domingo, 7 de setembro de 2014

Toda Minha: Capítulo 11 — A outra (Bônus)

Oi pessoal, tudo bem? Como prometido, mais um capítulo! Pausa na choradeira para sentir raiva. Pelo menos é essa a impressão que tenho da reação de vocês ao ler o capítulo. Enfim! Bora para o que interessa! Boa leitura!
“Mesmo por capricho, volta pra mim. Seja por piedade, sem saudade, sem amor, sem desejo, como o lampejo de um amor em que, só quem sente sou eu”.
— Paulo Master

Narrado por Corinne Giroux
Quando ele me contou que havia conhecido outra pessoa, meu mundo caiu. Eu ainda o queria para mim, eu ainda almejava um futuro ao seu lado. Estou completamente ciente de que ele teve muitos casos, seria estranho se não tivesse, mas com ela é diferente. O nome Eva não me sai da cabeça. Maldita!
Pensei que me casando com Giroux e indo embora, Gideon iria se tocar do quanto nossa relação precisava evoluir e iria vir atrás de mim. Passei anos esperando ansiosamente por esse reencontro, mas nada aconteceu. Uma depressão profunda me tomou quando me dei conta de que ele nunca mais me procuraria, e que pressioná-lo não foi uma estratégia muito inteligente. Eu não era suficiente para segurá-lo, mas faria de tudo para tê-lo, da forma que fosse.
Sempre muito esquivo e reservado, Gideon me encantou à primeira vista. A beleza dele é sobrenatural e não havia uma mulher (e até mesmo um e outro homem) que poderia ser capaz de resistir. Ele exala elegância, virilidade e força. Nos braços dele, era impossível não ser feliz. Ainda me lembro de quando nos conhecemos na faculdade. Claro que a atração foi mútua e suficiente para que eu mesma tomasse a iniciativa. Nossa conversa fluía com naturalidade em alguns aspectos, mas sempre que chegávamos ao assunto que envolvia sua família ou sua infância, ele mudava completamente. Percebendo isso, achei melhor evitar, não queria espantá-lo, não podia.
Após algumas saídas e conversas, Gideon e eu tivemos nossa primeira relação sexual, a melhor experiência da minha vida, diga-se de passagem. Ele era um dominador nato e tinha uma habilidade inerente. Um homem com uma missão: satisfazer uma mulher até que ela perdesse os sentidos. Aquele pau enorme era enfiado fundo dentro de mim com maestria, tocando nos pontos certos. Eu não sou tão apertada, então ele coube inteirinho, sem me machucar. E estocava de um jeito que, em alguns momentos, cheguei a pensar que poderíamos acabar atravessando uma parede. E naquele momento, eu me vi completa e perdidamente apaixonada por ele.
Uma das coisas que eu mais adorava nele era a possessividade. O ciúme latente. Sem dúvida, ele queria matar todos os homens que ousavam olhar para mim. Sentia-me amada e desejada. Não havia nada que eu gostaria mais do que dormir e acordar todos os dias ao lado daquele homem. Ser a senhora Cross. Ficamos assim, num namoro oscilante por dois anos. Por mais que estivesse tudo bem, tinha algo que me incomodava: ele era extremamente fechado. Eu pensei que, com o tempo, ele se abriria comigo, mas cada vez que chegávamos a um assunto particular de sua vida, ele se esquivava. Quando me levava para o quarto que reservou para nós em um de seus hotéis – o que achei muito romântico – nós apenas transávamos. Sempre quando chegava a hora de dormir, ele inventava uma desculpa para sair fora. Eu não conseguia entender essa dicotomia na nossa relação: como Gideon podia ser tão quente na cama e tão frio fora dela? Será que tinha alguma coisa errada comigo? Todas as vezes que eu dizia que o amava, ele nunca respondia. Um beijo de tirar o fôlego e o silêncio (o que era mais recorrente) eram suas formas de expressar que sentia o mesmo. Nem em sua casa ele me levava, nem sei como ela é. Não o pressionei. Se ele não estivesse pronto, eu esperaria o tempo que fosse.
Em um estalo, percebi o que estava acontecendo: Gideon precisava de alguma segurança, de que eu pertencia apenas a ele e que nossa relação poderia entrar numa nova fase. Talvez lhe faltasse uma prova de que era único em minha vida, então, uma vez essa segurança garantida, ele poderia se sentir mais a vontade para se abrir. Então tive a ideia de lhe pedir em casamento. No dia seguinte nos veríamos no hotel. Transávamos em média duas vezes por semana. Embora eu achasse pouco perto do fogo que sentia por ele, entendia que era bastante ocupado. Ele estava se iniciando no mundo dos negócios e estudava ao mesmo tempo. Nunca reclamei disso, eu sabia que estava lidando com um homem poderoso e que seu tempo era escasso.
