em brasa. Eva não para de se mexer. Para cima. Para baixo. Procurando extrair o prazer que me recuso a lhe conceder. Suas coxas, sua bunda, sua barriga e seu ventre se contraem a cada subida. Na descida, todos os seus músculos relaxam, permitindo que eu a penetre por inteiro.
Eva se entrega totalmente a esse momento, cavalgando com força. Eu sibilo por entre os dentes cerrados, sentindo novamente o orgasmo chegando, e ele vem para valer. Meu sêmen jorrando com toda a força dentro dela. Ela grita se deleitando na sensação de ser preenchida pelo meu gozo. E começa a perseguir seu orgasmo, cada vez mais perto e, do jeito e que com certeza será arrebatador. Está quase lá.
Eu agarro sua cintura limitando seus movimentos, mantendo meu pau enterrado nela. Ela sufoca um grito de frustração.
“Me diz por que, Eva”, sibilo. “Por quê?”
“Não sei!”, grita, tentando remexer meus quadris sobre mim, empurrando meus ombros com as mãos quando sente que eu a aperto com mais força.
Sem soltá-la, fico de pé e nossas posições se invertem. Retiro-me de dentro dela e a ajoelho no assoalho, de costas para mim. Mantendo uma das mãos na base da sua coluna, para que ela não se levante, agarro seu sexo com a outra e começo a masturbá-la, espalhando meu sêmen pela sua abertura, deixando-a toda lambuzada. Ela começa a rebolar, tentando se aproveitar da pressão de meus dedos para gozar... Mas eu a impeço novamente. Eu posso ver seu clitóris pulsando, de forma que qualquer atrito mais profundo pode fazê-la chegar ao ápice.
Enfio dois dedos nela, e suas unhas se enterram no couro preto do assento. Eu a torturo lentamente, masturbando-lhe o suficiente para mantê-la no limiar no orgasmo, mas não o bastante para que ela goze.
“Gideon”, ela diz aos soluços. Seus tecidos sensíveis incham avidamente ao redor de meus dedos. Seu corpo brilha de suor e ela respira com dificuldade.
Inclino-me sobre suas costas, apoiando meu membro sobre sua bunda.
“Me diz por que, Eva”, sussurro no seu ouvido. “Você sabia que eu iria atrás de você... Sabia que ia te ver...”.
Ela fecha bem os olhos e cerra os punhos. “Eu... não... sei... Merda! Eu não sei por que, porra!”
Ah, sabe. Com certeza sabe, só precisa de um estímulo maior. Retiro os dedos e meto meu pau nela sem cerimônia. Seu sexo se expande ao redor da minha ereção, puxando-o ainda mais para dentro. A sensação de ser espremido pela sua carne macia fez um rugido brotar da minha garganta e começo a fodê-la.
Ouço seu grito de prazer. Seu corpo inteiro estremece de deleite enquanto eu a como sem parar, estocando violentamente. A tensão cresce mais e mais e eu posso sentir que ela está perto.
“Assim”, geme, encolhendo-se toda, pronta para gozar.
Eu me retraio diante da primeira contração do seu sexo, deixando-a mais uma vez à beira do precipício. Eva solta um grito de frustração, lutando para se levantar e se afastar de mim. Mas não posso parar, não consigo, a menos que eu ouça a palavra de segurança. Ou a verdade.
Sussurro diabolicamente no seu ouvido: “Me diz por que, Eva. Está pensando nele agora? Queria que fosse o pau dele dentro de você? Queria o pau dele fodendo sua bocetinha?”
Ela dá outro grito. “Eu te odeio! Seu sádico, egoísta, filho da...”.
Antes que ela termine, eu a preencho novamente, investindo com estocadas ritmadas contra seu sexo, alargando seu ventre já contraído. Percebo que ela leva sua mão para em direção ao clitóris. Um simples atrito pode desencadear seu orgasmo.
“Não”, agarro seus pulsos e prendo suas mãos ao assento, usando minhas coxas para manter suas pernas afastadas e poder aprofundar ainda mais a penetração. De novo e de novo. Sem parar. Eva está se contorcendo toda, berrando, prestes a perder a cabeça. Exploro todos os ângulos de sua vagina, exceto aquele ponto exato dentro dela, lugar que eu sei exatamente onde fica. Toda a vez que transamos, é só estimulá-lo e ela goza intensamente.
