terça-feira, 18 de agosto de 2015

Para Sempre Minha: Capítulo 10 — Retaguarda

ATENÇÃO: SEMPRE LEIAM AS NOTAS DOS CAPÍTULOS, POIS CONTÉM INFORMAÇÕES IMPORTANTES. NÃO VOU RESPONDER A NENHUMA PERGUNTA SOBRE O QUE EU JÁ TIVER DITO.

Oi gente, tudo bem? História atualizada, conforme o prometido. Tem um recado muito importante no fim do capítulo, referente às futuras postagens. 
Dedicado à queridíssima Nalva de Moraes pelo seu carinho e consideração. Espero que goste, flor!
No mais, boa leitura!


A proteção não é amor. O amor é que é a proteção.


— Luiselza Pinto



Mamãe estava chorando. De novo.


Ela estava sentada, sendo consolada pela mãe de Maggie. Ela já tinha me contado que papai havia ido embora e que nunca mais iria voltar. Eu não entendia por que. Ele não nos amava? Será que fui um mau menino e por isso ele não quis ficar?


Uns homens entraram na nossa casa e começaram a revirar nossas coisas. A sala do papai estava cheia de gente e eles espalhavam papeis, abriam um monte de pastas e tiravam tudo do lugar. O que eles estavam procurando? 


“Ei pequeno, Gideon”, me virei para encontrar Angus sorrindo para mim. “Que tal irmos lá para minha casa assistir alguns desenhos?”


Eu gostava de Angus. Ele tem um jeito engraçado de falar e sempre brincava comigo quando estava em casa. 


Sem pensar, peguei a mão que ele estendeu para mim e o segui para o jardim, ainda olhando para todas aquelas pessoas que entravam e saíam da nossa casa sem parar. Acompanhei os movimentos deles e acabei ficando meio zonzo, então desisti e olhei para frente. Mas, para minha surpresa, não era mais o Angus que segurava minha mão. Era outro homem, mais alto e mais novo. Ele estava de costas para mim. Tentei chamar a atenção dele, mas minha voz não saiu. Fiquei assustado e tentei gritar, mas nada saiu.


O homem estranho começou a apertar forte a minha mão. Estava machucando. Tentei balançar, me soltar, mas não conseguia; o homem era muito forte. Foi então que ele parou e olhou para mim. Meu coração começou a bater como um tambor, minha respiração ficou presa na minha garganta e meus olhos se arregalaram de medo quando vi o sorriso demoníaco no rosto de Hugh.


Não! De novo, não! Eu não aguento mais! Por favor...


Então tudo mudou e eu estava no meu quarto novamente, deitado em minha cama, nu da cintura para baixo, com o corpo daquele monstro em cima de mim. Eu estava paralisado. Não conseguia mover um músculo sequer por mais que eu me esforçasse. Senti suas mãos grotescas acariciando minha coxa e, quando ele chegou ao meu sexo e o apertou, meu corpo finalmente com um sobressalto e um ruído de desespero escapou de minha garganta. 
  
 

 “Gideon”, uma voz doce e conhecida me chama com firmeza.


Meus olhos se abrem imediatamente, reclamando um pouco pela intensa luz que os atingiu. Meu coração rugia em meu peito tamanha a rapidez dos batimentos e sentia a suor por toda a minha pele, especialmente em minhas costas.


Eva está olhando para mim. A preocupação é visível em seu rosto, e isso me deixa alarmado.


“O quê?” pergunto assustado. “O que aconteceu?”


“Você estava começando a ter um pesadelo, acho”, diz dando beijos suaves por todo o meu rosto suado. 


Meu estômago se revira. Merda. Não acredito nisso! Como pude ter sido tão estúpido?


Tento me sentar, mas ela me impede, se agarrando ao meu corpo.


“Você está bem?” observo-a atentamente e acaricio seu rosto tão perto do meu. “Eu machuquei você?”


“Está tudo bem”, sussurra. 


“Minha nossa”, deito-me novamente, completamente exausto e cubro meus olhos com o antebraço. “Eu não posso continuar dormindo ao seu lado. E me esqueci de tomar o remédio. Puta merda, eu preciso parar de vacilar”.


“Ei”, sinto sua mão passeando pelo meu peito. “Não aconteceu nada”.


Sua tentativa de amenizar a situação me irrita. Tiro meu antebraço de cima dos olhos e me viro para encará-la. “Não venha fingir que não aconteceu nada, Eva. Todo cuidado é pouco”.


“Eu sei muito bem disso”. 


Ela não sabe. Não importa que o que eu fiz teve a finalidade de mantê-la segura. Não importa que não haja provas que me incriminem. Mesmo que a detetive Shelley Graves saiba da verdade, ela nunca conseguirá ligar o assassinato a mim. Ainda sou culpado. Cometi um crime. Isso nunca sairá do meu sistema, da minha memória. Não posso apagar meu passado, fingir que nada aconteceu.


Eu tirei uma vida. Tomei a decisão que julguei mais rápida e eficaz, e que vai me marcar para o resto da minha vida. 


Sou uma vítima de estupro. Fui e ainda sou tachado de louco e mentiroso por minha família. Eu me tornei um homem de negócios frio e implacável. Fui um canalha com todas as mulheres com quem me envolvi. Eu me tornei um homem totalmente devotado e entregue ao amor. E foi por ele que também me tornei um assassino. 


