sábado, 23 de agosto de 2014

Toda Minha: Capítulo 8 — Emoções

Ei gente, tudo bem? Desculpe a demora. Conforme eu havia avisado em minha página no face, eu tive que viajar para resolver um assunto familiar e fiquei sem acesso à internet. Por isso não consegui postar, desculpe! 
Preparem-se porque esse capítulo está cheio de altos e baixos e fortes emoções! 
E, sim, tem One Direction  na trilha sonora, não se assustem, kkkkk. Não sou fã, mas gosto muito dessa música (apesar de ter achado o clipe horroroso). A letra é linda e tem tudo a ver com o momento do nosso casal. 
Espero que gostem! Boa leitura!

Não existem oportunidades únicas, a vida nos dá sempre outra chance.
— Paulo Coelho

Mas que merda! Eu sou mesmo um idiota! Estraguei tudo de novo!
 Fui me deixar levar pela excitação do momento e acabei pensando com a cabeça errada!
Porra, Gideon!
Não posso culpá-la por sair correndo. Ela deve estar se sentindo usada e muito arrependida de ter me dado uma chance. Dei minha palavra de que dessa vez seria diferente, mas mais uma vez recorri aos velhos hábitos e agora estou fodido, e não no melhor sentido da palavra. Passei por cima do que prometi e com certeza ela está ainda mais magoada do que antes. Como sou estúpido! Preciso consertar isso. Preciso ganhar sua confiança de volta.
Visto uma calça jeans e uma blusa de linho branca que encontro no guarda roupas e desço as escadas de incêndio como um jato, parecendo um louco fugindo do manicômio. Não posso perder um segundo sequer. Chego à recepção em segundos e pergunto ao gerente se ele a havia visto sair.
 “Ela saiu pela entrada lateral, senhor”.
O gerente age com a maior discrição e profissionalismo possíveis. Ele sabe das “visitantes” que eu costumo trazer. Quer dizer, costumava.
Eva...
Ela deve estar transtornada e envergonhada. Saio em disparada para a rua seguindo seus possíveis passos, mas ela pode estar em qualquer lugar. Tento ligar para seu telefone várias vezes, mas não atende. Deixo uma mensagem de texto:
*Estraguei tudo de novo. Não me abandone. Fale comigo. Por favor.*
Meu coração está a mil por hora, minha cabeça está girando, um nó horrível se forma em minha garganta, meu corpo inteiro está em estado de pânico! É como se eu estivesse no meio de um ataque terrorista procurando um parente que tenha sobrevivido. Sinto um martelar nos meus tímpanos e cada músculo do meu corpo lateja pela tensão arrasadora que invade meus nervos como uma corrente elétrica. Essa é a primeira vez que sinto medo em minha vida adulta, e meus medos de infância e adolescência sequer podem se igualar ao que sinto agora.
Está anoitecendo, o fluxo de carros é intenso e os pedestres lutam por seu lugar na calçada, sem se importar com quem está ao lado. Meus olhos estão atentos, procurando por seus cabelos dourados. Vejo algumas loiras, mas nenhuma delas é meu anjo. Eu a reconheceria em qualquer lugar. O peso do remorso se mistura à raiva que sinto de mim mesmo por ter sido tão insensível. Cary estava coberto de razão. Tenho muito potencial para machucá-la, mesmo que não seja intencional, o que não alivia em nada minha culpa.
Tento seu celular mais algumas vezes até que...
“Alô”, responde uma voz embargada.
“Eva! Graças a Deus. Onde você está?”
“Não sei. Eu... Sinto muito, Gideon”. Ela parece um pouco transtornada e confusa.
“Não, Eva. A culpa foi minha. Preciso encontrar você. Pode descrever o lugar onde está? Você foi andando?”.
Com um pouco de persuasão, consigo suas coordenadas e a encontro em um pequeno restaurante italiano. Paraliso no limiar. Ela está ao fundo, cabisbaixa e triste. Parece tão pequena e vulnerável. Não gosto de vê-la dessa forma, e sei que a culpa é minha. Seu olhar se levanta para me encarar e, ignorando o hotess que tenta me abordar, vou até ela e a aperto forte em meu abraço.
“Pelo amor de Deus. Eva”. Meu corpo inteiro estremece com o contato de nossos corpos e enterro meu rosto em seu pescoço.
Eva retribui o abraço e um alívio me inunda ao sentir seu cheiro, seu toque. Ela está comigo, ela está aqui.
Então me dou conta de que o lugar está lotado e alguns olhares curiosos estão grudados em nós. Temos que ir para um lugar com mais privacidade.
“Eu não poderia estar aqui. Não posso aparecer em público assim. Podemos ir para minha casa?”
Seu rosto transfigura para hesitação e medo. Dou-lhe um beijo na testa e explico que não será da mesma forma que no hotel, pois as únicas mulheres que já estiveram lá foram minha mãe e minha governanta.
“Isso é idiotice, estou sendo idiota”. Murmura angustiada.
“Não”. Afastou os cabelos de seu rosto e me inclino para cochichar em sua orelha. “Se você tivesse me levado a um lugar reservado para trepar com outros homens, eu teria perdido a cabeça”.
O garçom aparece nos oferecendo um cardápio e eu nego, entregando-lhe o cartão para pagar o pedido que Eva havia feito.
Pegamos um táxi e, durante o trajeto, seguro sua mão, para passar-lhe conforto e, ao mesmo tempo, conter minha própria ansiedade. Nenhuma mulher com quem transei entrou lá antes, nem mesmo Corinne. Minha casa é meu refúgio, o lugar onde posso ser eu mesmo. Lá eu não preciso fingir ou interpretar meu papel de playboy bilionário e empresário de sucesso. Lá, eu sou apenas Gideon. Deixar Eva entrar será um grande passo, um passo que estou mais do que disposto a dar. A ligação que temos é especial, é diferente. O que ela quer de mim é diferente do que as outras querem. O fato de eu ser Gideon Cross é suficiente para as outras, mas não para Eva; eu tenho que ser mais. E é por isso eu a quero tanto: porque ela é mais para mim.
Meu apartamento, que fica na 5ª Avenida, foi minha primeira aquisição imobiliária. Ele fica em um prédio no estilo Segunda Guerra, e é um dos mais antigos e bem conservados de Nova York. Eu estava em busca do lugar perfeito, que me fizesse sentir em casa. Sempre que passava pelo Central Park, eu me perguntava como seria acordar e ver, todos os dias, um dos lugares que marcaram minha infância e que me trazem boas memórias. Assim que soube que um dos apartamentos iria ficar vago, me adiantei para adquiri-lo. E, coincidentemente ou não, é o que tem a melhor vista para o parque. Quando entrei aqui pela primeira vez, me senti em casa. E agora, espero que Eva sinta o mesmo.
Chegamos. Estou tão nervoso, a tensão é nítida em meu rosto. Para mim, a casa é um local muito íntimo. Ali, você é livre para ser quem é independente de sua posição social, de seu emprego, do papel que você representa da porta para fora. É nesse lugar que as máscaras caem e você mostra seu eu verdadeiro. E o meu espera ansiosamente que Eva o aprove.
Foi por esse motivo que eu nunca trouxe nenhuma mulher para dormir comigo aqui. Dessa vez, será diferente. Eu quero Eva em minha vida, eu quero que ela tenha acesso a tudo o que estou disposto a mostrar por enquanto. A partir do momento em que ela entrar em minha casa, não a deixarei sair da minha vida.
Abro as portas.
Meu apartamento é completamente diferente do meu escritório. Lá, o magnata Gideon Cross controla metade de Nova York e mostra sua força nos negócios. Aqui é o refúgio de um homem que aprecia obras de arte, conforto e grande predileção por coisas antigas e clássicas.