Naquele dia, eu havia planejado tudo nos mínimos detalhes. Enfeitei o quarto com pétalas de rosas vermelhas e comprei seu vinho favorito. Queria que ele se lembrasse desse momento para sempre. Coloquei um lingerie branco e cinta-liga (peça que ele acha incrivelmente sensual), e um vestido da mesma cor. Fiquei sentada na cama, apenas esperando. Quando a maçaneta se abriu, meu coração já estava aos pulos. Ele saiu do trabalho direto para cá. Estava usando um terno Tom Ford azul marinho, camisa e gravata brancas, o que realçava a belíssima cor de seus olhos, agora arregalados, que percorreram o lugar. Parecia que tinha entrado no quarto errado.
“Corinne, o que significa isso?” perguntou-me perplexo.
“Significa que hoje será um dia muito especial para nós”. Respondi docemente.
Ele me olhou desconfiado. “Não é nosso aniversário de namoro. Nem meu aniversário. O que está acontecendo?”
Levantei-me e fui até a porta. Gideon estava parado no limiar, ainda intrigado. Abracei sua cintura e senti seus músculos tensionados. Acariciei seu peito sob a camisa com meu nariz. Ele continuou estático.
“Humm... você cheira tão bem”. Tentei relaxá-lo.
“Ainda estou sem entender...”.
“Shh... eu sei. Vamos tomar um vinho e então conversamos”. Sussurrei tapando sua boca com uma das mãos. “Hoje a noite é toda nossa”.
Olhei para ele com todo o amor e carinho do mundo. Eu era louca por esse homem. Ele suspirou e tentou sondar mais o terreno.
“Para quê tudo isso?”
“Eu não posso preparar uma noite romântica surpresa para o meu namorado?” perguntei bancando a ofendida.
“Não, não é isso é que...”. Ele parecia desconsertado, apesar de seu rosto permanecer impassível.
Sem dizer mais uma palavra, o puxei pela mão e o coloquei sentado na cama. Depois fui até o frigobar e de lá tirei o vinho.
“Lembra-se desse?” perguntei travessa. “Tomamos ele em nosso primeiro encontro”.
Ele apenas assentiu.
Entreguei-lhe uma taça já cheia e coloquei vinho na minha.
“Vamos brindar”, falei sorrindo. “A nós”.
“A nós”, repetiu automaticamente.
Batemos nossas taças. Dei um gole enquanto o observava bebendo seu vinho. Sua garganta fazia um movimento muito sexy enquanto engolia o líquido e o imaginei fazendo o mesmo com meu gozo. Minha calcinha ficou empapada.
Terminou sua taça e me olhou com uma expressão indecifrável. A tensão crepitava no ar. Numa tentativa de dissipá-la, sentei em seu colo, de frente para ele, uma perna de cada lado, o que fez meu vestido subir e revelar minhas coxas adornadas pela cinta liga. Gideon olhou para elas e sua postura mudou. Ele estava faminto, sedento.
 Retirei seu paletó, que já estava aberto, desatei o nó de sua gravata a tirei de forma sensual, desabotoei sua camisa lentamente, me livrei das abotoaduras e, enfim, o despi da cintura para cima. Seu peitoral definido e coberto por uma camada fina de pelos era uma coisa deliciosa de se ver. Eu poderia olhá-lo para sempre. Passei a ponta de meus dedos sobre aquela obra de arte. Ele estava ofegante, quase como um animal feroz pronto para atacar sua presa distraída. Seu olhar me perfurou de uma forma arrebatadora. Comecei a rebolar em seu colo, esfregando minha abertura sedenta em sua ereção pulsante, separadas por sua cueca boxer e a calça, já que minha calcinha havia dado perda total. Sua mão a rasgou com tamanha violência que quase gozei ao ouvir o barulho do pano se partindo. Eu já estava mais do que pronta para ele.
