Dedicado à queridíssima Nalva de Moraes pelo seu carinho e consideração. Espero que goste, flor!ATENÇÃO: SEMPRE LEIAM AS NOTAS DOS CAPÍTULOS, POIS CONTÉM INFORMAÇÕES IMPORTANTES. NÃO VOU RESPONDER A NENHUMA PERGUNTA SOBRE O QUE EU JÁ TIVER DITO.Oi gente, tudo bem? História atualizada, conforme o prometido. Tem um recado muito importante no fim do capítulo, referente às futuras postagens.
No mais, boa leitura!
A proteção não é amor. O amor é que é a proteção.
— Luiselza Pinto
Mamãe estava chorando. De
novo.
Ela estava sentada, sendo
consolada pela mãe de Maggie. Ela já tinha me contado que papai havia ido
embora e que nunca mais iria voltar. Eu não entendia por que. Ele não nos
amava? Será que fui um mau menino e por isso ele não quis ficar?
Uns homens entraram na
nossa casa e começaram a revirar nossas coisas. A sala do papai estava cheia de
gente e eles espalhavam papeis, abriam um monte de pastas e tiravam tudo do
lugar. O que eles estavam procurando?
“Ei pequeno, Gideon”, me
virei para encontrar Angus sorrindo para mim. “Que tal irmos lá para minha casa
assistir alguns desenhos?”
Eu gostava de Angus. Ele
tem um jeito engraçado de falar e sempre brincava comigo quando estava em casa.
Sem pensar, peguei a mão
que ele estendeu para mim e o segui para o jardim, ainda olhando para todas
aquelas pessoas que entravam e saíam da nossa casa sem parar. Acompanhei os
movimentos deles e acabei ficando meio zonzo, então desisti e olhei para
frente. Mas, para minha surpresa, não era mais o Angus que segurava minha mão.
Era outro homem, mais alto e mais novo. Ele estava de costas para mim. Tentei
chamar a atenção dele, mas minha voz não saiu. Fiquei assustado e tentei
gritar, mas nada saiu.
O homem estranho começou a
apertar forte a minha mão. Estava machucando. Tentei balançar, me soltar, mas
não conseguia; o homem era muito forte. Foi então que ele parou e olhou para
mim. Meu coração começou a bater como um tambor, minha respiração ficou presa
na minha garganta e meus olhos se arregalaram de medo quando vi o sorriso
demoníaco no rosto de Hugh.
Não! De novo, não! Eu não
aguento mais! Por favor...
Então tudo mudou e eu
estava no meu quarto novamente, deitado em minha cama, nu da cintura para
baixo, com o corpo daquele monstro em cima de mim. Eu estava paralisado. Não
conseguia mover um músculo sequer por mais que eu me esforçasse. Senti suas
mãos grotescas acariciando minha coxa e, quando ele chegou ao meu sexo e o
apertou, meu corpo finalmente com um sobressalto e um ruído de desespero
escapou de minha garganta.
“Gideon”, uma voz doce e conhecida me chama
com firmeza.
Meus olhos se abrem
imediatamente, reclamando um pouco pela intensa luz que os atingiu. Meu coração
rugia em meu peito tamanha a rapidez dos batimentos e sentia a suor por toda a
minha pele, especialmente em minhas costas.
Eva está olhando para mim. A
preocupação é visível em seu rosto, e isso me deixa alarmado.
“O quê?” pergunto assustado.
“O que aconteceu?”
“Você estava começando a ter
um pesadelo, acho”, diz dando beijos suaves por todo o meu rosto suado.
Meu estômago se revira.
Merda. Não acredito nisso! Como pude ter sido tão estúpido?
Tento me sentar, mas ela me
impede, se agarrando ao meu corpo.
“Você está bem?” observo-a
atentamente e acaricio seu rosto tão perto do meu. “Eu machuquei você?”
“Está tudo bem”, sussurra.
“Minha nossa”, deito-me
novamente, completamente exausto e cubro meus olhos com o antebraço. “Eu não
posso continuar dormindo ao seu lado. E me esqueci de tomar o remédio. Puta
merda, eu preciso parar de vacilar”.
“Ei”, sinto sua mão passeando
pelo meu peito. “Não aconteceu nada”.
Sua tentativa de amenizar a
situação me irrita. Tiro meu antebraço de cima dos olhos e me viro para
encará-la. “Não venha fingir que não aconteceu nada, Eva. Todo cuidado é
pouco”.
“Eu sei muito bem disso”.
Ela não sabe. Não importa que
o que eu fiz teve a finalidade de mantê-la segura. Não importa que não haja
provas que me incriminem. Mesmo que a detetive Shelley Graves saiba da verdade,
ela nunca conseguirá ligar o assassinato a mim. Ainda sou culpado. Cometi um
crime. Isso nunca sairá do meu sistema, da minha memória. Não posso apagar meu
passado, fingir que nada aconteceu.
Eu tirei uma vida. Tomei a
decisão que julguei mais rápida e eficaz, e que vai me marcar para o resto da
minha vida.
Sou uma vítima de estupro.
Fui e ainda sou tachado de louco e mentiroso por minha família. Eu me tornei um
homem de negócios frio e implacável. Fui um canalha com todas as mulheres com
quem me envolvi. Eu me tornei um homem totalmente devotado e entregue ao amor. E foi por ele que
também me tornei um assassino.