“É... incrível”, ela sussurra maravilhada assim que vê a sala.
Fico feliz e aliviado por sua reação. Ela está sendo tão doce e gentil, considerando que agi como um cafajeste. Eu não a mereço, mas farei de tudo para merecer.
“Entre”, digo puxando-a para dentro. “Quero que você durma aqui hoje”.
“Mas eu não trouxe roupas nem nada...”.
“Você só vai precisar da sua escova de dente e da bolsa. Podemos passar na sua casa amanhã de manhã e pegar o resto. Prometo que você não vai se atrasar para o trabalho”. Eu a abraço e apoio o queixo no topo de sua cabeça. “Quero muito que você fique. Não culpo você por ter saído correndo daquele quarto, mas seu sumiço me deixou desesperado. Preciso de mais um tempinho na sua companhia”.
“Preciso de um abraço”. Ela diz enfiando as mãos sob minha camiseta. “E um banho também me faria bem”.
Inspiro profundamente, com o nariz bem próximo dos meus cabelos. Ela cheira a mim e a sexo. Uma mistura absolutamente excitante, mas não é hora para pensar nisso, então a levo pela mão até minha suíte. Eva precisa relaxar, e quero proporcionar-lhe o máximo de conforto possível.
Já no banheiro, entrego-lhe toalhas limpas.
“Obrigada”, diz emocionada.
Sei que não está me agradecendo só pelas toalhas. Eva se sente bem e feliz por eu estar compartilhando um pedaço de mim com ela. Nunca pareceu certo trazer alguém aqui até agora.
“É muito bom ter você aqui”, digo com sinceridade.
Deixo-a tomar banho e separo uma camiseta minha para Eva usar. Em seguida ligo para o Petrossian e peço o caviar.
Meia hora depois estamos juntos na sala jantando enquanto assistimos TV. Trata-se apenas de estar aqui, fazendo uma coisa tão normal, passando um tempo juntos, fazendo companhia um para outro. Sem pressão, sem estresse. Em seguida, vamos para o quarto terminar de assistir o programa. Não costumo dormir de pijama, então fico apenas de cueca boxer. Eva se enrola em mim e só de saber que ela não está usando nada por baixo da minha camisa, meu pau endurece. Mas, por mais que a tensão sexual entre nós seja palpável, não pretendo tomar a iniciativa para o sexo. Quero lhe provar, de todas as formas que eu puder que o que quero de nossa relação não se resume a isso. Quero que ela sinta que é mais para mim, muito mais do que nenhuma mulher foi.
E assim, abraçados, derivamos para um sono tranquilo.

Estou em meu quarto e tudo está escuro. Um silêncio sepulcral. Tento me levantar, mas sinto um peso em cima de mim, e uma risada abafada. Eu conheço essa risada.
Não, não, não! De novo não!
Ele desce minhas calças e começa a me acariciar. Um terror toma conta de mim e tento me mover, mas o seu corpo está sobre o meu. Sua mão sufoca meus gritos de socorro enquanto a outra continua enfiada no meio das minhas pernas. Tento fechá-las, mas é impossível.
Esse pesadelo nunca vai acabar! Ninguém vai me socorrer?
Está doendo, muito. Eu não consigo fazê-lo parar. Ele é grande, forte e está me apertando cada vez mais.
De repente, escuto uma voz suave, doce e divina chamando por mim. Uma luz no fim do túnel. Meus olhos rodeiam o quarto, desesperados para encontrar meu anjo salvador.
“Gideon. Você está sonhando. Acorde e fique comigo”.
Não pode ser...
“Eva...?”
Luto para encontrá-la, para alcançá-la.
“Estou aqui. Você está acordado?”
Sinto o calor que emana da pele de um corpo nu e macio ao meu lado e dedos que passeiam suavemente por meus bíceps.
“Gideon?”
Acordo num sobressalto. “Quê? O que foi?”
Estou me sentindo desorientado, perdido e meu corpo está rígido. Passo a mão pelos cabelos como se esse gesto fosse me ajudar a entender o que está acontecendo. Quando olho para Eva, é que me dou conta de que tive um pesadelo. E ela viu tudo. Apoio-me nos cotovelos e pergunto se está tudo bem. Não posso afugentá-la, de novo.
“Quero você”. Sussurra se deitando ao meu lado, pressionando seu rosto contra meu pescoço e lambendo minha pele úmida.
Mesmo surpreso, meus braços a envolvem automaticamente e minha mão percorre a curvatura de sua coluna. Suspiro de alívio. A dor, a solidão, a tristeza e o medo se foram. Ela está aqui e bastou apenas seu toque para mandar meus demônios para longe.
Eva me deita de costas e vem pra cima de mim. Seus lábios doces devoram os meus. Agarro seus cabelos para manter a sensação. Minha ereção faz contato direto com seus lábios vaginais, que se abrem como uma flor para me receber. Ela começa a se masturbar, esfregando seu clitóris por toda a extensão do meu membro.
Puta merda! Esse sobe e desce está me deixando louco!
Não podendo mais me conter, solto um gemido gutural e rolo para cima de seu corpo, invertendo a posição. Eu quero estar dentro dela, eu preciso disso. Então me lembro de um detalhe que devo compartilhar.
“Não tenho camisinha aqui em casa” murmuro antes de chupar seu mamilo rosado.
“Sei que você falou em apresentar exames quando falamos sobre a pílula e que isso é o mais certo a fazer, mas...” ela diz sem fôlego, mas eu a corto.
“Eu confio em você”.
Estou prestes a fazer a maior concessão de todas na minha vida sexual. Nunca transei sem camisinha antes. Sempre fui muito cuidadoso no quesito proteção, mas agora eu não dou a mínima para isso. Ergo a cabeça para olhá-la. Eva está mais linda do que nunca, sua pele pálida está quase febril, seus seios intumescidos brilham sob a luz do luar e seu olhar me chama. Ela precisa desse contato tanto quanto eu. Então a penetro, sentindo sua carne me acolher centímetro por centímetro.
“Eva”, suspiro enquanto a aperto contra meu corpo. “Eu nunca... Meu Deus, como você é gostosa. Estou muito feliz por você estar aqui”.
“Eu também”, sussurra, me beijando.
Uma sensação inexplicável, nova, e deliciosa. Seus tecidos úmidos mastigam meu pau como se estivessem famintos. E o aperto é ainda melhor sem a camisinha. Sinto a umidade em suas dobras, o que me ajuda a entrar cada vez mais fundo, cada músculo se contraindo, todo o seu interior se dilatando para se adaptar à minha ereção.
Fizemos amor lentamente, sem nos preocuparmos com nada ao nosso redor, nada que não fosse sentir os contornos do corpo um do outro, o gosto um do outro. Foi uma delícia. Quando terminamos, ficamos nos olhando intensamente, por intermináveis minutos, nos acariciando, trocando beijos longos e ardentes. Eu não queria que aquilo acabasse. Agora, ela está aqui, enredada em meus braços, mas continuo dentro dela. Suas feições estão leves, pacíficas. Acredito que finalmente alguém viu que eu estava completamente fodido, resolveu me dar uma chance e me enviou um anjo particular para me livrar das tristezas e dos demônios que atormentam minha alma.
Acordo com a luz do amanhecer invadindo o quarto. Ainda estou dentro dela. Sinto a umidade de sua abertura envolver o meu pau. Não consigo resistir, então fico por cima novamente e o empurro mais fundo. A sensação é maravilhosa. Ela está apertada, quentinha e lisinha. Deslizo com facilidade, apesar do aperto. Seus olhos se abrem, e a surpresa é logo substituída pelo desejo.