“Eu matei um homem”, digo baixinho, sentindo o peso das consequências de minhas escolhas sobre meus ombros. “Você sempre correu perigo dormindo ao meu lado, e agora mais do que nunca isso é a pura verdade”.


“Gideon”, ela me olha com aquele olhar penetrante, que desnuda minha alma. Não posso esconder nada quando ela me olha assim.


“Se você está sofrendo, precisava falar comigo”, ela afasta algumas mexas de cabelo do meu rosto.


“Só quero que você se sinta segura”, murmuro.


“Eu só me sinto segura de verdade quando estou com você. Está na hora de parar de se culpar por tudo o que acontece”.


“A culpa é toda minha”, foram minhas escolhas. 


“A sua vida não era menos complicada antes de me conhecer?”, ela questiona.


Lanço-lhe um olhar dúbio. Não posso negar que tudo era mais fácil. “Pelo jeito eu gosto de casos complicados”.


Sou um homem que se entedia com facilidade. Preciso de desafios para me manter em movimento. O que posso fazer? 


“Então pare de reclamar. E não saia daí que eu já volto”.


Ela se levanta e anda com a graça de uma felina até a suíte principal. Estou cansado, meu corpo está em frangalhos, mas meu psicológico é a parte mais destruída. Meu corpo implora para ir para cama, embora eu não acredite que vá conseguir sequer me sentar. Além disso, Eva pediu para que eu não saísse daqui por algum motivo, e eu quero saber o que é.


Meus olhos não saem da porta por onde ela entrou. 


Ela sai de lá, não mais usando a lingerie e sim uma das camisas cumpridas e largas das Indústrias Cross que usa para dormir e com. Há algo que parece ser uma manta pendurada em seu braço. Ela vai em direção do que presumo ser meu quarto, e volta em seguida. A mão que estava livre agora segura uma cartela com meus compridos. Ela deixa a coberta e a cartela em cima do sofá e vai até a cozinha, e volta com uma garrafa d’água. 


Eva me entrega a água e a cartela de comprimidos e faço o que tenho que fazer. Quando termino, ela deixa os objetos em cima da mesinha de centro, pega a coberta e a estende sobre nós, se deitando ao meu lado. Enrolo meus braços ao redor de seu corpo, o pressionando bem junto ao meu. Sinto o calor familiar e reconfortante me envolvendo em segundos. Não quero estar em outro lugar. Não quero sair daqui nunca mais.

“Você se lembra do que estava sonhando?”, pergunta.


“Não. Mas o que quer que fosse, queria que tivesse você”, respondo. E queria que fosse algo bom.

“Eu também”, ela deita a cabeça sobre meu peito, bem em cima do meu coração, que bate mais calmo dessa vez. “Se o sonho fosse comigo, como seria?”


O cheiro cítrico de seus cabelos embala meus sentidos e relaxa meu corpo como mágica. A tensão anterior se dissolveu completamente. 


“Seria um dia de sol numa praia do Caribe”, murmuro. “Uma praia particular, com uma cabana na areia clarinha, sem janelas, só a fachada de frente pro mar. Você deitada numa espreguiçadeira. Sem roupa”.


“Claro”, ela provavelmente está revirando os olhos, mas não consigo nem virar a cabeça para confirmar minhas suspeitas.


“Deitada preguiçosamente na sombra, com a brisa balançando seus cabelos. Com aquele sorriso que me deu na primeira vez em que eu fiz você gozar. Sem pressa pra nada, sem ninguém à nossa espera. Só nós dois, e todo o tempo do mundo”. 


“Pra mim parece o paraíso”, ela sussurra. “Queria nadar pelada com você”.


Se eu não estivesse tão mole de tanto sono, eu provavelmente teria ficado duro com essa conversa, mas não acho que meu amigo está em condições de se erguer no momento. Quem sabe amanhã...


“Hum...” bocejo. “Preciso ir pra cama”. Não tenho certeza se eu conseguirei me erguer também. Acho que não. Nenhuma parte do meu corpo quer fazer esse esforço agora. Aqui está tão bom...


“Eu ia querer umas cervejas geladas também”, Eva continua a falar. “Com limão. Eu espremeria o suco em cima da sua barriga e depois lamberia tudinho”.


Isso é muito excitante, mesmo que eu não consiga ficar excitado nesse momento. Tento ao menos imaginar a cena de sua língua percorrendo meu peitoral, sorvendo o líquido da minha pele, mas a imagem está meio embaçada. Droga.


“Eu adoro a sua boca”, isso é tudo o que consigo elaborar.


“Então deveria sonhar com isso. E com as safadezas que a gente pode fazer juntos”.


Será que se ela especificar que tipos safadezas ela tem em mente, vou conseguir sonhar com elas? Já que eu não consigo pensar, sonhar me soa uma boa ideia. Eu já estou a ponto de dormir mesmo...


“Me dê alguns exemplos”, incentivo. Vou me agarrar em uma delas. Ou em quantas minha mente conseguir guardar.


Sinto seus dedos acariciando de leve meu rosto. Sua voz não passa de um emaranhado de sussurros doces junto ao meu ouvido. Não, eu quero ouvir as ideias que ela tem! Faço um esforço para manter a atenção em suas palavras, mas elas estão sumindo. Tudo ao meu redor está desaparecendo. 