“Eu matei um homem”, digo
baixinho, sentindo o peso das consequências de minhas escolhas sobre meus
ombros. “Você sempre correu perigo dormindo ao meu lado, e agora mais do que
nunca isso é a pura verdade”.
“Gideon”, ela me olha com
aquele olhar penetrante, que desnuda minha alma. Não posso esconder nada quando
ela me olha assim.
“Se você está sofrendo,
precisava falar comigo”, ela afasta algumas mexas de cabelo do meu rosto.
“Só quero que você se sinta
segura”, murmuro.
“Eu só me sinto segura de
verdade quando estou com você. Está na hora de parar de se culpar por tudo o
que acontece”.
“A culpa é toda minha”, foram
minhas escolhas.
“A sua vida não era menos
complicada antes de me conhecer?”, ela questiona.
Lanço-lhe um olhar dúbio. Não
posso negar que tudo era mais fácil. “Pelo jeito eu gosto de casos
complicados”.
Sou um homem que se entedia
com facilidade. Preciso de desafios para me manter em movimento. O que posso
fazer?
“Então pare de reclamar. E
não saia daí que eu já volto”.
Ela se levanta e anda com a
graça de uma felina até a suíte principal. Estou cansado, meu corpo está em
frangalhos, mas meu psicológico é a parte mais destruída. Meu corpo implora
para ir para cama, embora eu não acredite que vá conseguir sequer me sentar.
Além disso, Eva pediu para que eu não saísse daqui por algum motivo, e eu quero
saber o que é.
Meus olhos não saem da porta
por onde ela entrou.
Ela sai de lá, não mais
usando a lingerie e sim uma das camisas cumpridas e largas das Indústrias Cross
que usa para dormir e com. Há algo que parece ser uma manta pendurada em seu
braço. Ela vai em direção do que presumo ser meu quarto, e volta em seguida. A
mão que estava livre agora segura uma cartela com meus compridos. Ela deixa a
coberta e a cartela em cima do sofá e vai até a cozinha, e volta com uma
garrafa d’água.
Eva me entrega a água e a
cartela de comprimidos e faço o que tenho que fazer. Quando termino, ela deixa
os objetos em cima da mesinha de centro, pega a coberta e a estende sobre nós,
se deitando ao meu lado. Enrolo meus braços ao redor de seu corpo, o
pressionando bem junto ao meu. Sinto o calor familiar e reconfortante me
envolvendo em segundos. Não quero estar em outro lugar. Não quero sair daqui
nunca mais.
“Você se lembra do que estava
sonhando?”, pergunta.
“Não. Mas o que quer que
fosse, queria que tivesse você”, respondo. E queria que fosse algo bom.
“Eu também”, ela deita a
cabeça sobre meu peito, bem em cima do meu coração, que bate mais calmo dessa
vez. “Se o sonho fosse comigo, como seria?”
O cheiro cítrico de seus
cabelos embala meus sentidos e relaxa meu corpo como mágica. A tensão anterior
se dissolveu completamente.
“Seria um dia de sol numa
praia do Caribe”, murmuro. “Uma praia particular, com uma cabana na areia clarinha,
sem janelas, só a fachada de frente pro mar. Você deitada numa espreguiçadeira.
Sem roupa”.
“Claro”, ela provavelmente
está revirando os olhos, mas não consigo nem virar a cabeça para confirmar
minhas suspeitas.
“Deitada preguiçosamente na
sombra, com a brisa balançando seus cabelos. Com aquele sorriso que me deu na
primeira vez em que eu fiz você gozar. Sem pressa pra nada, sem ninguém à nossa
espera. Só nós dois, e todo o tempo do mundo”.
“Pra mim parece o paraíso”,
ela sussurra. “Queria nadar pelada com você”.
Se eu não estivesse tão mole
de tanto sono, eu provavelmente teria ficado duro com essa conversa, mas não
acho que meu amigo está em condições de se erguer no momento. Quem sabe
amanhã...
“Hum...” bocejo. “Preciso ir
pra cama”. Não tenho certeza se eu conseguirei me erguer também. Acho que não.
Nenhuma parte do meu corpo quer fazer esse esforço agora. Aqui está tão bom...
“Eu ia querer umas cervejas
geladas também”, Eva continua a falar. “Com limão. Eu espremeria o suco em cima
da sua barriga e depois lamberia tudinho”.
Isso é muito excitante, mesmo
que eu não consiga ficar excitado nesse momento. Tento ao menos imaginar a cena
de sua língua percorrendo meu peitoral, sorvendo o líquido da minha pele, mas a
imagem está meio embaçada. Droga.
“Eu adoro a sua boca”, isso é
tudo o que consigo elaborar.
“Então deveria sonhar com
isso. E com as safadezas que a gente pode fazer juntos”.
Será que se ela especificar
que tipos safadezas ela tem em mente, vou conseguir sonhar com elas? Já que eu
não consigo pensar, sonhar me soa uma boa ideia. Eu já estou a ponto de dormir
mesmo...
“Me dê alguns exemplos”,
incentivo. Vou me agarrar em uma delas. Ou em quantas minha mente conseguir
guardar.
Sinto seus dedos acariciando
de leve meu rosto. Sua voz não passa de um emaranhado de sussurros doces junto
ao meu ouvido. Não, eu quero ouvir as ideias que ela tem! Faço um esforço para
manter a atenção em suas palavras, mas elas estão sumindo. Tudo ao meu redor
está desaparecendo.
E então, tudo fica escuro e
silencioso.