“Espero que não se incomode”, murmuro com um sorriso malicioso enquanto entro e saio dela. “Você estava quentinha e molhada. Não pude evitar”.
Ela abraça minha cabeça e arqueia as costas, pressionando seus seios contra meu peito e resmunga com um sorriso:
“Humm... Eu adoraria acordar todos os dias deste jeito”.
“Foi isso o que eu pensei às três da manhã. Pensei em retribuir o favor”.
Mexo meus quadris e entro mais profundamente. Seu corpo responde imediatamente.
“Por favor”. Respira
E retribuo com prazer. Acabo de descobrir que adoro sexo pela manhã.
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Acordar com Eva é uma experiência muito gostosa. É tão bom estar com ela, fazendo coisas normais, cotidianas. Mesmo esses pequenos momentos compartilhados estão se tornando muito importantes. Uso o terno Prada grafite que ela escolheu. Seus olhos gulosos pousaram sobre mim enquanto me vestia. A ideia de tirar minha roupa com certeza passou pela sua cabecinha diabólica.
Chegamos a seu apartamento. Cary não está.
Entre esses pensamentos sobre nosso tempo juntos, me mata lembrar que tenho um compromisso inadiável mais tarde, que irá me tirar de perto de Eva por um tempo não quero perder.
“Tenho um jantar de negócios hoje à noite. Queria que você fosse para tornar a coisa mais suportável”, comento. Não quero pressioná-la, mas a também não quero abrir mão de sua companhia.
“Não posso dar o cano em Cary. As amigas vêm em primeiro lugar, você sabe como é”, diz se desculpando.
Eu sorrio e a prendo contra o balcão. Acabo de levar um fora sutil e não gostei. Mas isso não significa que me darei por vencido. Depois do que aconteceu ontem, não vou abrir mão de dormir ao seu lado. Contudo, Cary é uma espécie de irmão para ela, e tenho que fazer concessões. Eles fazem parte da vida um do outro há muito tempo, e não quero ter que disputar por atenção. Devo conquistar meu espaço a partir do momento que isso não signifique entrar em confronto com Cary.
“Cary não é uma amiga sua. Mas entendi o que você quis dizer. Quero ficar com você hoje à noite. Posso vir depois do jantar e dormir aqui?”
“Eu adoraria que você viesse”, responde alegremente deslizando suas mãos pelo meu colete.
“Ótimo”. Mesmo porque, meu anjo, você não vai se livrar de mim tão cedo. “Vou fazer um café enquanto você se troca”.
Eva me instrui sobre onde encontrar os grãos e de como gosta de seu café. Essa informação será espontaneamente absorvida por minha mente de forma que, da próxima vez que eu fizer seu café, será automático, como escovar os dentes. Não precisarei perguntar pelo fato de ter esquecido ou apenas para confirmar. Tudo sobre ela me interessa, me fascina.
Encho duas canecas de café para viagem e Eva sai do quarto, já pronta para ir ao trabalho. Assim que Angus põe o Bentley em movimento, analiso minha bela namorada dos pés a cabeça e percebo que, com certeza ela, está tentando me matar.
É difícil manter meu amigo aqui comportado, especialmente quando a visão que tenho a minha frente, está vestindo uma saia vermelha curta, saltos altos e meias 7/8. E, quando eu achava que não poderia estar mais fodido, ela deixa à mostra a cinta-liga que prende a parte superior da meia. Caralho, isso é golpe baixo!
“Gostou?” pergunta com falsa inocência.
“Estou de pau duro”. Minha voz sai rouca, e tenho que me ajustar dentro da calça. “Como é que vou conseguir trabalhar pensando em você vestida desse jeito?”
“Temos sempre a hora do almoço”.
Ela está me sugerindo uma rapidinha no meu escritório? Sério? E ainda por cima se aproveitando do meu estado?
As mulheres podem ser muito malignas quando querem.
“Tenho um almoço de negócios hoje. Eu poderia remarcar se já não tivesse feito isso ontem”, aviso.
“Você remarcou um compromisso por minha causa? Que honra”. Ela parece surpresa com meu gesto.
Meus dedos vão para sua bochecha, acariciando-a suavemente. Ela se inclina para o meu toque.
“Você consegue reservar quinze minutos do seu dia para mim?” pergunta suavemente.
“Vou dar um jeito”. O que não faço para estar perto dessa mulher?
Ela respira fundo e começa a revirar sua bolsa. Seu olhar terno de outrora é anuviado pelo nervosismo.
“Eu trouxe uma coisa. Achei que...”. E para.
Franzo o cenho. Porque ela ficou tão tensa de repente? Pergunto o que há de errado.
“Nada. É que... Então, eu trouxe uma coisa pra você, mas acabei de me dar conta que é o tipo de presente que... Não é bem um presente. Agora estou pensando que talvez não tenha nada a ver e...”.
Estendo a mão, decidido e intrigado. “Dê aqui”.
“Você não precisa ficar com ele se não quiser...”.
“Pare de falar, Eva”, já estou impaciente. “Dê aqui”.
Ela retira da bolsa um porta-retratos moderno com recortes de imagens relacionadas a formaturas, que incluía um relógio digital marcando três da manhã. Na fotografia, Eva está posando na praia, de biquine e com um enorme chapéu de palha, feliz e soprando um beijo.
Por um momento, não sei o que dizer. Um calor se espalha dentro de mim ao perceber o que ela está tentando fazer. É uma forma que encontrou de me mostrar que se importa comigo, que estaria por perto sempre que eu precisasse, como na noite anterior, após o pesadelo. É um presente simples, mas que contém um valor sentimental inestimável; com certeza, o melhor presente que recebi em toda a minha vida. Mas ainda não faço a menor ideia de como exteriorizar isso.
Eva se remexe no assento, envergonhada. “Como eu disse antes, você não precisa ficar com ela se...”.
“Eu...” pigarreio tentando empurrar o nó na garganta. “Obrigado Eva”.
“Ah, tudo bem...”. O carro estaciona em frente ao Crossfire e Eva sai apressada. “Se quiser, posso ficar com ela e entregar para você outra hora”.
 Fecho a porta do carro e balanço a cabeça. “Nem pensar! Isso é meu e você não vai pegar de volta”.
Entro no prédio com as duas mãos ocupadas. Uma entrelaçada à mão de Eva e a outra segurando o porta-retratos com sua fotografia. Eu estou cercado pelo meu anjo. E imensamente feliz.
Quando chego à recepção, pronto para dizer a Scott para me passar a agenda do dia, me deparo com Ryan Evans, meu assessor de imprensa, que se levanta assim que me vê. Ele é alto, de porte atlético, pele clara, cabelos acobreados e a cor de seus olhos são de um verde bem vivo e escuro, diferente do tom acinzentado dos de Eva. Sua expressão um tanto desconfortável me deixa curioso, já que só em casos extremos, nós conversamos pessoalmente. Ainda sim, sempre marcamos uma reunião com antecedência.
“Algum problema, Ryan?”
“Bom dia senhor Cross”, diz com um tom profissional, porém tenso. “Desculpe ter vindo sem aviso prévio, mas preciso falar com o senhor sobre uma questão urgente”.
Continuo a encará-lo por uns segundos antes de ceder. “Tudo bem”.
Cumprimento Scott com um aceno de cabeça e vou para minha sala, sendo seguido por Evans.
Assim que nos acomodamos, vou direto ao ponto.
“Então? Do que se trata?”
“Senhor, ontem fomos bombardeados por jornalistas. Eles querem saber sobre a mulher...”, ele hesita claramente tentando escolher as palavras “... com quem o senhor foi flagrado perto da CrossTrainer na rua 5 ” e me entrega o tablet, aberto em um site de fofocas.