Gideon me beijou com uma ferocidade que me deixou ainda mais excitada, como se estivesse se contendo ao máximo para não me machucar. Suas mãos agarraram firme em meus cabelos, me mantendo imóvel e a mercê de sua língua lasciva. Eu gemi alto contra sua boca e continuei a rebolar incansavelmente. Em resposta, emitiu um grunhido gutural que me fez tremer. Seu corpo inteiro estava reagindo da forma como eu esperava. Com um movimento rápido ele abriu o zíper lateral do meu vestido e o descartou magicamente, e expirou fundo ao ver que eu estava usando corpete.
“Corpete, e cinta-liga, querida?” Disse em tom de repreensão, me olhando fundo nos olhos. “Que combinação perigosa”.
“Você não gostou?” perguntei fazendo charminho.
“Eu espero que você não tenha apego a essa lingerie, pois ela vai acabar em pedaços”. Sussurrou em meu ouvido com a voz rouca de desejo.
Eu gemi. Meu corpo inteiro se arrepiou.
Ele voltou sua atenção para meus seios, que ficaram bem sustentados pelo bojo do corpete. Seus polegares abaixaram as duas copas. Sua boca se ocupou do mamilo direito, enquanto uma das mãos beliscava o esquerdo e a outra mão apoiava minhas costas. Minha cabeça pendeu para trás e comecei a choramingar de prazer. Ninguém podia ser tão bom de cama assim. E isso porque estávamos apenas nas preliminares.
“Gideon...”
“Shh... você me provocou, agora aguenta”, sibilou.
Ele continuou seu ataque implacável até que a mão que estava no seio esquerdo desceu para o meio das minhas coxas e um dedo firme abriu caminho entre os tecidos sensíveis.
“Ah, minha nossa...” eu iria gozar a qualquer momento.
Ele parou todos os movimentos abruptamente, me puxou de seu colo e me jogou na cama. Antes que eu pudesse assimilar meu estado de surpresa, já em mim, me penetrando fundo. Gritamos juntos. Ele me estocava com força, nossas carnes se chocando violentamente. Nem vi o momento em que se despiu, ou quando colocou a camisinha. Foi tão rápido.
Nossos corpos estavam em sincronia perfeita. Ele me comia selvagenmente, como se buscasse sua liberação como o ar que respirava. Eu estava no céu... Eu não poderia amá-lo mais. Fomos feitos um por outro. Então eu gozei. Gozei como nunca. Vi estrelas! Gideon continuou estocando com força até que sua voz grossa e rouca emitisse um grito animal, e seu líquido espesso me preenchesse.
Estávamos suados, ofegantes e felizes. Sua cabeça repousa no vão entre meus seios e seus cabelos roçavam meus mamilos sensíveis. Seus braços adornavam minha cintura como vigas de aço; e seu pau enorme ainda estava dentro de mim.
“Isso foi...” eu mal consegui terminar.
“Muito bom”, disse com os lábios colados em minha pele. Sua voz grossa fez meus pelos se arrepiarem.
“Nós somos perfeitos juntos”. Comentei, começando a jogar verde.
Ele ficou em silêncio. Aproveitei a deixa.
“Gideon, quer se casar comigo?”
Seu corpo inteiro endureceu. Ele se levantou rapidamente. Minha sorte que nossas genitálias estavam escorregadias, ou teria me machucado. Seus olhos me encaravam num misto de surpresa e perplexidade.
“Casamento?” perguntou.
“Sim. Estamos juntos há dois anos. Nós apreciamos a companhia um do outro e nosso sexo é incrível”. Argumentei. “Não há porque esperar mais”.
“Corinne, eu...” ele hesitou. Então dei o golpe final.
“Gideon, eu quero ser sua para sempre, só sua”.
“Só minha?”
“E de mais ninguém. Você é o homem da minha vida. O dono do meu coração. Não há ninguém mais para mim”. Confessei com os olhos rasos d’água.
Ele me olhou por alguns segundos e, em seguida, sorriu docemente.
“Sim”.
Levantei-me, enrolei meus braços em seu pescoço e minhas pernas em sua cintura e o beijei apaixonadamente. Aquele foi o dia mais feliz da minha vida. No dia seguinte, ele me deu uma aliança de ouro branco e um solitário de diamantes. Eu a adorei.
“Quero que todos saibam que você é minha”, dizia.
No entanto, com o passar do tempo, Gideon foi ficando cada vez mais possessivo, de tal forma, que nenhum homem mal podia chegar a menos de 15 centímetros de mim, nem mesmo meus amigos. Os conflitos começaram. Ao mesmo tempo em que era doentiamente controlador, ele se mostrava frio e distante. O sexo continuava inigualável, mas ainda assim, fora da cama, sua aura gélida estava aparecendo com mais frequência. O estopim para a crise em nossa relação foi o jantar...