E então, tudo fica escuro e silencioso.


<<<>>> 


Os sons vão aumentando gradualmente. Continuo parado, tentando assimilar tudo ao meu redor. Sinto que estou deitado em um móvel macio, mas que está longe de ser uma cama. Encontro um pouco de energia para mexer meus braços e percebo que estou no sofá. Sozinho. Franzo o cenho. Onde está Eva?


Abro os olhos no mesmo instante e... Porra! A luz forte vem de uma vez, me obrigando a fechá-los de novo. Respiro fundo, conto até três mentalmente e abro as pálpebras lentamente. Aos poucos, vou me acostumando com a iluminação e, em segundos, estou de pé. Olho para o relógio do receptor de TV a cabo e fico um pouco atordoado por já ser onze e dez. Eu não costumo acordar tão tarde. 


Imagens de Eva me fazendo adormecer ontem à noite aparecem em minha mente, fazendo um calor se instalar em meu peito. Ela meu deu o remédio contra a parassonia e se deitou comigo, me fez relaxar até dormir. Ela cuidou de mim, da forma mais simples e doce. Esse tipo de coisa é a cara do meu anjo. 


Louco para retribuir seu carinho, vou até seu quarto, já que ela não está na cozinha. Mas, ao chegar lá, ela também não está, nem no banheiro. Estranho. Vou até meu quarto e meu banheiro, que estão vazios. Volto para a sala, e me encaminho para meu escritório.


Qual não é minha surpresa ao encontrá-la lá, sentada em minha cadeira, segurando um tablet, como uma verdadeira executiva. Acrescente ao fato de minha mesa estar repleta de papeis com anotações e desenhos. Minha nossa, como essa mulher fica sexy quando está concentrada em alguma coisa! Ela morde o canto do lábio inferior e fica mexendo os olhos e as sobrancelhas, mudando as feições de acordo com o que quer que chame sua atenção. Eu daria qualquer coisa para ter essa visão todos os dias no meu escritório. Nunca a tinha visto desse jeito, o que é perfeitamente compreensível, já que ela está sempre agitada, andando para cima e para baixo, como um perfeito retrato da hiperatividade. 


Vou até ela, que ainda está vestida apenas com a camisa das Indústrias Cross, e sou cumprimentado com um “bom dia” e um leve beijo nos lábios. 


“O que é isso?” pergunto, olhando curiosamente para pilha de papeis e para o tablet na mesa, pegando algumas coisas de relance, mas não completamente. Minha mente ainda está nublada pelo sono.


“Tome um café antes, depois eu explico” ela esfrega as mãos entusiasticamente, e me olha com aquela cara de quem está aprontando. “Quer tomar um banho rápido enquanto preparo? Depois nós podemos conversar melhor”.


Eu a encaro e abro um sorriso de satisfação por vê-la tão animada. 


“Tudo bem. Mas não seria melhor tomarmos um banho juntos? Pra conversa começar bem?” 


Nada como uma boa trepada matinal para iniciar um dia glorioso. 


Isso deveria ser uma máxima de vida. 


“Seria melhor guardar essas ideias, e a sua libido, pra hoje à noite”. 


“Ah, é mesmo?” estou um pouco desapontado, porque eu queria executar essas ideias agora. 


“Eu vou sair hoje à noite, esqueceu? E vou beber bastante, o que sempre me deixa com tesão. Não esquece de tomar as suas vitaminas, garotão”.


A ligeira decepção que sua saída deveria me causar foi completamente apagada pelo fato de que ela vai estar com muito tesão quando chegar em casa. Muito tesão. Muito mesmo.


Esse pensamento abre ainda mais meu sorriso. “Pode deixar”.


“É isso aí. Se conseguir levantar da cama amanhã, você é um homem de sorte”, avisa.


“Vou me hidratar bastante, então”, brinco enquanto me encaminho para o banheiro. 


“Boa ideia” a escuto dizer atrás de mim.


E eu aposto que ela deu uma encarada na minha bunda. Não que eu esteja reclamando, claro. Eu faria a mesma coisa. 


Quer dizer, oportunidades assim não podem ser desperdiçadas. 


Com isso em mente, tomo um banho rápido, lavo os cabelos e escovo os dentes no box mesmo. Em dez minutos volto para meu escritório vestindo apenas uma calça preta folgada e com uma caneca de café fumegante nas mãos. 


Percebo que Eva tenta disfarçar seu olhar guloso sobre meu corpo enquanto me pede para sentar na cadeira da escrivaninha. Sorrio internamente. Adoro a forma como ela não consegue controlar seu desejo por mim. 


“Muito bem”, ela começa, agora mais concentrada em seu trabalho, “seguindo a máxima de que a melhor defesa é o ataque, comecei a pensar em uma forma de trabalhar a sua imagem publicamente”.


Dou um gole em meu café a olhando fixamente. Ela não pode estar pensando que eu vou expor algo da minha intimidade para bancar o bom samaritano para do povo.


“Não me olhe assim”, ela me repreende. “Isso não entra na sua vida pessoal, afinal eu sou a sua vida pessoal”.


“Boa menina”, elogio dando um tapinha em suas costas.


Ela me mostra sua língua. “Minha intenção era encontrar uma forma de rebater uma campanha difamatória que explorasse os pontos fracos da sua personalidade”.