Analiso a foto do nosso beijo minuciosamente. Meus lábios formigam ao me lembrar do gosto dela. Eva está deliciosamente desfrutável em sua roupa de ginástica. E, do jeito que a agarrei, nós parecemos apaixonados. Ninguém ousaria discordar disso. Com certeza vou querer uma cópia dessa fotografia.
Meu membro fica duro só de pensar nessa bunda redonda e empinadinha se esfregando em minha pélvis enquanto a como por trás. Eva começaria a rebolar para afundar meu pau ainda mais em sua...
Ryan pigarreia, cortando minha fantasia e me fazendo voltar à realidade.
“Como o senhor deseja que eu resolva essa questão?”
Resolver o quê? Não há o que resolver. Eu estava com minha namorada e apenas demonstrei meu afeto em público. Não é como se isso fosse um problema
Ryan é excelente no que faz. Não foi a toa que o contratei. Sei de sua fama de rígido e metódico entre o pessoal da empresa (eu realmente sei tudo o que se passa nesses corredores, até mesmo as fofocas). Embora seu semblante permaneça impassível, tenho certeza que ele adoraria me passar um sermão com frases de efeito, como nessas palestras de autoajuda, adaptadas para essa situação, como “Se você não quer expor sua vida pessoal, não beije uma mulher em público”. Mas, como seu trabalho não inclui emitir opiniões, ele não faz comentário algum. Apenas aguarda pacientemente (na medida do possível) minhas instruções.
“A mulher da foto é Eva Tramell, filha de Monica e Richard Stanton. Mande uma nota à imprensa declarando que ela é minha namorada e a pessoa mais importante da minha vida no momento”.
Ryan arregala um pouco os olhos, mas consente sem dizer uma única palavra.
“E lembre-se: essa informação veio de uma ‘fonte confiável’”, digo enfático. Não quero que pensem que saio por aí falando da minha vida pessoal.
“Entendido”, diz já retornando ao seu tom frio e profissional.
 “Quero que tudo esteja resolvido antes do almoço”, dispenso-o.
“Claro, senhor. Com licença”. E sai.
Agora sim, todos os homens num raio de cinco mil quilômetros e além saberão que ela pertence a mim. E isso inclui o pervertido do elevador, os babacas da esteira, o instrutor Daniel e quem mais se atrever a tocar no que é meu.
Chamo Scott pelo interfone para passar os compromissos do dia. Verificação de relatórios, almoço de negócios com representantes de minha filial na Europa, uma reunião e um jantar com os responsáveis por minha rede de cassinos em Las Vegas.
“Preciso de 15 minutos livres na agenda de hoje, após o almoço”, digo a ele.
“Posso perguntar qual o compromisso senhor?” indaga sem parecer curioso.
“Eva”, respondo simplesmente.
Seus olhos mostram certa satisfação, sem malícia, ao ouvir o nome dela. Eva realmente o conquistou.
“Claro. Será possível. Vou fazer um remanejamento e lhe informarei o horário com mais precisão”.
“Excelente. Pode voltar aos seus afazeres”.
“Com licença”. Ele sai.
Não se passaram nem duas horas desde que deixei Eva na agência e já estou com saudades. Ela se tornou não apenas uma parte fundamental da minha vida, mas minha prioridade. Coloco o porta-retratos sobre a mesa e fico a admirá-lo por um tempo, pensando no quanto minha vida mudou desde que conheci essa diabinha encantadora. Nunca me senti tão em paz comigo mesmo e de bem com o mundo como agora.
Já são 12h e estou no saguão do Crossfire com Glenn Strauss, Marie Le Clair e Pietra Lucchesi, os executivos responsáveis pela supervisão da expansão das Indústrias Cross na Europa. Vamos... Espere, mas o que está acontecendo? Avisto Eva saindo em disparada do elevador. Ela parece distraída e um tanto angustiada, tanto que passa direto por mim. Alguma coisa está errada e fico imediatamente preocupado. Eu a alcanço e paro bem à sua frente.
“Eva”.
Ela detém-se de supetão e me olha, e fica ainda mais nítido que ela não está bem. Apresento-lhe para meus associados, peço-os licença e a puxo para um canto.
“O que aconteceu? Você está chateada”.
“Está em toda parte”, sussurra. “Uma foto de nós dois juntos”.
Uma bela foto de nós dois juntos, acrescento mentalmente.
 “Eu vi”, afirmo tranquilamente.
Ela me olha perplexa. “E você nem liga?”
“Por que deveria? Pela primeira vez, estão dizendo a verdade”.
Ela parece chocada por eu não estar bufando como um touro bravo, mas logo fecha os olhos em fendas, como se tivesse descoberto algo.
“Você planejou tudo. Isso é coisa sua”, acusa.
“Não exatamente”, rebato, sem me alterar. “O fotógrafo estava lá por acaso. Eu só proporcionei a ele uma imagem que valia a pena divulgar, e falei pra assessoria de imprensa deixar bem claro que você é minha”.
 “E porque você faria isso?”
Para mostrar a todos que você é minha e, portanto, está permanentemente indisponível para qualquer outro ser humano.
Simples assim.
“Você tem sua maneira de lidar com o ciúme, e eu tenho a minha”, respondo. “Nós dois estamos comprometidos, e agora todo mundo sabe disso. Por que isso seria um problema?”
 “Eu estava preocupada com sua reação, mas não é só isso... Existem coisas que você não sabe, e eu...”, ela está muito aflita. “Nossa relação não pode ser assim, Gideon. Não pode vir a público. Eu não quero... Droga. Vou virar motivo de constrangimento pra você”.
Constrangimento? Observo-a atentamente, tentando entender o que isso significa, e ao mesmo tempo, transparecer segurança.
“Não vai, não. Isso é impossível”, falo calmamente enquanto afasto uma mecha de seu cabelo do rosto. “Podemos conversar sobre isso mais tarde? A não ser que você precise de mim...”.
“Não, tudo bem. Pode ir”.
Cary aparece e, assim que capta o clima entre nós, sua fisionomia muda. “Está tudo bem?”
“Oi, Cary. Está tudo bem”.  Cumprimento-o e aperto a mão de Eva carinhosamente. “Aproveite bem seu almoço e não se preocupe”. E volto a me juntar ao grupo de executivos.
_____//_____
Mando uma mensagem para Eva, avisando que Scott conseguiu abrir uma brecha de 15 minutos antes da minha próxima reunião. Mas as coisas não saíram como planejei. O telefonema de Tory Marshall, uma das executivas responsáveis pela supervisão da construção de um resort no Arizona, dura mais do que o necessário. Ela suspeita de superfaturamento no orçamento do projeto e fraudes nas contas, que não estão fechando, e está me pedindo conselhos de como lidar com a situação. Isso é extremamente preocupante, principalmente por se tratar de um projeto de grande porte, que está movimentando milhões de dólares em investimento. Se há uma coisa que eu não suporto é ilegalidade e falcatruas. Isso me irrita pra caralho e só de pensar na possibilidade de alguém estar agindo pelas minhas costas, a bile me sobe na garganta de ódio. E, se for verdade, eu vou destruir o responsável quem quer que seja.
Marshall já foi um inconveniente no passado ao tentar flertar comigo várias vezes. E agora mesmo, ela está se tornando um fardo com sua falta de pulso e incompetência. Como encarregada, sua obrigação é saber contornar esse tipo de situação e apenas me manter atualizado sobre o andamento do caso. Esse é o seu trabalho. É pra isso que pago seu salário.
A porta do meu escritório se abre de repente e Eva entra sem cerimônia, com um olhar provocativo e mascando chiclete.