<<<>>>
Os sons vão aumentando
gradualmente. Continuo parado, tentando assimilar tudo ao meu redor. Sinto que
estou deitado em um móvel macio, mas que está longe de ser uma cama. Encontro
um pouco de energia para mexer meus braços e percebo que estou no sofá.
Sozinho. Franzo o cenho. Onde está Eva?
Abro os olhos no mesmo
instante e... Porra! A luz forte vem de uma vez, me obrigando a fechá-los de
novo. Respiro fundo, conto até três mentalmente e abro as pálpebras lentamente.
Aos poucos, vou me acostumando com a iluminação e, em segundos, estou de pé.
Olho para o relógio do receptor de TV a cabo e fico um pouco atordoado por já
ser onze e dez. Eu não costumo acordar tão tarde.
Imagens de Eva me fazendo
adormecer ontem à noite aparecem em minha mente, fazendo um calor se instalar
em meu peito. Ela meu deu o remédio contra a parassonia e se deitou comigo, me
fez relaxar até dormir. Ela cuidou de mim, da forma mais simples e doce. Esse
tipo de coisa é a cara do meu anjo.
Louco para retribuir seu
carinho, vou até seu quarto, já que ela não está na cozinha. Mas, ao chegar lá,
ela também não está, nem no banheiro. Estranho. Vou até meu quarto e meu
banheiro, que estão vazios. Volto para a sala, e me encaminho para meu
escritório.
Qual não é minha surpresa ao
encontrá-la lá, sentada em minha cadeira, segurando um tablet, como uma
verdadeira executiva. Acrescente ao fato de minha mesa estar repleta de papeis
com anotações e desenhos. Minha nossa, como essa mulher fica sexy quando está
concentrada em alguma coisa! Ela morde o canto do lábio inferior e fica mexendo
os olhos e as sobrancelhas, mudando as feições de acordo com o que quer que
chame sua atenção. Eu daria qualquer coisa para ter essa visão todos os dias no
meu escritório. Nunca a tinha visto desse jeito, o que é perfeitamente
compreensível, já que ela está sempre agitada, andando para cima e para baixo,
como um perfeito retrato da hiperatividade.
Vou até ela, que ainda está
vestida apenas com a camisa das Indústrias Cross, e sou cumprimentado com um
“bom dia” e um leve beijo nos lábios.
“O que é isso?” pergunto,
olhando curiosamente para pilha de papeis e para o tablet na mesa, pegando
algumas coisas de relance, mas não completamente. Minha mente ainda está
nublada pelo sono.
“Tome um café antes, depois
eu explico” ela esfrega as mãos entusiasticamente, e me olha com aquela cara de
quem está aprontando. “Quer tomar um banho rápido enquanto preparo? Depois nós
podemos conversar melhor”.
Eu a encaro e abro um sorriso
de satisfação por vê-la tão animada.
“Tudo bem. Mas não seria
melhor tomarmos um banho juntos? Pra conversa começar bem?”
Nada como uma boa trepada
matinal para iniciar um dia glorioso.
Isso deveria ser uma máxima
de vida.
“Seria melhor guardar essas
ideias, e a sua libido, pra hoje à noite”.
“Ah, é mesmo?” estou um pouco
desapontado, porque eu queria executar essas ideias agora.
“Eu vou sair hoje à noite,
esqueceu? E vou beber bastante, o que sempre me deixa com tesão. Não esquece de
tomar as suas vitaminas, garotão”.
A ligeira decepção que sua
saída deveria me causar foi completamente apagada pelo fato de que ela vai
estar com muito tesão quando chegar em casa. Muito tesão. Muito mesmo.
Esse pensamento abre ainda
mais meu sorriso. “Pode deixar”.
“É isso aí. Se conseguir
levantar da cama amanhã, você é um homem de sorte”, avisa.
“Vou me hidratar bastante,
então”, brinco enquanto me encaminho para o banheiro.
“Boa ideia” a escuto dizer
atrás de mim.
E eu aposto que ela deu uma
encarada na minha bunda. Não que eu esteja reclamando, claro. Eu faria a mesma
coisa.
Quer dizer, oportunidades
assim não podem ser desperdiçadas.
Com isso em mente, tomo um
banho rápido, lavo os cabelos e escovo os dentes no box mesmo. Em dez minutos
volto para meu escritório vestindo apenas uma calça preta folgada e com uma
caneca de café fumegante nas mãos.
Percebo que Eva tenta
disfarçar seu olhar guloso sobre meu corpo enquanto me pede para sentar na
cadeira da escrivaninha. Sorrio internamente. Adoro a forma como ela não
consegue controlar seu desejo por mim.
“Muito bem”, ela começa,
agora mais concentrada em seu trabalho, “seguindo a máxima de que a melhor
defesa é o ataque, comecei a pensar em uma forma de trabalhar a sua imagem
publicamente”.
Dou um gole em meu café a
olhando fixamente. Ela não pode estar pensando que eu vou expor algo da minha
intimidade para bancar o bom samaritano para do povo.
“Não me olhe assim”, ela me
repreende. “Isso não entra na sua vida pessoal, afinal eu sou a sua vida
pessoal”.
“Boa menina”, elogio dando um
tapinha em suas costas.
Ela me mostra sua língua.
“Minha intenção era encontrar uma forma de rebater uma campanha difamatória que
explorasse os pontos fracos da sua personalidade”.
“O fato de eu ser conhecido
por não expor esses pontos fracos deve ajudar”, ironizo ao mesmo tempo em que
tento descobrir aonde ela quer chegar com isso.
