sábado, 1 de novembro de 2014

Toda Minha: Epílogo — Voyeur

AGORA SIM, FIM! LEIAM AS NOTAS FINAIS POR FAVOR!


A cada suspiro que você der / A cada movimento que você fizer / A cada elo que você quebrar / A cada passo que você der / Eu estarei observando você
— The Police, Every Breath You Take

Do outro lado da rua, escondido na penumbra do pequeno beco entre dois prédios luxuosos, ele vê o casal se encaminhar para a limusine. De repente o homem gesticula, como se lembrasse de algo e volta pela porta de onde saíram, deixando a mulher sozinha na calçada, totalmente entorpecida e alheia ao fato de que está sendo observada.
Sua boca começa a salivar só de se lembrar das vezes em que a teve em seus braços, nua, pequena e indefesa. Da forma como se debatia quando ele a imobilizava. E de como se rendia quando gozava em seu membro faminto. Sua vontade é de chegar mais perto, e chega, inclusive, a dar um passo à frente, mas se detém. Não é o momento certo. Ele precisa de dinheiro em primeiro lugar. Seu pai cumpriu a promessa de esquecê-lo como filho e bloqueou sua herança. Os poucos dólares que lhe restam mal bastam para manter-se de forma minimamente decente.
“Maldita!”, rugiu em pensamento. Por causa dela e da ex-madrasta, sua vida se tornou um inferno. Não há um dia que não se lembre da primeira vez em que a viu. Uma menininha linda, de cabelos loiros cumpridos até a cintura e olhos de uma cor diferente. Seu sorriso matreiro, seu jeitinho meigo, tudo o atraiu. Seu corpo reagiu de tal forma que a vontade de fazer com ela o que os homens fazia com as mulheres nos filmes pornôs que assistia escondido do pai foi maior do que tudo. Não conseguiu resistir. Nem quis. Aquela noite, em que os dois estiveram juntos pela primeira vez, nunca sairá de sua memória.

FLASHBACK ON
Há poucos meses ela mudara com sua mãe para a casa dele. Ele ficou eufórico! Não que fizesse questão de ter uma madrasta. Seu interesse era totalmente voltado para sua agora meia-irmã.  O desejo por seu corpo pequenino ardia a ponto de lhe gerar uma dor física. Já não queria mais esperar. Precisava senti-la. Mas faria isso sem ninguém por perto. Eles não entenderiam.
Seu pai e sua madrasta saíram para um jantar, do qual voltariam tarde da noite. Era a grande chance pela qual ansiava. Esperou pacientemente até o carro sumir de vista e foi para a cozinha. A empregada, como sempre, estava vidrada em algum programa idiota na pequena TV que trazia consigo quando os patrões saíam e os seguranças só ficavam na guarita. Nada poderia ser melhor. Subiu as escadas, verificou todos os cômodos à procura de outros funcionários, mas não encontrou ninguém. Então, se dirigiu ao quarto dela. A porta estava entreaberta. Ela estava distraída fazendo a lição de casa. Ele passou com facilidade pela fresta da porta e a trancou sem fazer ruído, e em seguida colocou a chave no bolso da bermuda. Andou a passos lentos até ficar bem atrás dela.
“Oi Eva”, sussurrou em seu ouvido.
A menina deu um pulo da cadeira e deixou o lápis cair no chão.
“Ai, Nathan. Que susto você me deu!” disse pondo a mão no peito. “Qual o seu problema?” perguntou brava.
“Desculpe, mas eu não pude resistir”, disse com a voz rouca.
Eva notou algo de errado com o meio-irmão. Ele era mais alto, magro, porém parecia bem forte. Ela sempre foi baixinha e delicada. Um arrepio passou por sua espinha quando olhou nos olhos dele: parecia que iria devorá-la a qualquer instante. Rapidamente olhou para a porta e viu que estava fechada. Ele se aproximou mais. Eva engoliu em seco.
“N-Nathan, o que você quer?” disse num sussurro apavorado.
“Ah, irmãzinha, o que eu quero? Uma coisa que eu queria fazer desde que você veio pra cá”, levou sua mão esquerda ao rosto da menina e acariciou com as costas dos dedos. “Eu não paro de pensar nisso”.
Num reflexo ela se afastou abruptamente e se levantou, recuando alguns passos para trás.
“Você está me assustando”, disse num fio de voz.
“Não quero assustá-la”, disse ele calmamente. “Apenas quero te mostrar uma coisa que aprendi nuns filmes. Vai ser legal”, e deu um sorriso diabólico.
“Eu não quero brincar agora, Nathan. Tenho que terminar a lição de casa e daqui a pouco é hora de dormir. Temos aula amanhã”, por mais que ela tentasse soar normal, o pânico tomava conta de sua voz.
Nathan fechou a cara, numa expressão de puro ódio.
“Eu não estou te perguntando se você quer brincar! Eu quero fazer essas coisas com você e vou fazer!” Esbravejou.
“Pare com isso ou vou falar para a mamãe”, Eva gritou e saiu correndo até a porta. Girou a maçaneta, mas estava trancada.
Ele deu dois passos e avançou sobre ela, prensando seu corpo na porta e segurando seus pulsos com violência. “Você não vai a lugar nenhum, Eva. Não tem como escapar. Eu estou com a chave”.
“Nathan, por favor...” seus olhos verde-acinzentados se encheram de lágrimas.
“Cala a boca!” rugiu. “Você me deixa maluco. Eva. Estou doido para te foder e vou fazer isso hoje. Se contar a alguém eu mato você. Acabo com a sua vida, entendeu?”
A menina soluçava. Não estava entendendo nada e a atitude de seu meio-irmão a estava assustando. Os olhos castanhos dele brilhavam de raiva e de uma coisa que ela não sabia o que era. Seu rosto estava desfigurado pela carranca monstruosa. Não sabia quem era aquele menino, não o conhecia. Mal sabia Eva que estava prestes a conhecer o inferno.
E o demônio estava bem ali, em pessoa, para lhe mostrar o caminho até lá.
FLASHBACK OFF