Como ela faz esse gesto inocente ser tão sexy?
“Não me interessa! Você deveria ser capaz de fazer seu trabalho sem que fosse preciso supervisioná-la o tempo todo”. Vocifero para Tory, sem tirar os olhos do meu anjo.
Ergo um dedo para Eva, sinalizando que ainda vou levar um minuto para terminar. Ela responde estourando uma bola bem grande de chiclete. Minhas sobrancelhas sobem de imediato. Ela está se divertindo à minhas custas. Aciono os botões para tornar as paredes de vidro opacas. Enquanto isso, Marshall continua a se lamuriar por não saber o que fazer.
Eva vem alegremente saltitante até mim e, num pulo, se senta em cima da mesa, fazendo uma nova bola com o chiclete. Agilmente, estouro-a com apenas um golpe. Ela faz um beicinho charmoso que envia uma ordem imediata para o meu membro: “Endureça!”. E ele obedece como um bom escravo.
Merda!
“Dê um jeito nisso”, ordeno à Tory, com o tom de voz autoritário que me fez temido entre meus funcionários. “Só vou poder ir até aí na semana que vem, e ficar me esperando sem fazer nada só vai atrapalhar. Agora pare de falar. Tenho um assunto urgente na minha mesa pra resolver e você está me atrapalhando. Pode ter certeza que estender essa conversa só vai servir pra me irritar. Faça o que precisa ser feito e amanhã conversamos de novo”.
E bato o telefone no gancho com violência, por causa da raiva e do tesão.
“Eva...”.
Ela ergue uma das mãos para manter-me à distância e embrulha o chiclete em uma folha de um bloco de papel que está em cima da mesa.
“Antes que brigue comigo, senhor Cross, gostaria de dizer que, quando chegamos a um impasse nas discussões sobre a fusão ontem no hotel, eu não deveria ter ido embora. Isso não ajudou em nada. E eu não reagi muito bem à divulgação da foto pela assessoria de imprensa. Mas ainda assim... Mesmo não tendo sido uma boa secretária, acho que mereço outra chance de me destacar”.
Estreito meus olhos, tentando entender aonde ela quer chegar. “Eu pedi sua opinião sobre que atitude tomar a esse respeito, senhorita Tramell?”
Ela me olha de cima em baixo, desce da mesa, chega bem perto de mim e alisa minha gravata com as mãos. “O que posso fazer para corrigir isso? Tenho outras habilidades muito convenientes”.
Eu a agarro pelos quadris. “Essa foi uma das razões por que você foi a única mulher que levei em consideração para o cargo”.
Impertinente como sempre, Eva acaricia meu pau por cima calça, que se anima com o excesso de atenção. “Que tal eu retomar meus afazeres? Posso fazer uma demonstração de que sou a pessoa mais qualificada para ser sua assistente”.
“Bela iniciativa, senhorita Tramell. Mas minha próxima reunião é daqui dez minutos. Além disso, não estou acostumado a expandir os horizontes profissionais dos meus funcionários no meu escritório”.
Ela abre o botão da minha calça e abaixa o zíper, com sua boca colada ao meu queixo.
“Se está pensando que existe algum lugar em que eu não vou fazer você gozar, é melhor refazer seu planejamento”, sussurra asperamente.
Essa mulher decididamente quer me enlouquecer, não há outra explicação! Estou excitado e completamente preso ao seu feitiço. E não gostaria de estar em qualquer outro lugar.
“Eva”, suspiro agarrando sua garganta, roçando seu queixo com os polegares. “Você está me deixando perturbado. Sabia disso? Está fazendo de propósito?”
A danada enfia a mão dentro da minha cueca e me agarra por inteiro, oferecendo seus lábios carnudos e belos para serem beijados. Sem a menor vontade de reprimir meu desejo, ataco sua boca ferozmente.
“Quero você agora”, gemo.
Ela se abaixa abruptamente descendo minha calça e cueca, me assustando.
“Eva o que você está...”.
E perco a voz quando ela...
...cai de boca no meu pau!
Porra!
Minhas mãos se agarram ao tampão da mesa, ficando pálidas pelo esforço. Ela o agarra na base e chupa a ponta, soltando um gemido que poderia me fazer gozar. Solto um rosnado em resposta. Levanto seu queixo com os dedos e olho fundo nos seus olhos.
“Lambe”, ordeno.
Ela passa sua língua quente e suave por toda a extensão do meu pau. Libero meu líquido pré-ejaculatório em um jorro quente e prazeroso. Eva começa a ordenhar com força, abocanhando-o sucessivamente. Agoniado pelas diversas sensações e excitado por ver sua cabeleira loira entre minhas pernas, imploro para que ela chupe mais fundo. Sua boca é tão gostosa e experiente. A diaba sabe exatamente o que está fazendo.
Vê-la se contorcer de tesão enquanto me dá prazer é excitante pra caralho. Não resisto e seguro seus cabelos, como ela faz com os meus quando me beija. O carinho se torna mais selvagem e bruto. Ah... Que delícia! Eva está me fazendo perder o controle de novo. Quanto mais ela suga, mais duro eu fico. Minha cabeça pende para trás e tento não perder o fôlego.
“Eva, você chupa tão gostoso”, digo ofegante.
Seguro sua cabeça, levanto-me e assumo o controle mexendo os quadris sem parar, desesperado para chegar ao orgasmo. Ela aperta meus quadris, chupando e lambendo freneticamente, tão sedenta quanto eu. Em seguida, acaricia minhas bolas suavemente, me fazendo ficar ainda mais ensandecido. Estou chegando lá. Puxo seus cabelos com mais força.
“Ah, Eva”. Minha voz soa rouca e gutural. “Você vai me fazer gozar”.
Em segundos, explodo em um jorro grosso e espesso que ela engole com dificudade. Meu corpo convulsiona e solto gemidos e murmúrios incompreensíveis até para mim mesmo. Ela me lambe até me deixar limpo. Estou resfolegando, mas não de cansaço; quero comê-la em meu sofá até não ter mais forças. Ainda mais depois de seu ataque surpresa delicioso.
“Preciso ir”, murmura, levantando-se e beijando minha boca. “Espero que o restante do seu dia seja sensacional, e seu jantar de negócios também”.
O quê...? Como assim?
Ela me disse que não gosta de sentir usada no sexo, não quero que se sinta assim. Seguro seu pulso, olhando as horas no visor de meu celular. Estou ansioso e frustrado por que não tenho tempo para retribuir, mas eu quero.
“Eva... Droga. Espere um pouco”.
Ela me olha de testa franzida enquanto me recomponho, vestindo a cueca e ajustando a camisa para vestir a calça. Em seguida a puxo para perto e beijo sua testa. Solto seu rabo de cavalo e aliso seus cabelos.
“Eu não fiz nada pra você”, e isso está me corroendo.
“Não precisa. Foi maravilhoso assim mesmo”, argumenta.
“Sei que você precisa empatar o placar, não posso deixar você ir embora se sentindo usada por mim”.
Deve ter soado grosseiro, eu sei, mas ainda estou aprendendo a me lidar com essa coisa de me importar com os sentimentos de alguém.
Ela envolve meu rosto com suas mãos. “Você me usou, sim, mas com minha permissão, e foi uma delícia. Eu queria fazer isso pra você, Gideon. Lembra? Eu avisei. Queria que você tivesse algo para se lembrar de mim”.
Arregalo meus olhos e um alarme soa em meus ouvidos. Porque precisaria lembrar-me dela? Primeiro a foto agora isso... O que está acontecendo?
“Por que preciso de lembranças se tenho você? Se está falando sobre a foto...”. Ela me interrompe.