“Eu sou uma influência
terrível sobre você”, murmura preocupada.
Ah.
“Você é a melhor coisa que já
aconteceu na minha vida”, rebato colocando a caneca em cima da escrivaninha.
Ela me dá um beijo rápido, mas
não menos carinhoso em minha na testa. “Não foi nada fácil descobrir algo a
respeito da Fundação Crossroads”.
“Você que não soube
procurar”.
Então ela começa a tecer
críticas ao mecanismo de busca, ao layout do site, à falta de informações na
página inicial.
“Onde estão os links e as
informações das instituições beneficiadas?” prossegue. E a sessão ‘Quem somos’,
explicando o que é a fundação e qual é o seu objetivo?”
“Uma pasta com informações
detalhadas é mandada pras instituições de caridade, pros hospitais e pras
universidades duas vezes por ano”, explico calmamente.
“Ótimo. Mas chegou a hora de
entrar na era da internet. Por que as ações promovidas pela fundação não fazem
nenhuma menção a você?”
“A Crossroads não precisa
remeter a mim, Eva".
“Como não?” ergo as
sobrancelhas diante de seu tom indignado, e ela imita meu gesto enquanto me
entrega um papel. “Vamos minimizar o impacto do escândalo provocado por Deanna
antes mesmo que ela comece a fazer estrago. Esse site precisa ser reformulado
na segunda-feira no primeiro horário, acrescentando essas páginas e as
informações que eu reuni”.
Dou uma olhada rápida na
lista enquanto pego minha caneca de café, e fico impressionado com a quantidade
de sugestões.
“O site das Indústrias Cross
deveria ter um link pra fundação, na página da sua biografia”, continua. “Que,
aliás, também precisa ser reformulada e atualizada”.
Eva me passa outro papel. Eu
o apanho e passo os olhos pela breve biografia que ela esboçou. Não vou negar
que essas palavras estão dando uma bela massagem em meu ego. Mas parece tão
soberbo escrever um parágrafo inteiro sobre minhas supostas qualidades.
Sinceramente, nem consigo me ver assim.
“É claramente escrita por
alguém apaixonado por mim”, brinco.
“Não precisa bancar o
modesto, Gideon. Às vezes você precisa bater no peito e dizer: ‘Eu sou o cara’.
As suas qualidades vão muito além do seu rosto bonito, do seu corpo gostoso e
do seu tesão inesgotável. Mas vamos nos concentrar nas coisas que posso dividir
com o resto do mundo”.
Ela fala sem parar, e
gesticula incessantemente. Abro um enorme sorriso ao ver meu anjo hiperativo.
“Quantas canecas de café você já tomou hoje?”.
“O suficiente pra acabar com
você, então tome cuidado”. Ela bate em meu braço com o quadril. “Também acho
que seria bom escrever um comunicado à imprensa anunciando a aquisição de La
Rose Noir, pras pessoas associarem o seu nome ao de Giroux. Pra todo mundo
saber que Corinne, com quem você andou saindo ultimamente, tem um marido. Dessa
forma, Deanna não pode pintar você como um canalha por ter rompido com ela.
Isso se ela decidir ir por esse caminho”.
Ao citar o nome de Corinne e
Deanna, percebo o brilho de preocupação em seu olhar. Toda a sua pesquisa e
dedicação é muito mais do que tentar me ajudar. Eva está tentando me proteger.
De alguma forma, ela pensa que estou vulnerável, o que ela julga que ficou mais
evidente por causa do quase pesadelo que tive ontem, e que precisa fazer por
mim o mesmo que fiz por ela: me libertar, me salvar.
Tal constatação me faz
puxá-la para meu colo de repente, pegando-a completamente de surpresa. “Meu
anjo, eu não aguento ver você preocupada desse jeito. Podemos fazer o que você
quiser, mas antes entenda que essa Deanna não tem nada nas mãos. Ian Hager não
vai comprometer a chance de ganhar uma bela indenização divulgando essa
história. Ele vai assinar o acordo de sigilo, receber uma boa bolada e sumir no
mundo”.
Apesar de minhas garantias
terem a feito relaxar um pouco, seu olhar ainda está repleto de angustia.
“Mas e...”.
“Pro Six-Ninths não é uma boa
ideia que as pessoas saibam que a musa inspiradora do seu maior sucesso namora
outro cara”, eu a corto suavemente. “Isso significaria que a história de amor
da música é falsa. Vou conversar com Kline, e tenho certeza de que ele vai
entender”.
“Você vai falar com Brett?”
ela pergunta esperançosa.
É claro que vou. Tudo é
questão de conflito de interesses. No fundo, sei que Brett que expor Eva como
sua musa, principalmente agora que ele, a imprensa e o público acreditam
piamente que estamos separados. Tudo o que tenho que fazer é conversar com ele,
convencendo-o do contrário. Afinal, Eva e eu vamos começar, aos poucos, a nos
aproximar publicamente. Quando isso vier à tona, nem a reputação da música nem
da gravadora será arranhada. Eu odeio Brett Kline, é verdade, mas não serei
hipócrita: sua banda é uma das que mais trás rentabilidade para a gravadora
atualmente. E se tem algo que eu não suporto é perder dinheiro por bobagens.
“Nós temos negócios em
comum”, argumento com Eva, abrindo um leve sorriso, “então claro que sim. E,
quanto ao ataque a Cary, ela claramente está blefando.