“Te odeio”, diz aos soluços, com o rosto banhado de lágrimas que caem sobre o assento.
Estamos chegando perto da verdade. Só mais uma provocação e eu sei que ela vai falar.
Inclino-me novamente sobre suas costas.
“Me diz por que, Eva”, sussurro com a respiração ofegante.
“Porque você merece!” berra. “Porque precisava sentir na própria pele! Descobrir o quanto machuca, seu cretino egoísta!”
Suas palavras me paralisam. Eu sabia. Eu sabia que era sobre como ela se sentia em relação à Corinne. Mas eu precisava ouvir, eu precisava ter certeza que era só por isso. O ar se esvai de meus pulmões e uma sensação de alívio me toma.
“Meu anjo”, beijo seu ombro e solto suas mãos para agarrar seus seios. “Minha menina linda e teimosa. Finalmente resolveu dizer a verdade”.
Eu a levanto e a viro de frente para mim. Exausta, ela deixa a cabeça cair sobre meu ombro e as lágrimas pingarem em meu peito. Belisco um de seus mamilos com a ponta dos dedos, fazendo-a gemer fracamente, e abro suas pernas. Meus quadris começam a se mexer, e agarro a pele sensível em torno do seu clitóris e começo a massageá-la enquanto a penetro.
Eva goza esgoelando meu nome, com o corpo inteiro convulsionado, entregue a tremores intensos. Seu orgasmo se prolonga por um bom tempo e eu só faço amplificar seu prazer com estocadas firmes atingindo os pontos certos em seu sexo superestimulado.
Quando enfim ela se deixa cair em meus braços, arfando e ensopada de suor, eu a pego no colo com cuidado e a deito no assento da limusine. Cansada, ela esconde o rosto entre as mãos, enquanto abro suas pernas e começo a chupá-la. Sua entrada está toda melada de porra e minha língua é incansável em recolher cada gota. E assim fico até fazê-la gozar de novo, e de novo e mais uma vez. Suas costas se arqueiam a cada novo clímax, o ar escapando com força de seus pulmões. Em algum momento ela tenta se afastar de mim. Arranco a camiseta, monto sobre ela com um joelho no assento e o outro pé no chão. Apoio as mãos na janela acima da sua cabeça.
Ela me empurra. “Já chega! Não aguento mais”.
“Eu sei”. Meu abdome se contrai quando a penetro, mantendo os olhos nos seus enquanto abro caminho pelos seus tecidos inchados. “Só quero ficar um pouco dentro de você”.
Eva joga seu pescoço para trás quando entro mais fundo, deixando escapar um gemido grave mostrando o quanto, apesar de estar cansada, ainda deseja me possuir e ser possuída.
Abaixo a cabeça e beijo sua testa. “Você é tudo que eu quero, Eva. Não existe mais ninguém. E nunca vai existir”.
“Gideon”, ela percebe que eu entendi.
O seu ciúme, seu sentimento de possessividade em relação a mim a motivaram a me fazer sentir na pele o que ela sentiu ao me imaginar nos braços de Corinne. Agora eu compreendia sua insegurança, e o quanto eu estava sendo estúpido em considerar isso ridículo.
Eu a beijo de levinho, de forma quase reverente.
Eva mais uma vez me fez enxergar o que eu não conseguia ver.
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* Groupieé uma pessoa que busca intimidade emocional e/ou sexual com um músico. O termo, utilizado pela primeira vez em 1967 para descrever garotas que perseguiam lascivamente integrantes de bandas de pop ou rock. (Informações retiradas da Wikipédia).


E então??? Intenso, né?? Eu senti muita agonia nesse capítulo, confesso! Esse Brett também é uma coisa, viu?  Espero que tenham gostado! E espero ver 
vocês todas comentando, hein??  


Beijos e até a próxima! 

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