“Fique quietinho aí e aproveite o momento. Mesmo se tivéssemos uma hora, eu não ia querer que você me fizesse gozar. Não estou disputando quem faz o outro gozar mais vezes, campeão. E, sendo bem sincera, você é o primeiro cara para quem eu posso dizer isso tranquilamente. Agora preciso ir. E você também tem um compromisso”.
Ela se afasta para sair e eu a seguro novamente para fazê-la me explicar o motivo disso tudo. Mas a voz de Scott ressoa no interfone para me avisar que o pessoal da reunião chegou.
“Está tudo bem, Gideon” tenta me tranquilizar. “Você vai passar lá em casa hoje à noite, certo?”
“Isso eu posso garantir”, respondo imediatamente.
Ela se despede de mim com um beijo na bochecha e se vai.
Tento me concentrar na reunião, mas é impossível. Eva não sai da minha cabeça. Suas palavras e gestos estão me deixando confusos. Não que eu não tenha gostado do boquete surpresa. Eva chupa um pau como ninguém. Sexo oral sempre foi uma constante na minha vida, mas nunca foi intenso e explosivo como foi com Eva. E o porta-retratos... Foi um presente incrível. Uma amostra de seus sentimentos e de seu cuidado comigo. Ninguém nunca fez algo que se compare a isso, nem sequer chegou perto. Ela não queria me bajular, mas me consolar, mostrar sua preocupação. Mas a palavra lembrança ainda martela em minha cabeça. O que ela quis dizer? Será que ela está arrependida de se envolver comigo e quer se despedir? Quer me deixar calmo para depois terminar tudo? Ou isso tem alguma ligação com o que ela quer me contar? Eva disse que ela seria motivo de constrangimento pra mim. Mas em que sentido? Minha cabeça começa a latejar. Estou ficando louco com tantas suposições.
Seja o que for que estiver acontecendo, vamos resolver. Se tiver algo estragado, vamos consertar. Não vou deixá-la sair da minha vida.
A reunião acaba antes das cinco. Ligo para Angus e lhe ordeno que leve Eva para casa, a fim de preservá-la da perseguição dos paparazzi. Sou um homem muito visado e o alvo favorito das revistas de fofoca, que adoram ressaltar as diversas beldades morenas com quem já fui fotografado. E, após a divulgação da nota que Ryan elaborou, eles já devem ter cavado fundo para descobrir mais coisas sobre Eva, principalmente porque, depois de Corinne, eu não assumi ninguém publicamente.
Ligo para Raul, meu outro motorista e mando-lhe vir me buscar no trabalho. Irei à Neiman Marcus fazer algumas compras. Quero que Eva se sinta em casa quando estiver em meu apartamento e garantir que ela não dê por falta de alguma coisa que precise.
Compro lingeries, algumas peças de roupa, dois robes e um vestido de noite, além dos produtos de beleza que ela costuma usar. Assim, quando for para minha casa, não precisará levar nada além de si mesma. Sei exatamente quais são por causa do dossiê, que contém faturas detalhadas das compras que ela fez com seu cartão de crédito.
Quando eu estava com Corinne, eu lhe dava presentes caríssimos e tudo o que ela desejasse em termos matérias, mas nunca lhe comprei roupas íntimas ou algo do tipo. Nunca pensei que faria isso um dia e cá estou eu, deixando claro para quem quiser ver ou ouvir que há uma mulher em minha vida, a mais importante devo acrescentar, e que cuido de todas as suas necessidades.
Depois de um mísero golpe de 38 mil dólares em minha conta bancária, eu volto para casa, arrumo suas coisas em meu quarto e tomo um banho para meu próximo compromisso.
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A reunião está sendo bem agradável. Fiz questão de pedir um salão privativo, já que iríamos tratar de negócios entre seis pessoas. Estamos na fase final das obras em Seattle. O orçamento está dentro do esperado, bem como os prazos que foram cumpridos com exatidão. Mas o que está me deixando animado mesmo é saber que Eva está me esperando. A saudade me aperta o peito.  A vontade de tê-la em meus braços, de sentir seu cheiro, de provar o seu gosto, de amá-la por horas a fio, é quase incontrolável. Estou tentando fazer de tudo para finalizar a reunião o mais cedo possível, já que não há muito com o que se preocupar.
Encerramos a reunião e já estou pronto para ir embora quando a ouço me chamar.
“Gideon”.
Eu me volto para encará-la.
“Magdalene”, respondo curto e grosso.
Sua pose altiva se desvanece no mesmo instante.
“Pela forma como está me chamando, tenho certeza de que Eva lhe contou em detalhes nossa conversa no banheiro”, comenta hesitante.
As palavras rudes que ela dirigiu à Eva no dia da festa ainda fazem meu sangue ferver.
“Você não tinha esse direito”, afirmo asperamente. “Essa é minha vida e a pessoa com quem resolvo me envolver ou não só diz respeito a mim. Eva não precisava e nem merecia ter escutado aquelas barbaridades. Você foi longe demais”.
“Eu sei Gideon, eu... sinto muito”. Admite. “Eu disse a você que estava arrependida. É a mais pura verdade”.
Seus olhos transbordam tristeza e sinceridade. Talvez eu esteja sendo ríspido demais. Maggie é minha amiga de infância e sempre tive um carinho enorme por ela. Além disso, todo mundo comete erros.
“Eu valorizo sua amizade, Maggie. De verdade. Mas não faça isso novamente”, aviso, dessa vez com um tom de voz mais ameno.
“Claro”, diz com um sorriso. “Porque não saímos para um drinque? Não quero que fique um clima ruim entre nós”.
“Seria ótimo, mas não posso hoje. Tenho outros planos”, respondo apressado.
“Pela forma como você parece ansioso, presumo que eles incluam uma bela mulher de cabelos loiros”.
Um enorme sorriso surge em meus lábios apenas com a menção de Eva. Nesse momento, alguns paparazzi se aproximam para tirar fotos, o que concedo. Maggie entrelaça seu braço ao meu e posamos juntos apenas por alguns segundos.
Nos afastamos e antes de entrar em seu carro, ela se despede.
“Bem, diga que eu dei um ‘olá’. A propósito, você está radiante Gideon. Nunca te vi assim. É bom saber que ela o está fazendo feliz. Tenha uma boa noite”.
“Obrigado Maggie”, digo sem graça. “Boa noite”.
_____//_____
O apartamento de Eva está mergulhado na escuridão, a não ser a sala, fracamente iluminada pelo pequeno foco de luz emitido pela vela em cima da mesa de centro. Pego o pires e vou me guiando pela luminosidade da chama até o quarto dela. Abro a porta e me deparo com a cena mais encantadora que já vi. Meu anjo dormindo pacificamente. Seu corpo, que está de lado, está parcialmente coberto pelo edredom. Suas mãos pousam suavemente ao lado de seu rosto e suas madeixas douradas estão revoltas. Meu coração para por alguns segundos e uma onda de excitação e emoção me percorre. Coloco o pires com a vela em cima do criado mudo ao lado de sua cama, pego meu celular e tiro uma foto. É uma imagem que quero guardar para sempre.
Sem conseguir mais me conter, tiro minhas roupas em tempo recorde e vou direto para a cama, ficando por cima dela e a beijando lentamente. Eva desperta passando as mãos por minhas costas e abre suas pernas para que eu me encaixe confortavelmente entre elas. Mal posso esperar para retribuir a surpresa que ela me deu mais cedo.
“Hum... Olá para você também”, murmura sem fôlego entre meus beijos.
“Eu senti sua falta. Da próxima vez você vai comigo”.
“Ah, eu vou é?” provoca.
“Vai”, sussurro com a boca colada em sua pele.
“Você não se acostumou comigo o suficiente para sentir minha falta”, ofega.