A culpa de tudo o que estava vivendo era de Eva. E a odeia por isso, ao mesmo tempo em que sente um tesão absurdo por ela. Quantas foram as noites em que acordou duro e molhado ao sonhar com seu rosto, sua pele, sua bocetinha pequena e apertada... Ele tem que senti-la novamente! Precisa estar dentro dela, sentir seus lábios tocarem a pele aveludada.
Sua mão acaricia o membro grosso e grande por baixo da calça, masturbando-se ali mesmo, na rua, concentrando-se nas imagens de Eva nua, em sua cama, indefesa, linda... Gostosa.
Está prestes a gozar quando vê o homem se aproximar dela novamente. Seu sangue ferve ao reconhecer Gideon Cross. Ele tem sua Eva, o amor dela, os beijos dela, o corpo dela...
Seus dentes trincam de raiva. É melhor sair de perto ou poria tudo a perder. Andou pelas ruas pensando em sua sorte. Ele esperou por anos uma única chance de alcançá-la. Observava-a de longe, bem como seu colega de apartamento pervertido. Não foi difícil, já que Cary levou boa parte de San Diego para a cama. Sim, ele a perseguiu até mesmo em San Diego, o que foi a razão para suas economias diminuírem drasticamente.
Mas Eva vive numa redoma dourada, praticamente inalcançável. Está sempre acompanhada de alguém, exceto no dia em que saiu para caminhar até o Crossfire usando aquela roupa apertada de ginástica, mas ainda era dia, ele não podia se expor (e esse foi o único motivo que o impediu de se aproximar).
Ele desce para o túnel do metrô e encosta-se à parede, fechando os olhos. Esteve tão perto! Quase gozou ao vê-la. Agora Eva é uma mulher linda, atraente e comprometida. Sente uma pontada na cabeça ao se lembrar do dia em que viu a foto de Eva e Gideon em um site de fofocas. Seu mundo caiu. Ele não queria os dois juntos. Ela é sua, só sua. Ele foi o seu primeiro, ele a marcou para sempre. Sua menina jamais iria esquecê-lo. Cross pode ser rico, poderoso e influente, mas não será suficiente para afastá-lo. O plano que traçou era simplesmente perfeito: chantagear Stanton e Cross por dinheiro. E não tinha dúvidas de que conseguiria. São dois homens que tem uma reputação impecável junto ao público. Não arriscariam suas carreiras se um escândalo desses explodisse. Principalmente Cross. Teve sorte ao registrar todas as vezes em que fodeu Eva. Finalmente aqueles vídeos e fotos seriam realmente úteis, e não apenas uma forma de fazê-lo se aliviar.
O barulho que anuncia a chegada do metrô o desperta de seus pensamentos. Assim que o veículo para, ele entra e se senta em um lugar no fundo. O vagão estava quase vazio. Apenas duas moças com maquiagem muito carregada, usando vestidos minúsculos, provavelmente são prostitutas. E um homem na casa de seus quarenta anos, com sua mochila velha e roupas surradas que revelam sua origem humilde. Estava com a cabeça recostada contra o vidro do vagão, cochilando.
Voltando-se para seus pensamentos, Nathan não pode deixar de pensar em sua pequena e no quanto está ansioso para tê-la novamente. Um sorriso macabro surge em seus lábios.
 “Eva, Eva, Eva... Você não perde por esperar”.

FIM DO PRIMEIRO LIVRO

Esse Nathan é doentio, né? Sério, ele me dá arrepios! Para quem ainda não leu o Livro 2, vocês conhecerão um pouco mais dele e saberão do que esse cretino é capaz!
E é isso pessoal! Espero que tenham gostado! Deixem seus comentários (nesse e no outro capítulo) e fiquem ligados na promoção que está rolando na minha página, valendo as versões em capa dura dessa fanfic e do 'Profundamente Minha'!  Curtam lá: facebook.com/AuthorTammyKesher A gente se vê em 'Para Sempre Minha'! Beijo!!

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