Minha família não iria abrir mão de uma festa de noivado, embora Gideon fosse relutante. Falei que meus pais fariam questão de sua presença e que seria muita falta de consideração ele não aparecer. Meu argumento o convenceu, porém ele foi taxativo quando disse que não queria levar sua família. Quando perguntei o porquê, ele apenas deu de ombros. Mas sua negativa em ter seus pais e irmãos por perto foi simplesmente ignorada pela minha mãe, que ligou para Elizabeth e a convidou sem que ele soubesse. Quando Gideon deu de cara com sua família, ele mudou de uma forma assustadora, num comportamento tão indiferente que me fazia perguntar onde estava o homem pelo qual eu havia me apaixonado. O clima de constrangimento perdurou até a hora do jantar. Todos estavam animados, mas meu noivo permanecia distante e não pronunciou nenhuma palavra.
Minha sogra foi um amor comigo, bem como seu filho e seu marido. Ireland, a irmã mais nova de Gideon, me encarava de forma estranha. Estava claro que não gostava de mim. Resolvi ignorar isso e procurei tratá-la da melhor forma possível.
Quando o jantar acabou, Gideon se levantou e simplesmente foi embora, me deixando com a maior cara de tacho na frente de todos. Minha mãe ficou horrorizada, e Elizabeth não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha. Pediu desculpas e bateu em retirada com a família.
No dia seguinte, brigamos feio. Nunca havíamos tido uma discussão como aquela. Eu gritei de um lado, dizendo tudo o que estava entalado em minha garganta, e do, outro, ele me acusava de ser uma traidora por ter escondido que sua família estaria presente no jantar. Ele não estava errado, mas se eu soubesse o que se passava entre eles, eu faria de tudo para evitar. Na verdade, eu estava curiosa para ver como Gideon interagia com a família (ou como não interagia de forma alguma) para tentar entender o porquê de tanto ódio.
Cansada de ficar no escuro e de ser a única a segurar a relação, desmanchei o noivado. Não que eu quisesse realmente fazer isso, apenas queria que ele lutasse por mim. Queria sentir sua garra, sua força, sua vontade de me querer em sua vida.
Após a discussão, um velho amigo de infância, Jean-François Giroux, me ligou. Ele disse que eu poderia ir à Paris passar um tempo em sua residência. Essa viagem era o que eu precisava. Embarquei no dia seguinte. Passei algumas semanas na casa de Giroux. Ele estava determinado a me conquistar. Ele ainda me amava. Dele eu recebi o que sempre esperei de meu ex-noivo. Do nada ele me pediu em casamento, com a promessa de que me faria esquecer Gideon. Eu estava confusa, triste e carente. Acabei aceitando, mas meu motivo era outro: mostrar a Gideon que eu seguiria em frente se ele não se apressasse.
Casei-me com Giroux para mostrar que não estava brincando, mas nada do que eu esperava aconteceu. Gideon me ligou para desejar-me felicidades, que esperava que continuássemos amigos e só. Fiquei a ver navios. Passei anos remoendo nossa história, tentando ver onde foi que eu errei. Como pude ser tão estúpida? Me coloquei em um casamento sem amor da minha parte, estou dormindo, acordando e transando com um homem com o qual não me identifico. Estava tão infeliz que comecei ia implorar a atenção de Gideon, mendigar um pouco de afeição através de nossa “amizade”.
Agora a tal Eva está ocupando meu lugar. Quem é essa desgraçada? De onde ela surgiu? Como se conheceram? Ele mudou tanto ultimamente. Não me atende mais, está sempre ocupado... Com ela, tenho certeza. Eu nunca recebi essa atenção quando estávamos juntos.
Mas isso não vai ficar assim. Estou decidida a acabar com a festa dessa aproveitadora, seja ela quem for. Gideon é meu, sempre foi. Não nadei tanto para morrer na praia. Ele quer que eu a conheça, ótimo. Vamos conhecer a vadia, e tirá-la da jogada.
Estou pronta para tê-lo de volta. Custe o que custar.

Tem gente aí espumando pela boca? Pois é, essa dona Corinne ainda vai dar muito trabalho para o nosso casal! Aguardem os acontecimentos! Tem muita emoção vindo por aí. E, no próximo capítulo, teremos a minha cena favorita do livro: a transa na biblioteca! Eita, que a coisa vai esquentar e muito! Beijo grande e até a próxima ;)

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