Nós dois sabemos que Deanna
não será capaz de tirar conclusão nenhuma em cima disso”.
Ela fica em silêncio por
alguns segundos, tentando digerir tudo e eu apenas a observo, dando-lhe tempo.
“Então você acha que ela está só querendo me atingir. Por quê?”
“Porque eu sou seu, e Deanna
sabe muito bem disso se já cobriu algum evento em que estivemos juntos”.
Encosto minha testa na sua. “Não consigo esconder meus sentimentos quando você
está por perto, e isso torna você um alvo”.
“De mim você soube esconder
muito bem os seus sentimentos”, amua.
“Foi a sua insegurança que
não deixou você ver”. Ela não retruca, concordando plenamente com o que eu
disse. “Vamos supor que a intenção dela seja mesmo me deixar com medo de um
escândalo. Mas o que ela ganharia com isso?”
Recosto-me na cadeira para
olhar bem para ela. “Pense bem. A grande ameaça é o surgimento de um escândalo
envolvendo nós dois. Qual seria a melhor forma de evitar isso?”
“Mantendo distância de mim. É
o que diriam pra você fazer. Cortar as relações com uma potencial fonte de
escândalos é o básico do básico do gerenciamento de crises”, murmura.
“Ou então fazer o contrário,
e casar com você logo de uma vez”, digo baixinho, finalmente trazendo à tona
meus planos para o nosso futuro.
Sinto seu corpo ficar todo
tenso em meu colo. “O que...? Você está...?” Ela engole em seco. “Não neste
momento. Não desta maneira”.
“Não mesmo”, concordo
beijando de leve sua boca. “Quando eu pedir você em casamento, meu anjo, vai
ser pra valer”.
Com anel e tudo mais.
Ela parece estar a ponto de
ter um ataque. Seu rosto está vermelhos e ela balança a cabeça de um lado para
o outro.
“Respira fundo”, digo
tranquilamente e ela segue minha instrução. “Mais uma vez”, ela repete.
“Pronto, agora me diz que não entrou em pânico por causa disso”.
“Não mesmo. Não”, responde
num fio de voz.
“Fala comigo, Eva”.
“É que...” Ela solta o ar com
força. “Eu só quero que você me peça isso quando eu estiver pronta pra dizer
sim”.
Agora o corpo que fica tenso
é o meu, como se estivesse se preparando para o impacto de um soco contra o
estômago. Mas não foi eficaz. Porque tudo o que consigo pensar é que ela tem
medo de querer um futuro ao meu lado.
“E agora não está?” minha voz
está carregada de mágoa.
Ela sacode a cabeça de um
lado para outro mais uma vez.
Meus lábios se contraem numa
linha estreita, em total desagrado, mas estou longe de desistir por causa de
uma simples negativa. “Me diz, então, o que é preciso pra isso acontecer”.
Ela coloca seus braços sobre
meu ombro e aproxima nossos corpos. “Existe tanta coisa que eu não sei. Não que
eu precise de mais informações pra me decidir, porque nada é capaz de acabar
com o meu amor por você. Nada. Só acho que a sua hesitação em compartilhar as
coisas comigo significa que você também não está pronto”.
“Sei...”, murmuro desconfiado
de sua justificativa. Eu não poderia estar mais pronto para viver o resto dos
meus dias ao lado dela.
“Eu preciso ter a certeza de
que você vai querer passar a vida toda comigo. Não vou conseguir sobreviver a
uma separação, Gideon”.
“O que você quer saber?”
pergunto já me preparando para dar qualquer informação que ela quiser.
“Tudo”.
Solto um ruído de frustração.
“Você precisa ser mais específica”.
Vamos, meu anjo. Eu te direi
qualquer coisa a essa altura.
“Sobre a Vidal Records. Por
que você é o dono da gravadora do seu padrasto?”
Eu poderia ter ficado
surpreso de ela ter perguntado isso primeiro, dentre tantas outras coisas, mas
tal sentimento é ofuscado pela lembrança de todos os transtornos e sofrimentos
dessa época.
“Porque ela estava falindo”,
cerro os dentes, repassando toda a situação em minha mente. “Minha mãe já tinha
perdido tudo o que tinha na vida uma vez. Eu não podia deixar isso acontecer de
novo”.
“O que você fez?”
“Pedi pra minha mãe convencer
Chris e Christopher a fazer uma oferta pública de ações da empresa, e a parte
de Ireland ela vendeu pra mim. Com isso, e as ações que comprei na bolsa,
assumi o controle da empresa”.
“Uau”. Ela aperta minha mão,
sinalizando que estava ao meu lado e que apoiava minha decisão. “E como as
coisas chegaram a esse ponto?” sei que ela está se referindo à relação de ódio
entre mim e meu irmão.
“Chris nunca hesitou em pedir
meus conselhos, mas Christopher sempre fez questão de não segui-los, então o
meu padrasto ficava o tempo todo no meio do tiroteio”.
“Então você fez o que
precisava ser feito”, sentencia e beija meu queixo. “Obrigada por me contar”.
“Era só isso?” pergunto
apenas a título de confirmação do que eu já sei.
Ela abre um sorriso maroto.
“Não”.
Não brinca.
Quando sua boca se abre para
fazer mais uma pergunta, seu telefone toca. Reconheço o toque específico que
indica que Monica Stanton está na outra linha.
Eva geme e seu desconforto é
evidente. “Preciso atender”.