“Par você ver como não sabe de nada”, desdenho enquanto sugo seu mamilo por cima do baby doll e enfio minhas mãos no meio de suas pernas.
Passo para o outro seio, puxando com a mão a barra do seu baby-doll. Ela se inclina em minha direção, completamente entregue ao meu ataque. Minha língua entra na cavidade de seu umbigo, e depois começa a descer ainda mais. Enfiando um dedo dentro dela, gemo de satisfação ao sentir o quanto ela está receptiva.
“E você sentiu minha falta. Está toda aberta e molhada pra mim”, ponho suas pernas por cima dos meus ombros e mergulho de boca em sua bocetinha linda e úmida. Minha língua rodopia, entrando e saindo, deixando-a cada vez mais sensível.
Enlouquecia sob a minha boca, ela grita meu nome.
“Gideon, por favor”, implora sem fôlego.
“Ainda não”.
Eu a torturo, levando seu corpo até a beira do orgasmo e depois deixando a excitação baixar. De forma desumana, ataco seu clitóris com lambidas precisas. 
“Por favor, Gideon... Me deixe gozar... Eu preciso gozar, por favor”.
“Quietinha, meu anjo... Deixa que eu cuido você”.
Após algumas sucções, mordidas e invasões da minha língua dentro de sua entrada molhada, Eva goza deliciosamente. Seu corpo sofre espasmos fortes, enquanto continuo meu ataque implacável. Envolvo meus dedos com os dela e a faço gozar mais uma vez, agora segurando seus braços. Sem cerimônia, meto gostoso dentro dela, e sou correspondido com um gemido trêmulo de prazer. Estimulado por esse sim, começo a estocar a toda velocidade. Minha respiração se torna mais áspera. Enterro meu rosto em seu pescoço ao sentir meu corpo tremendo à medida que entro e saio dela.
“Você é tão quentinha e macia. E minha Eva. Você é minha”, murmuro com a boca colada à pele sensível de sua garganta.
Ela envolve meus quadris com as pernas e levanta a pélvis permitindo que eu entre mais fundo. Sem desconectar nossas mãos, ataco sua boca com a minha, e continuo entrando e saindo, num vai e vem lento e tranquilo.
“Ah Eva, você é tão linda! Feita sob medida pra mim. Não posso parar, não consigo parar”, sussurro em seu ouvido.
Ela goza mais uma vez, com um grito agudo. Isso me estimula a acelerar o ritmo das estocadas até encontrar minha própria libertação. Sei que Eva está exausta, mas eu quero mais.
“Ainda não terminei”, murmuro.
Ajeito os joelhos para aumentar a força de minhas investidas, mas mantenho um ritmo cuidadosamente controlado.
Eva é minha perdição, meu céu, meu inferno, meu tudo.
E minha.
Toda minha.
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Nada como uma boa noite de sexo para afastar os pesadelos. Nunca dormi tão bem. E pretendo repetir a maratona de sexo noturna esta noite, na minha casa.
Durante o banho, trocamos várias carícias, ensaboamos o corpo um do outro e, em outra manobra surpreendente, Eva se sentou em um banquinho e me chupou com tanto vigor que tive que me escorar nas paredes para não cair. A visão dela, nua e toda molhada com o meu pau dentro da sua boca fiará gravado em minha memória. Mas ela saiu do banho antes que eu tivesse a chance de fodê-la todinha, como prometi antes de gozar violentamente em sua garganta.
“Espero que você não esteja pensando que escapou”, digo lançando-lhe um olhar carregado de promessas sensuais.
Ela, já arrumada para o trabalho, me passa uma xícara de café fumegante, e me encara de uma maneira tão sexy que estou a ponto de comê-la aqui mesmo, no chão da cozinha.
“Continue olhando assim pra mim”, ameaçou, inclinando-me sobre o balcão e bebendo café. “Veja o que acontece”.
“Vou perder meu emprego por sua causa”.
“Eu arrumo outro para você”.
Ela solta uma risadinha. “De quê? Escrava sexual?”
“Boa sugestão. Podemos conversar a respeito”.
“Você é muito cruel. Está pronto? Para trabalhar?” pergunta frisando bem a última palavra.
Termino meu café e vou até a pia para enxaguá-la, ignorando a mãos estendida de Eva. Onde já se viu? Eu sujo, eu lavo!
“Quero levar você pra jantar hoje à noite, e depois pra minha casa, pra minha cama”. Digo encarando-a.
“Não quero que você enjoe logo de mim, Gideon”.
Fecho meu rosto em uma carranca. Como assim? Do que diabos ela está falando agora? Será que é tão difícil assim confiar em mim? Ela não pode me dar uma chance de tentar? Poxa, o que mais eu tenho que fazer?
“Não arrume desculpas. Não é você quem vai dizer se sou ou não capaz de manter esta relação”, reclamo.
Ela vê que fiquei ofendido e tenta se explicar. “Não foi isso que eu quis dizer. Eu só não quero sufocar você. Além disso, precisamos...”.
 “Eva”, suspiro, exasperado. “Você precisa confiar em mim. Eu confiei em você. Se não tivesse feito isso, não estaríamos aqui agora”.
Engolindo em seco, ela acena. “Então está combinado, jantar fora e depois vamos pra sua casa. Sinceramente, mal posso esperar”.
Eu é que mal posso esperar para que Eva veja as compras que fiz para ela. Estou me esforçando ao máximo para que a gente dê certo. A determinação é um traço marcante da minha personalidade, e é isso que pretendo mostrar: que posso ser tudo o que ela precisa e mais. Que posso ser seu porto seguro. Vou reconquistar sua confiança custe o que custar.
Já no escritório, leio alguns emails, respondo e analiso alguns relatórios. Scott me interfona e diz que meu assessor de imprensa está na recepção. Autorizo sua entrada franzindo o cenho. O que será que ele quer agora?
Duas batidas na porta e Ryan entra, com a expressão séria e fria de sempre.
“Com licença, senhor Cross”.
“Ryan, sente-se. O que aconteceu?”
“Bom senhor, nós fizemos tudo conforme ordenou, acredito que tenha visto. Mas agora surgiram alguns... contratempos”.
“Do que está falando?”
“Acho melhor o senhor ver”.
Em seu tablet, ele abre a página de um site de fofocas. É um post contendo fotos de Eva e Cary se abraçando de um jeito carinhoso demais. A legenda é uma especulação sobre a natureza da relação dos dois. Ryan abre outra página, dessa vez contendo uma foto dos dois trocando olhares cheios de ternura e... Não, não pode ser, pode? Amor?!
Correndo os olhos pelo post, um parágrafo me chama a atenção:
Parece que a filha de Richard Stanton está enrolando nosso playboy bilionário favorito enquanto mantém um relacionamento paralelo com seu namorado de longa data, o modelo Cary Taylor. Afinal, o que ele tem que Cross não tem?
Mas que porra! Isso é insultante!
 Rolando a página para baixo, vejo uma foto minha e de Magdalene, que foi tirada ontem quando nos encontramos nos restaurante. A legenda abaixo legenda afirma que estou atacando novamente com minha bela coleção de socialites. E, em outro site, a mesma foto, cuja nota referente afirma que estou afogando as mágoas causadas pela infidelidade de Eva.
Tenho que admitir: a indústria da fofoca é muito criativa, apesar de serem tendenciosos além da conta!
“Senhor Cross, quer que tomemos alguma providência?” A pergunta de Ryan soa cautelosa.
Posso não expressar o que estou sentindo, mas meus olhos devem estar nublados de fúria.
“Nada a declarar. Pode ir, Ryan”.
“Claro, senhor”.