“O fato de eu ser conhecido por não expor esses pontos fracos deve ajudar”, ironizo ao mesmo tempo em que tento descobrir aonde ela quer chegar com isso.


“Eu sou uma influência terrível sobre você”, murmura preocupada.


Ah.


“Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida”, rebato colocando a caneca em cima da escrivaninha. 


Ela me dá um beijo rápido, mas não menos carinhoso em minha na testa. “Não foi nada fácil descobrir algo a respeito da Fundação Crossroads”.


“Você que não soube procurar”.


Então ela começa a tecer críticas ao mecanismo de busca, ao layout do site, à falta de informações na página inicial. 


“Onde estão os links e as informações das instituições beneficiadas?” prossegue. E a sessão ‘Quem somos’, explicando o que é a fundação e qual é o seu objetivo?”


“Uma pasta com informações detalhadas é mandada pras instituições de caridade, pros hospitais e pras universidades duas vezes por ano”, explico calmamente.


“Ótimo. Mas chegou a hora de entrar na era da internet. Por que as ações promovidas pela fundação não fazem nenhuma menção a você?”


“A Crossroads não precisa remeter a mim, Eva".


“Como não?” ergo as sobrancelhas diante de seu tom indignado, e ela imita meu gesto enquanto me entrega um papel. “Vamos minimizar o impacto do escândalo provocado por Deanna antes mesmo que ela comece a fazer estrago. Esse site precisa ser reformulado na segunda-feira no primeiro horário, acrescentando essas páginas e as informações que eu reuni”.


Dou uma olhada rápida na lista enquanto pego minha caneca de café, e fico impressionado com a quantidade de sugestões. 


“O site das Indústrias Cross deveria ter um link pra fundação, na página da sua biografia”, continua. “Que, aliás, também precisa ser reformulada e atualizada”.


Eva me passa outro papel. Eu o apanho e passo os olhos pela breve biografia que ela esboçou. Não vou negar que essas palavras estão dando uma bela massagem em meu ego. Mas parece tão soberbo escrever um parágrafo inteiro sobre minhas supostas qualidades. Sinceramente, nem consigo me ver assim.


“É claramente escrita por alguém apaixonado por mim”, brinco.


“Não precisa bancar o modesto, Gideon. Às vezes você precisa bater no peito e dizer: ‘Eu sou o cara’. As suas qualidades vão muito além do seu rosto bonito, do seu corpo gostoso e do seu tesão inesgotável. Mas vamos nos concentrar nas coisas que posso dividir com o resto do mundo”.


Ela fala sem parar, e gesticula incessantemente. Abro um enorme sorriso ao ver meu anjo hiperativo. “Quantas canecas de café você já tomou hoje?”.


“O suficiente pra acabar com você, então tome cuidado”. Ela bate em meu braço com o quadril. “Também acho que seria bom escrever um comunicado à imprensa anunciando a aquisição de La Rose Noir, pras pessoas associarem o seu nome ao de Giroux. Pra todo mundo saber que Corinne, com quem você andou saindo ultimamente, tem um marido. Dessa forma, Deanna não pode pintar você como um canalha por ter rompido com ela. Isso se ela decidir ir por esse caminho”.


Ao citar o nome de Corinne e Deanna, percebo o brilho de preocupação em seu olhar. Toda a sua pesquisa e dedicação é muito mais do que tentar me ajudar. Eva está tentando me proteger. De alguma forma, ela pensa que estou vulnerável, o que ela julga que ficou mais evidente por causa do quase pesadelo que tive ontem, e que precisa fazer por mim o mesmo que fiz por ela: me libertar, me salvar.


Tal constatação me faz puxá-la para meu colo de repente, pegando-a completamente de surpresa. “Meu anjo, eu não aguento ver você preocupada desse jeito. Podemos fazer o que você quiser, mas antes entenda que essa Deanna não tem nada nas mãos. Ian Hager não vai comprometer a chance de ganhar uma bela indenização divulgando essa história. Ele vai assinar o acordo de sigilo, receber uma boa bolada e sumir no mundo”.


Apesar de minhas garantias terem a feito relaxar um pouco, seu olhar ainda está repleto de angustia.


“Mas e...”. 


“Pro Six-Ninths não é uma boa ideia que as pessoas saibam que a musa inspiradora do seu maior sucesso namora outro cara”, eu a corto suavemente. “Isso significaria que a história de amor da música é falsa. Vou conversar com Kline, e tenho certeza de que ele vai entender”.


“Você vai falar com Brett?” ela pergunta esperançosa.


É claro que vou. Tudo é questão de conflito de interesses. No fundo, sei que Brett que expor Eva como sua musa, principalmente agora que ele, a imprensa e o público acreditam piamente que estamos separados. Tudo o que tenho que fazer é conversar com ele, convencendo-o do contrário. Afinal, Eva e eu vamos começar, aos poucos, a nos aproximar publicamente. Quando isso vier à tona, nem a reputação da música nem da gravadora será arranhada. Eu odeio Brett Kline, é verdade, mas não serei hipócrita: sua banda é uma das que mais trás rentabilidade para a gravadora atualmente. E se tem algo que eu não suporto é perder dinheiro por bobagens. 


“Nós temos negócios em comum”, argumento com Eva, abrindo um leve sorriso, “então claro que sim. E, quanto ao ataque a Cary, ela claramente está blefando.