Eu a deixo se levantar, não
sem antes dar uma bela apalpada em sua bundinha empinada, e volto minha atenção
para suas anotações enquanto ela se afasta para atender ao telefone em outro
cômodo.
Ao analisar mais a fundo
todas as pesquisas, sugestões de acréscimos e mudanças que Eva propôs, fico de
queixo caído. Como homem, sinto um enorme orgulho da minha futura esposa, mas
como homem de negócios, me pergunto como uma mulher tão talentosa e competente
pode estar sendo desperdiçada como secretária de um diretor júnior numa empresa
de publicidade.
Sei que Eva quer começar sua
carreira de baixo, sem explorar a influência de seu padrasto no mundo dos
negócios e até mesmo de seu próprio nome, já que a família Tramell tem várias
conexões com pessoas poderosas. No entanto, com um portfólio apropriado e uma
entrevista de emprego, Eva poderia alçar voos mais altos e, certamente, mais
apropriados ao seu talento. Ela é visionária, corajosa, segura de seu
potencial, bem informada e inteligente. Uma verdadeira estrategista. Ela tem
exatamente o que eu exijo das pessoas que trabalham para mim. E agora, vendo
todo o seu trabalho, vejo que ela está até mesmo anos luz à frente de minha
própria equipe.
A ideia de tê-la trabalhando
para mim vai deixar o plano das ideias. E eu vou fazer tudo o que estiver ao
meu alcance para isso. Eu a quero ao meu lado, me ajudando a melhorar ainda
mais, e porque não aumentar mais, o meu império. Ela não será apenas minha
esposa, mas também minha parceira.
Continuo a ler atentamente
suas anotações, já pensando em agendar uma reunião de emergência com a equipe
de marketing. Sinto sua presença antes de vê-la, mas não mudo de posição nem me
altero, dando-lhe tempo para me observar. Eu sei que ela gosta. Sei que isso
irá relaxá-la após o embate telefônico com sua mãe.
Ao terminar, olho para ela,
sorrindo de abertamente. “Gostei disto aqui”, elogio, apontando para a mesa.
“Principalmente considerando que foi tudo reunido em questão de horas”.
Ela abre um leve sorriso de
orgulho e emoção, e suas bochechas ficam tingidas de um adorável tom rosado. Eu
quero lambê-las, e vou. Mas não agora.
“Quero você nas Indústrias
Cross, Eva”, determino propositalmente com o mesmo tom de voz que uso quando a
mando gozar para mim.
“Eu também quero você lá. Na
sua mesa”, brinca tentando desviar a atenção.
Meus olhos brilham ao pensar
nisso. Eu também adoraria tê-la em cima da minha mesa. “Essa pode ser a nossa
comemoração”.
“Eu gosto do meu trabalho. E
dos meus colegas. E de saber que mereci cada coisa que conquistei”,
murmura seu argumento de sempre.
“Eu posso oferecer tudo isso
e muito mais”, batuco com os dedos na caneca de café já vazia em minha mão.
“Acho que você foi para o ramo de publicidade pra fugir da monotonia. Por que
não relações públicas, então?”
“Porque isso envolve
política. Anunciando produtos, a retórica fica restrita a transações
comerciais”.
Ouvi-la falar com tanta
propriedade sobre o assunto me enche de calor e desejo. Mas não posso focar
nisso agora.
“Você falou sobre
gerenciamento de crises agora há pouco. E obviamente”, aponto para a pilha de
papeis espalhados sobre a mesa, “tem talento pra isso. Me deixe tirar proveito
disso”.
Ela cruza os braços por cima
de seus seios. “Gerenciamento de crises é trabalho pra profissionais de
relações públicas, e você sabe disso”.
“Você é boa na resolução de
problemas. Eu posso usar esse talento seu. Delegar problemas sérios e complexos
pra você resolver. Nada de rotina, um desafio atrás do outro”.
Já imagino várias situações
de crise que ela poderia resolver sozinha, inclusive, já que, aparentemente,
tenho uma equipe de RP jurássica e incompetente, se comparada ao meu anjo.
“Fala sério”, ela bate um dos
pés no chão, visivelmente nervosa e mexida com minha proposta. “Quantas crises
você encara numa semana qualquer?”
“Inúmeras”, respondo
animadamente. “Qual é? Eu sei que você ficou interessada. Dá pra ver na sua
cara”. Ela mal consegue disfarçar.
Ela se endireita, parecendo
indignada por não conseguir esconder seu óbvio interesse. “Você já tem gente de
sobra para lidar com tudo isso”.
Eu me recosto na cadeira e
sorrio, sem me deixar dissuadir por seu argumento fraco. “Eu quero mais. E você
também. Vamos fazer isso, juntos”.
“Você é terrível, sabia? Obstinado
pra caramba. Escuta o que estou dizendo: nós dois trabalhando juntos não é uma
boa ideia”, tenta mais uma vez.
“Estamos trabalhando muito
bem até aqui”.
Ela sacode a cabeça. “Porque
você concordou com as minhas avaliações e sugestões, e além disso eu estava no
seu colo, com você passando a mão na minha bunda. Não vai ser tão agradável
assim quando nós discordarmos um do outro e precisarmos discutir a respeito num
ambiente profissional, com outras pessoas ao redor. E pra piorar nós vamos
trazer tudo isso pra casa, e lidar com os problemas do trabalho no ambiente
doméstico também”.
“Nós podemos combinar de não
conversar sobre trabalho dentro de casa”. Passo os olhos por todo o seu corpo
até fixá-los em suas nuas e belas pernas sob o robe de seda. “Não vai ser muito
difícil arrumar coisas mais interessantes pra fazer”.