Assim que ele sai, peço Scott para chamar o rapaz da correspondência interna. Envio uma mensagem para meu anjo rebelde. Ela terá de se explicar.
HORA DE ALMOÇO. MEU ESCRITÓRIO.
Não mando beijos nem faço questão de me mostrar carinhoso. Quero que ela veja e sinta minha frustração.
O desespero e a raiva se misturam dentro de mim. Como Eva pôde fazer isso comigo? Eles são amigos, certo? Não deveria ser assim. Ela é minha, minha, minha! Não sei mais o que pensar. Só quero esclarecer tudo isso de uma vez por todas (o que não significa, nem nessa ou em outra vida, que vou ficar sem minha mulher nessa história!). Não é a toa que tenho um pé atrás com Taylor, ainda mais agora.
Dez minutos depois recebo minha resposta:
DESCULPE. OUTROS PLANOS.
Ela acha que vai sair dessa assim? Ledo engano. Hora de por tudo em pratos limpos. Ligo para a portaria e ordeno que Eva seja barrada e que eu seja comunicado imediatamente.
Dito e feito. Como se pudesse ser diferente.
Desço imediatamente, mas, como sempre, o furacão Eva Tramell impõe sua vontade e sai do prédio. Ao lado de Garrity, ela está em frente ao Bentley, de costas para mim.
Eu a chamo e seu corpo estremece, reconhecendo imediatamente o tom de autoridade da minha voz. Ela me encara com a raiva estampada no rosto. Minha expressão impassível a confronta.
“Vou almoçar com meu chefe” diz amargamente.
“Aonde vocês vão, Garrity?” pergunto sem tirar os olhos dela.
“Ao Bryant Park Grill”.
“Eu a levo até lá”. Dito isso, pego-a pelo braço e a conduzo firmemente até a porta traseira do Bentley, que já está aberta. Entro logo depois, forçando-a a deslizar pelo assento. A porta se fecha e o carro começa a se movimentar.
“O que você está fazendo? Além de me envergonhar na frente do meu chefe!”
Ah está nervosinha, é? Você ainda não viu nada, meu anjo.
“Cary está apaixonado por você?” sou curto e grosso.
“Quê? Não!”
“Você já trepou com ele?”
“Você enlouqueceu?” Ela me encara chocada e arrisca um rápido olhar para Angus, que mantém sua postura profissional, como sempre.
“Olha só quem fala. O playboy bilionário com uma coleção de belas socialites”, ralha.
“Então você viu as fotos”.
Ela bufa de raiva e vira a cabeça para o outro lado.
“Cary é como um irmão pra mim. Você sabe disso”.
“Sim, mas você pra ele é o quê? Aquelas fotos são bem claras, Eva. Sei reconhecer o amor quando o vejo”.
Angus diminui a marcha para os pedestres atravessarem a rua.
Eva abre a porta e me olha por cima do ombro, permitindo-me encará-la.
“Isso você claramente não sabe”, afirma secamente.
Ela bate a porta com força e sai andando.
Suas palavras me atingem como um soco na cara. Claro que sei o que é o amor, já que o que sinto por essa mulher maluca e exasperante é mais do que amor! Eu passei dessa fase no dia em que transamos na limusine. Saio do carro e a mando parar.
Em uma atuação digna de Oscar, ela faz um gesto ofensivo para mim por cima do ombro e sobe correndo os degraus do Bryant Park. Eu a sigo e agarro seu pulso.
“Não corra”, sussurro em seu ouvido.
“Você está dando uma de maluco”.
“Deve ser porque você está me deixando louco. Você é minha. Diga que Cary sabe disso”.
“Sabe. Da mesma forma como Magdalene sabe que você é meu. Você está dando vexame”, murmura.
“Poderíamos ter feito isso no escritório se você não fosse tão teimosa”, rebato.
“Eu já tinha compromisso. Que você está arruinando, aliás”. Sua voz sai embargada. “Você estragou tudo”, ela começa... Porra ela está chorando!
Eu sou um filho da puta mesmo! Mais uma vez estragando tudo, mais uma vez fazendo meu anjo chorar.
“Minha nossa”. Puxo-a para perto de mim e roço meus lábios em seus cabelos. “Não chore. Desculpe”.
Ela dá um soco de leve no meu peito. “Qual é o seu problema? Você pode sair com uma piranha arrogante que me chama de vagabunda e acha que ainda vai ser sua mulher, mas não posso almoçar com um amigo que sempre fez tudo por mim?”
“Eva”, suspiro agarrando sua nuca com uma das mãos e apertando seu rosto contra o meu. “Por acaso Maggie estava no mesmo restaurante em que estava ocorrendo o tal jantar de negócios”.
“Não me interessa”, seu rosto úmido está retorcido de raiva e mágoa. “E você ainda vem falar sobre o olhar no rosto dos outros. O jeito como você olha pra ela... Como você pode fazer isso depois de tudo o que ela disse pra mim?”
Espalho beijos por toda a sua face tentando acalmá-la e mostrar mais carinho.
“Meu anjo... Aquele olhar era pra você. Maggie foi conversar comigo lá fora e eu disse que estava indo pra sua casa. Não consigo evitar esse olhar no meu rosto quando penso em nós dois”.
“E você quer que eu acredite que ela abriu um sorrisão ao ouvir isso?” ironiza.
“Ela me pediu para mandar um oi, mas eu achei que isso não pegaria muito bem, e não queria de jeito nenhum estragar nossa noite por causa dela”.
Eva abraça minha cintura por baixo do paletó e me olha preocupada. “Precisamos conversar. Hoje à noite, Gideon. Preciso contar algumas coisas pra você. Se um repórter souber onde procurar e der um pouco de sorte... Nossa relação tem de ficar restrita a nós dois, ou então terminar. Seja como for, vai ser melhor pra você”.
De novo essa história.
“Não vai ser uma coisa nem outra. Vamos dar um jeito de contornar isso, seja o que for”.
Assim que ela fica na ponta dos pés e me beija, nossas línguas se entrelaçam numa carícia apaixonada. Ouço os murmúrios da multidão ao nosso redor. Com certeza estamos dando um show para o público, mas quando Eva está na proteção de meus braços, nada mais importa. O mundo que se exploda, desde que meu anjo esteja comigo.
  “Pronto”, sussurro acariciando seu rosto com os dedos. “Vamos deixar esta imagem se espalhar pela internet”.
“Você não está levando a sério o que eu digo, seu teimoso. Preciso ir”, choraminga.
“Vamos pra casa juntos depois do trabalho”. E me afasto segurando sua mão até a distância enfim separar nossos dedos.
De volta ao Bentley, fico me corroendo de remorso por ter me comportado como um troglodita com Eva. Estou fazendo merda atrás de merda com a única mulher que amei em minha vida!
 Meus pensamentos, no entanto, tomam outro rumo, vagando para revelação que Eva me fará hoje. O que será? Fico apreensivo, nervoso, curioso, agitado, tudo ao mesmo tempo. Seja lá o que for não será o suficiente para me distanciar, mesmo se ela pedir por isso. Vou lutar com todas as minhas forças por nossa relação. Esta noite será um momento de revelações, mas será o momento em que poderei lhe mostrar que posso ser seu porto seguro assim como ela é o meu.
Agora, só me resta aguardar.

Uau! Que casal intenso, hein? Num momento está tudo bem, no outro, ele explodem em um surto emocional. Ai ai ai! O próximo capítulo sai amanhã a noite, ok? E, vão se preparando porque chegaremos a um dos momentos mais tensos da história: Eva contará sobre o abuso sexual que sofreu na infância.  
No mais, comentem muito! Quero saber o que vocês acharam! 
Beijo grande e até amanhã!

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