Nós dois sabemos que Deanna não será capaz de tirar conclusão nenhuma em cima disso”.


Ela fica em silêncio por alguns segundos, tentando digerir tudo e eu apenas a observo, dando-lhe tempo. “Então você acha que ela está só querendo me atingir. Por quê?”


“Porque eu sou seu, e Deanna sabe muito bem disso se já cobriu algum evento em que estivemos juntos”. Encosto minha testa na sua. “Não consigo esconder meus sentimentos quando você está por perto, e isso torna você um alvo”.


“De mim você soube esconder muito bem os seus sentimentos”, amua.


“Foi a sua insegurança que não deixou você ver”. Ela não retruca, concordando plenamente com o que eu disse. “Vamos supor que a intenção dela seja mesmo me deixar com medo de um escândalo. Mas o que ela ganharia com isso?”


Recosto-me na cadeira para olhar bem para ela. “Pense bem. A grande ameaça é o surgimento de um escândalo envolvendo nós dois. Qual seria a melhor forma de evitar isso?”


“Mantendo distância de mim. É o que diriam pra você fazer. Cortar as relações com uma potencial fonte de escândalos é o básico do básico do gerenciamento de crises”, murmura.


“Ou então fazer o contrário, e casar com você logo de uma vez”, digo baixinho, finalmente trazendo à tona meus planos para o nosso futuro.


Sinto seu corpo ficar todo tenso em meu colo. “O que...? Você está...?” Ela engole em seco. “Não neste momento. Não desta maneira”. 


“Não mesmo”, concordo beijando de leve sua boca. “Quando eu pedir você em casamento, meu anjo, vai ser pra valer”.


Com anel e tudo mais. 


Ela parece estar a ponto de ter um ataque. Seu rosto está vermelhos e ela balança a cabeça de um lado para o outro.


“Respira fundo”, digo tranquilamente e ela segue minha instrução. “Mais uma vez”, ela repete. “Pronto, agora me diz que não entrou em pânico por causa disso”.


“Não mesmo. Não”, responde num fio de voz.


“Fala comigo, Eva”.


“É que...” Ela solta o ar com força. “Eu só quero que você me peça isso quando eu estiver pronta pra dizer sim”.


Agora o corpo que fica tenso é o meu, como se estivesse se preparando para o impacto de um soco contra o estômago. Mas não foi eficaz. Porque tudo o que consigo pensar é que ela tem medo de querer um futuro ao meu lado. 


“E agora não está?” minha voz está carregada de mágoa.


Ela sacode a cabeça de um lado para outro mais uma vez.


Meus lábios se contraem numa linha estreita, em total desagrado, mas estou longe de desistir por causa de uma simples negativa. “Me diz, então, o que é preciso pra isso acontecer”.


Ela coloca seus braços sobre meu ombro e aproxima nossos corpos. “Existe tanta coisa que eu não sei. Não que eu precise de mais informações pra me decidir, porque nada é capaz de acabar com o meu amor por você. Nada. Só acho que a sua hesitação em compartilhar as coisas comigo significa que você também não está pronto”.


“Sei...”, murmuro desconfiado de sua justificativa. Eu não poderia estar mais pronto para viver o resto dos meus dias ao lado dela. 


“Eu preciso ter a certeza de que você vai querer passar a vida toda comigo. Não vou conseguir sobreviver a uma separação, Gideon”.


“O que você quer saber?” pergunto já me preparando para dar qualquer informação que ela quiser.


“Tudo”.


Solto um ruído de frustração. “Você precisa ser mais específica”.


Vamos, meu anjo. Eu te direi qualquer coisa a essa altura. 


“Sobre a Vidal Records. Por que você é o dono da gravadora do seu padrasto?” 


Eu poderia ter ficado surpreso de ela ter perguntado isso primeiro, dentre tantas outras coisas, mas tal sentimento é ofuscado pela lembrança de todos os transtornos e sofrimentos dessa época. 


“Porque ela estava falindo”, cerro os dentes, repassando toda a situação em minha mente. “Minha mãe já tinha perdido tudo o que tinha na vida uma vez. Eu não podia deixar isso acontecer de novo”.


“O que você fez?”


“Pedi pra minha mãe convencer Chris e Christopher a fazer uma oferta pública de ações da empresa, e a parte de Ireland ela vendeu pra mim. Com isso, e as ações que comprei na bolsa, assumi o controle da empresa”. 


“Uau”. Ela aperta minha mão, sinalizando que estava ao meu lado e que apoiava minha decisão. “E como as coisas chegaram a esse ponto?” sei que ela está se referindo à relação de ódio entre mim e meu irmão.


“Chris nunca hesitou em pedir meus conselhos, mas Christopher sempre fez questão de não segui-los, então o meu padrasto ficava o tempo todo no meio do tiroteio”.


“Então você fez o que precisava ser feito”, sentencia e beija meu queixo. “Obrigada por me contar”.


“Era só isso?” pergunto apenas a título de confirmação do que eu já sei.


Ela abre um sorriso maroto. “Não”.


Não brinca.


Quando sua boca se abre para fazer mais uma pergunta, seu telefone toca. Reconheço o toque específico que indica que Monica Stanton está na outra linha. 


Eva geme e seu desconforto é evidente. “Preciso atender”.