Eva revira os olhos e me dá
as costas. “Maníaco sexual”.
“Eu adoro fazer amor com
você”, digo suavemente, ciente de que consigo qualquer coisa quando deixo meu
lado romântico aflorar.
“Isso não é justo”, ela
reclama toda manhosa e já entregue.
Sorrio vitorioso. “Eu nunca
disse que jogava limpo”.
Ela me dá a língua mais uma
vez e sai do escritório. Eu deixo. Eva precisa de espaço nesse momento e
pressioná-la a deixará ainda mais nervosa e arredia. Terei várias oportunidades
de abordar o tópico. Além disso, ela tem muito com o que se preocupar hoje,
embora eu saiba que minha proposta não sairá de sua mente tão cedo.
Uma batalha acaba de ser
ganha.
Mas a guerra está longe de
acabar. E eu, mais ainda, de desistir.
<<<>>>
Assim que tive certeza que
Eva tinha ido com Clancy para encontrar a mãe, fui para minha cobertura em
frente ao Central Park, troquei de roupa e saí com Angus. Quando Eva saiu do
nosso apartamento, liguei para minha atendente pessoal na Tifanny & Co. e
reservei o presente de Eva.
Às uma e quinze da tarde eu
já adentrava a loja, com Marie Hegel à minha espera.
Ela é morena, mas não, nunca
transamos. Nossa relação é estritamente profissional. Eu jamais me envolveria
com uma pessoa sexualmente e profissionalmente ao mesmo tempo (exceto Eva,
claro). Por outro lado, Marie parece ser uma das poucas mulheres que são imunes
a mim. Ela é muito bem casada com um capitão da Marinha dos Estados Unidos, com
quem tem dois filhos e, até onde sei, é completamente apaixonada por ele.
Não é surpresa eu ter checado
os antecedentes dela.
Marie é baixinha, até mesmo
um pouco menor que Eva, e seus cabelos pretos são curtos, com as pontas roçando
suas bochechas. Seus olhos são amendoados e seus lábios finos. Ela está
vestindo um terninho azul claro elegante e seu rosto fino está revestido com
uma máscara de simpatia puramente profissional.
“Boa tarde, senhor Cross. É
um prazer tê-lo em nossa loja”.
“Boa tarde, Marie”, retorno o
cumprimento polidamente.
“Já reservei uma das salas de
atendimento privado. Por favor, queira me acompanhar”, ela faz um gesto
indicando o caminho e se vira.
Eu a sigo em silêncio.
Assim que nos encontramos na
privacidade do atendimento vip ela me oferece a cadeira enquanto vai até uma
porta na lateral para pegar minha encomenda.
Ela retorna e se senta do
outro lado da mesa com uma caixa de vidro. Nele, há um belíssimo relógio
feminino.
“Aqui está, senhor Cross. É
uma das poucas unidades ainda disponíveis para venda”.
Eu queria uma peça que nem de
longe lembrasse o Rolex que Eva usava tão orgulhosamente. E que fosse
exclusivo, claro. Agora que posso, com louvou, menosprezar a escolha genérica
de Monica, apesar de requintada, eu jamais daria a Eva algo tão comum. Ela merece
mais. Muito mais.
Olho para o delicado relógio
e consigo imaginá-lo no pulso do meu anjo. É simplesmente perfeito. Clássico,
elegante e raro, exatamente como ela. O mostrador de madrepérola é em formato
quadrado, cujo design é visivelmente inspirado no movimento art decó, muito
popular nas décadas de 20 e 30. O exterior é cravejado de diamantes e a
pulseira é de couro na cor creme. A fivela é de ouro branco.
Estou determinado em tentar
preencher o vazio que fora deixado por sua mãe. Eu sabia que a relação das duas
jamais seria a mesma. A confiança fora quebrada. Ainda que eu entendesse a
superproteção de Monica, o pânico de ver sua filha em perigo mais uma vez, eu
também entendia o lado de Eva. Em sua mente, o Rolex que sua mãe e padrasto lhe
deram de presente tinha um significado completamente diferente do que realmente
era. Eles esconderam a verdade e a monitoraram pelas costas. O presente era, na
verdade, uma forma de controlá-la. Não foi de coração. E isso foi além dos
limites. Posso ter muitos defeitos, e sim, já escondi muitas coisas de Eva (e
ainda escondo), mas eu nunca faria algo assim. Chega a ser cruel.
“Senhor Cross?” a voz de
Marie chama minha atenção.
“Eu vou levar”, digo
imediatamente. “A forma de pagamento será cartão de crédito”.
Ela acena. “Como quiser,
senhor Cross. Eu vou pegar a documentação necessária. Um momento, por favor”.
Meia hora depois, saio com
minha compra nas mãos e encontro Angus no estacionamento exclusivo para
clientes.
Já em casa, verifico todos os
detalhes da saída de Eva. Não vou negar que estou um tanto aflito de tê-la tão
longe, mas ela precisa de um momento para si e para seus amigos. O Dr. Petersen
sempre deixou clara a importância de não ficarmos tão dependentes da companhia
um do outro e que precisávamos sair de nossa bolha, ou nosso relacionamento
poderia fracassar antes de mesmo de começar dar certo.
Ele tem razão.
Como todo terapeuta que custa
trezentos dólares por hora parece ter.