Eu a deixo se levantar, não sem antes dar uma bela apalpada em sua bundinha empinada, e volto minha atenção para suas anotações enquanto ela se afasta para atender ao telefone em outro cômodo. 


Ao analisar mais a fundo todas as pesquisas, sugestões de acréscimos e mudanças que Eva propôs, fico de queixo caído. Como homem, sinto um enorme orgulho da minha futura esposa, mas como homem de negócios, me pergunto como uma mulher tão talentosa e competente pode estar sendo desperdiçada como secretária de um diretor júnior numa empresa de publicidade. 


Sei que Eva quer começar sua carreira de baixo, sem explorar a influência de seu padrasto no mundo dos negócios e até mesmo de seu próprio nome, já que a família Tramell tem várias conexões com pessoas poderosas. No entanto, com um portfólio apropriado e uma entrevista de emprego, Eva poderia alçar voos mais altos e, certamente, mais apropriados ao seu talento. Ela é visionária, corajosa, segura de seu potencial, bem informada e inteligente. Uma verdadeira estrategista. Ela tem exatamente o que eu exijo das pessoas que trabalham para mim. E agora, vendo todo o seu trabalho, vejo que ela está até mesmo anos luz à frente de minha própria equipe. 


A ideia de tê-la trabalhando para mim vai deixar o plano das ideias. E eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para isso. Eu a quero ao meu lado, me ajudando a melhorar ainda mais, e porque não aumentar mais, o meu império. Ela não será apenas minha esposa, mas também minha parceira. 


Continuo a ler atentamente suas anotações, já pensando em agendar uma reunião de emergência com a equipe de marketing. Sinto sua presença antes de vê-la, mas não mudo de posição nem me altero, dando-lhe tempo para me observar. Eu sei que ela gosta. Sei que isso irá relaxá-la após o embate telefônico com sua mãe. 


Ao terminar, olho para ela, sorrindo de abertamente. “Gostei disto aqui”, elogio, apontando para a mesa. “Principalmente considerando que foi tudo reunido em questão de horas”.


Ela abre um leve sorriso de orgulho e emoção, e suas bochechas ficam tingidas de um adorável tom rosado. Eu quero lambê-las, e vou. Mas não agora.


“Quero você nas Indústrias Cross, Eva”, determino propositalmente com o mesmo tom de voz que uso quando a mando gozar para mim.


“Eu também quero você lá. Na sua mesa”, brinca tentando desviar a atenção.


Meus olhos brilham ao pensar nisso. Eu também adoraria tê-la em cima da minha mesa. “Essa pode ser a nossa comemoração”.


“Eu gosto do meu trabalho. E dos meus colegas. E de saber que mereci cada coisa que conquistei”, murmura seu argumento de sempre. 

“Eu posso oferecer tudo isso e muito mais”, batuco com os dedos na caneca de café já vazia em minha mão. “Acho que você foi para o ramo de publicidade pra fugir da monotonia. Por que não relações públicas, então?”


“Porque isso envolve política. Anunciando produtos, a retórica fica restrita a transações comerciais”.


Ouvi-la falar com tanta propriedade sobre o assunto me enche de calor e desejo. Mas não posso focar nisso agora. 


“Você falou sobre gerenciamento de crises agora há pouco. E obviamente”, aponto para a pilha de papeis espalhados sobre a mesa, “tem talento pra isso. Me deixe tirar proveito disso”.


Ela cruza os braços por cima de seus seios. “Gerenciamento de crises é trabalho pra profissionais de relações públicas, e você sabe disso”.


“Você é boa na resolução de problemas. Eu posso usar esse talento seu. Delegar problemas sérios e complexos pra você resolver. Nada de rotina, um desafio atrás do outro”.


Já imagino várias situações de crise que ela poderia resolver sozinha, inclusive, já que, aparentemente, tenho uma equipe de RP jurássica e incompetente, se comparada ao meu anjo.


“Fala sério”, ela bate um dos pés no chão, visivelmente nervosa e mexida com minha proposta. “Quantas crises você encara numa semana qualquer?”


“Inúmeras”, respondo animadamente. “Qual é? Eu sei que você ficou interessada. Dá pra ver na sua cara”. Ela mal consegue disfarçar.


Ela se endireita, parecendo indignada por não conseguir esconder seu óbvio interesse. “Você já tem gente de sobra para lidar com tudo isso”. 


Eu me recosto na cadeira e sorrio, sem me deixar dissuadir por seu argumento fraco. “Eu quero mais. E você também. Vamos fazer isso, juntos”.


“Você é terrível, sabia? Obstinado pra caramba. Escuta o que estou dizendo: nós dois trabalhando juntos não é uma boa ideia”, tenta mais uma vez.


“Estamos trabalhando muito bem até aqui”.


Ela sacode a cabeça. “Porque você concordou com as minhas avaliações e sugestões, e além disso eu estava no seu colo, com você passando a mão na minha bunda. Não vai ser tão agradável assim quando nós discordarmos um do outro e precisarmos discutir a respeito num ambiente profissional, com outras pessoas ao redor. E pra piorar nós vamos trazer tudo isso pra casa, e lidar com os problemas do trabalho no ambiente doméstico também”.


“Nós podemos combinar de não conversar sobre trabalho dentro de casa”. Passo os olhos por todo o seu corpo até fixá-los em suas nuas e belas pernas sob o robe de seda. “Não vai ser muito difícil arrumar coisas mais interessantes pra fazer”.


Eva revira os olhos e me dá as costas. “Maníaco sexual”.


“Eu adoro fazer amor com você”, digo suavemente, ciente de que consigo qualquer coisa quando deixo meu lado romântico aflorar. 


“Isso não é justo”, ela reclama toda manhosa e já entregue.


Sorrio vitorioso. “Eu nunca disse que jogava limpo”.


Ela me dá a língua mais uma vez e sai do escritório. Eu deixo. Eva precisa de espaço nesse momento e pressioná-la a deixará ainda mais nervosa e arredia. Terei várias oportunidades de abordar o tópico. Além disso, ela tem muito com o que se preocupar hoje, embora eu saiba que minha proposta não sairá de sua mente tão cedo.


Uma batalha acaba de ser ganha. 


Mas a guerra está longe de acabar. E eu, mais ainda, de desistir.


<<<>>> 


Assim que tive certeza que Eva tinha ido com Clancy para encontrar a mãe, fui para minha cobertura em frente ao Central Park, troquei de roupa e saí com Angus. Quando Eva saiu do nosso apartamento, liguei para minha atendente pessoal na Tifanny & Co. e reservei o presente de Eva. 


Às uma e quinze da tarde eu já adentrava a loja, com Marie Hegel à minha espera.


Ela é morena, mas não, nunca transamos. Nossa relação é estritamente profissional. Eu jamais me envolveria com uma pessoa sexualmente e profissionalmente ao mesmo tempo (exceto Eva, claro). Por outro lado, Marie parece ser uma das poucas mulheres que são imunes a mim. Ela é muito bem casada com um capitão da Marinha dos Estados Unidos, com quem tem dois filhos e, até onde sei, é completamente apaixonada por ele. 


Não é surpresa eu ter checado os antecedentes dela.


Marie é baixinha, até mesmo um pouco menor que Eva, e seus cabelos pretos são curtos, com as pontas roçando suas bochechas. Seus olhos são amendoados e seus lábios finos. Ela está vestindo um terninho azul claro elegante e seu rosto fino está revestido com uma máscara de simpatia puramente profissional.


“Boa tarde, senhor Cross. É um prazer tê-lo em nossa loja”.


“Boa tarde, Marie”, retorno o cumprimento polidamente.


“Já reservei uma das salas de atendimento privado. Por favor, queira me acompanhar”, ela faz um gesto indicando o caminho e se vira. 


Eu a sigo em silêncio.


Assim que nos encontramos na privacidade do atendimento vip ela me oferece a cadeira enquanto vai até uma porta na lateral para pegar minha encomenda.


Ela retorna e se senta do outro lado da mesa com uma caixa de vidro. Nele, há um belíssimo relógio feminino. 


“Aqui está, senhor Cross. É uma das poucas unidades ainda disponíveis para venda”. 


Eu queria uma peça que nem de longe lembrasse o Rolex que Eva usava tão orgulhosamente. E que fosse exclusivo, claro. Agora que posso, com louvou, menosprezar a escolha genérica de Monica, apesar de requintada, eu jamais daria a Eva algo tão comum. Ela merece mais. Muito mais.


Olho para o delicado relógio e consigo imaginá-lo no pulso do meu anjo. É simplesmente perfeito. Clássico, elegante e raro, exatamente como ela. O mostrador de madrepérola é em formato quadrado, cujo design é visivelmente inspirado no movimento art decó, muito popular nas décadas de 20 e 30. O exterior é cravejado de diamantes e a pulseira é de couro na cor creme. A fivela é de ouro branco.


Estou determinado em tentar preencher o vazio que fora deixado por sua mãe. Eu sabia que a relação das duas jamais seria a mesma. A confiança fora quebrada. Ainda que eu entendesse a superproteção de Monica, o pânico de ver sua filha em perigo mais uma vez, eu também entendia o lado de Eva. Em sua mente, o Rolex que sua mãe e padrasto lhe deram de presente tinha um significado completamente diferente do que realmente era. Eles esconderam a verdade e a monitoraram pelas costas. O presente era, na verdade, uma forma de controlá-la. Não foi de coração. E isso foi além dos limites. Posso ter muitos defeitos, e sim, já escondi muitas coisas de Eva (e ainda escondo), mas eu nunca faria algo assim. Chega a ser cruel.


“Senhor Cross?” a voz de Marie chama minha atenção.


“Eu vou levar”, digo imediatamente. “A forma de pagamento será cartão de crédito”.


Ela acena. “Como quiser, senhor Cross. Eu vou pegar a documentação necessária. Um momento, por favor”.


Meia hora depois, saio com minha compra nas mãos e encontro Angus no estacionamento exclusivo para clientes.


Já em casa, verifico todos os detalhes da saída de Eva. Não vou negar que estou um tanto aflito de tê-la tão longe, mas ela precisa de um momento para si e para seus amigos. O Dr. Petersen sempre deixou clara a importância de não ficarmos tão dependentes da companhia um do outro e que precisávamos sair de nossa bolha, ou nosso relacionamento poderia fracassar antes de mesmo de começar dar certo. 


Ele tem razão.


Como todo terapeuta que custa trezentos dólares por hora parece ter.


E estou mais do que disposto a fazer tudo o que for necessário para nossa relação dar certo.