E estou mais do que disposto
a fazer tudo o que for necessário para nossa relação dar certo.
Pesquisei a fundo todas as
pessoas que sairão com ela, é claro. Porque nenhum psicopata tarado sairia com
minha mulher por aí. Mesmo que seja no meu clube.
Assim que tudo estava
esquematizado, voltei minha atenção para meu trabalho. Enviei um email para a
chefia da equipe de Marketing e marquei uma reunião para as nove da manhã da
segunda-feira. Enviei para Scott todo o planejamento de Eva, pedindo para que
ele reunisse e organizasse tudo, tirasse cópias para todos os presentes e
colocasse tudo em pastas, como o de costume. Pedi para que ele realocasse
qualquer compromisso que eu tivesse na parte da manhã para outro horário da
tarde ou do dia seguinte.
Fico tão imerso no trabalho
que me assusto com o toque de meu celular. Pela tela, vejo que é do clube.
Tenciono. Eles nunca me ligam a não ser que seja algo extremamente importante,
principalmente para meu número pessoal.
“Cross”, atendo rapidamente.
“Oi, garotão”, a voz
arrastada e coberta de necessidade de Eva invade meus ouvido e meus pelos da nuca
se eriçam imediatamente. “Eu estou bêbada e fiquei com vontade de falar com
você”.
“Dá pra perceber” mudo meu
tom de voz. Meu anjo bêbado é um perigo, mas é uma coisa muito linda de se
assistir também. “Está se divertindo?”
“Sim, mas estou sentindo sua
falta. Você tomou suas vitaminas?”
Sorrio de seu senso de humor,
me lembrando do que ela disse mais cedo “Está com tesão, meu anjo?”.
“É culpa sua! Este lugar é
um tremendo afrodisíaco. Estou toda suada, excitada e exalando feromônios. E me
comportei muito mal, se você quer saber. Estava dançando como se fosse solteira”,
provoca.
“Meninas más precisam ser
castigadas”, murmuro bruscamente me lembrando de como as solteiras dançam e não
gostando nada disso.
“Então acho melhor eu
começar a me comportar mal pra valer. Pra merecer o castigo”, ela continua
mantendo a sensualidade na voz mesmo estando bêbada.
“Venha pra casa e me mostre
seu mau comportamento”, sugiro numa mistura de gemido e grunhido.
“Só posso ir embora quando
as meninas quiserem. E, pelo andar da carruagem, isso não vai acontecer tão
cedo”.
Não vou esperar. Não quero
esperar. E a ideia brilha como um diamante em minha cabeça.
“Eu posso ir até aí. Em vinte
minutos, o meu pau pode estar dentro de você. Que tal?”.
Transar com ela em um local
público vai ser uma delícia. E vai riscar mais uma aventura sexual a ser feita
da nossa lista.
“Hum, eu quero”,
sussurra sedutoramente.
Ah, meu anjo. É claro que
você quer. Você é muito safada. E eu adoro isso.
“Está vendo uma passarela no
alto?”
Ela para um momento, como se
procurasse o local. “Sim”.
“Tem um cantinho no final
dela, na junção de dois espelhos. Encontro você lá. Esteja pronta, Eva”, exijo.
“Quero sua bocetinha molhadinha e descoberta quando chegar”.
Estou impaciente e cheio de
tesão. É bom ela estar bem pronta para mim, porque eu não vou pegar leve.
“Estou usando um...”,
ela tenta descrever sua roupa para que eu a ache, mas eu a corto.
“Meu anjo, eu sou capaz de
encontrar você até no meio de um milhão de pessoas. Você nunca vai conseguir se
esconder de mim, nem se quiser”, minha voz está rouca de desejo.
Ela suspira tremulamente.
“Não demora”, e a ligação fica muda.
Fecho os olhos e respiro
fundo, sentindo meu membro ficar duro como pedra. Puta merda, ela consegue
mexer comigo mesmo estando longe. Eu não preciso vê-la para querê-la. Basta
ouvir sua voz e saber que ela me quer tanto quanto a recíproca é verdadeira.
Eu já consigo sentir sua
excitação escorrendo pelos meus dedos. A sensação de seus tecidos inchados
apertando meu pau duro de desejo.
Eu vou comê-la naquele clube.
E vou fazê-la gozar até não
poder se sustentar em seus próprios pés.
Mas é claro que vou deixar o melhor para a próxima! Quem aí está com saudade de ver esse casal em ação? Pois é, não vai demorar muito! Não se esqueçam de me dizer o que acharam do capítulo! E quem não gostou do livro original está gostando desta versão? Quero muito saber!
Agora, vamos a um recado importantíssimo sobre as próximas postagens!
Os próximos dois capítulos (um na semana que vem e o outro na próxima) serão postados às terças-feiras, ok? Portanto, as datas corrigidas de postagem são:
25 de agosto (terça-feira): Capítulo 11
01 de setembro (terça-feira): Capítulo 12
Fiquem ligadas nas minhas redes sociais. Quem quiser me seguir, fique a vontade!Os ícones estão na barra lateral direita. Ah, e quem quiser ler todas as fanfics, é só acessar o índice de postagens, clicando aqui.
E, por último, mas não menos importante: meu primeiro trabalho original está a venda na Amazon por apenas R$ 1,99! É o conto "Um Dia" e esse é o link para compra: Adoraria se vocês me dessem uma forcinha! Garanto que não vão se decepcionar!
E é isso! Desejo-lhes uma semana abençoada! Um superbeijo e até terça que vem!
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