Pesquisei a fundo todas as pessoas que sairão com ela, é claro. Porque nenhum psicopata tarado sairia com minha mulher por aí. Mesmo que seja no meu clube.


Assim que tudo estava esquematizado, voltei minha atenção para meu trabalho. Enviei um email para a chefia da equipe de Marketing e marquei uma reunião para as nove da manhã da segunda-feira. Enviei para Scott todo o planejamento de Eva, pedindo para que ele reunisse e organizasse tudo, tirasse cópias para todos os presentes e colocasse tudo em pastas, como o de costume. Pedi para que ele realocasse qualquer compromisso que eu tivesse na parte da manhã para outro horário da tarde ou do dia seguinte. 


Fico tão imerso no trabalho que me assusto com o toque de meu celular. Pela tela, vejo que é do clube. Tenciono. Eles nunca me ligam a não ser que seja algo extremamente importante, principalmente para meu número pessoal. 


“Cross”, atendo rapidamente. 


Oi, garotão”, a voz arrastada e coberta de necessidade de Eva invade meus ouvido e meus pelos da nuca se eriçam imediatamente. “Eu estou bêbada e fiquei com vontade de falar com você”.


“Dá pra perceber” mudo meu tom de voz. Meu anjo bêbado é um perigo, mas é uma coisa muito linda de se assistir também. “Está se divertindo?”


“Sim, mas estou sentindo sua falta. Você tomou suas vitaminas?”


Sorrio de seu senso de humor, me lembrando do que ela disse mais cedo “Está com tesão, meu anjo?”.


É culpa sua! Este lugar é um tremendo afrodisíaco. Estou toda suada, excitada e exalando feromônios. E me comportei muito mal, se você quer saber. Estava dançando como se fosse solteira”, provoca.


“Meninas más precisam ser castigadas”, murmuro bruscamente me lembrando de como as solteiras dançam e não gostando nada disso. 


Então acho melhor eu começar a me comportar mal pra valer. Pra merecer o castigo”, ela continua mantendo a sensualidade na voz mesmo estando bêbada.


“Venha pra casa e me mostre seu mau comportamento”, sugiro numa mistura de gemido e grunhido.


Só posso ir embora quando as meninas quiserem. E, pelo andar da carruagem, isso não vai acontecer tão cedo”.


Não vou esperar. Não quero esperar. E a ideia brilha como um diamante em minha cabeça.


“Eu posso ir até aí. Em vinte minutos, o meu pau pode estar dentro de você. Que tal?”.


Transar com ela em um local público vai ser uma delícia. E vai riscar mais uma aventura sexual a ser feita da nossa lista. 


Hum, eu quero”, sussurra sedutoramente.


Ah, meu anjo. É claro que você quer. Você é muito safada. E eu adoro isso.


“Está vendo uma passarela no alto?”


Ela para um momento, como se procurasse o local. “Sim”.


“Tem um cantinho no final dela, na junção de dois espelhos. Encontro você lá. Esteja pronta, Eva”, exijo. “Quero sua bocetinha molhadinha e descoberta quando chegar”.


Estou impaciente e cheio de tesão. É bom ela estar bem pronta para mim, porque eu não vou pegar leve. 


Estou usando um...”, ela tenta descrever sua roupa para que eu a ache, mas eu a corto. 


“Meu anjo, eu sou capaz de encontrar você até no meio de um milhão de pessoas. Você nunca vai conseguir se esconder de mim, nem se quiser”, minha voz está rouca de desejo.


Ela suspira tremulamente. “Não demora”, e a ligação fica muda.


Fecho os olhos e respiro fundo, sentindo meu membro ficar duro como pedra. Puta merda, ela consegue mexer comigo mesmo estando longe. Eu não preciso vê-la para querê-la. Basta ouvir sua voz e saber que ela me quer tanto quanto a recíproca é verdadeira. 


Eu já consigo sentir sua excitação escorrendo pelos meus dedos. A sensação de seus tecidos inchados apertando meu pau duro de desejo. 


Eu vou comê-la naquele clube. 


E vou fazê-la gozar até não poder se sustentar em seus próprios pés. 

Mas é claro que vou deixar o melhor para a próxima! Quem aí está com saudade de ver esse casal em ação? Pois é, não vai demorar muito! Não se esqueçam de me dizer o que acharam do capítulo! E quem não gostou do livro original está gostando desta versão? Quero muito saber!
Agora, vamos a um recado importantíssimo sobre as próximas postagens! 
Os próximos dois capítulos (um na semana que vem e o outro na próxima) serão postados às terças-feiras, ok? Portanto, as datas corrigidas de postagem são:
25 de agosto (terça-feira): Capítulo 11
01 de setembro (terça-feira): Capítulo 12
Fiquem ligadas nas minhas redes sociais. Quem quiser me seguir, fique a vontade!Os ícones estão na barra lateral direita. Ah, e quem quiser ler todas as fanfics, é só acessar o índice de postagens, clicando aqui.
E, por último, mas não menos importante: meu primeiro trabalho original está a venda na Amazon por apenas R$ 1,99! É o conto "Um Dia" e esse é o link para compra: Adoraria se vocês me dessem uma forcinha! Garanto que não vão se decepcionar!

E é isso! Desejo-lhes uma semana abençoada! Um superbeijo e até terça que vem!

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