segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Para Sempre Minha: Capítulo 14 — Cabo de Guerra (Parte I)


ATENÇÃO: LEIAM SEMPRE AS NOTAS DOS CAPÍTULOS. NELAS, COLOCO TODOS OS AVISOS RESPECTIVOS ÀS POSTAGENS. NÃO RESPONDEREI À NENHUMA PERGUNTA SOBRE O QUE EU JÁ TIVER ESCRITO.  
Oi genteeee! Volteeeei!Quem aí tá animado para quebrar o jejum?Obrigada por toda compreensão e paciência!E agora, sem mais delongas, vamos ao capítulo! Boa leitura!


Eu vivo por você e por mim.

― Oblivion
FLASHBACK

“A polícia te procurou de novo?” Eva perguntou, aflita.

“Não. Meu advogado acabou de me contatar. Ele ficou de olho na investigação e pediu para ser informado caso houvesse alguma mudança”.

“Quem é o suspeito?” perguntou baixinho.

“Não sabemos, ainda”, e de fato, não sabíamos, mas eu jamais poderia colocá-la em pânico por uma suspeita de envolvimento da máfia russa no caso. “A polícia não deu muitos detalhes, mas Stanton e eu fomos descartados. Não se preocupe”.

“Como não vou me preocupar? Tem alguém que sabe...”, sua voz sai num tom frenético de desespero.

“Meu anjo”, a interrompi calmamente.

Ela suspirou. “Eu só... estou com medo. Muito medo”.

“Não te liguei para te deixar em pânico. Escute, só liguei para dizer que a polícia te procure para fazer novas perguntas, ou não. Fique preparada para ambas as possibilidades. E não precisa ficar com medo”.

“Você está me pedindo o impossível”.

Fechei os olhos e apertei minhas pálpebras, tentando manter a compostura. “Confie em mim. Estarei atento a tudo. Estamos discutindo apenas hipóteses, no momento”.

“Eu confio minha vida a você”, murmurou.

FIM DO FLASHBACK


Minha mente não para de reprisar a conversa que acabo de ter com Eva no telefone. Toda essa situação está me deixando louco, embora eu não tenha deixado isso transparecer para ela. Já basta um de nós preocupado. E ela não escondeu o quanto tem medo de que toda essa reviravolta acabar nos atingindo.

Também tenho. E muito.

Eu não poderia sequer dizer a ela que a máfia russa pode estar envolvida nisso. Pelo menos não, por ora. Até porque, é só uma possibilidade. Mas mesmo assim, preciso me precaver. Mas não posso fazer nenhum movimento enquanto não tiver mais detalhes. E, se eu começar a buscar mais informações, a polícia irá desconfiar. Shelley Graves irá desconfiar, e poderá até mesmo, com toda sua esperteza e sagacidade, arrumar uma forma de me envolver nesse redemoinho novamente.

A questão é que alguém sabe o que fiz. E a incerteza está me matando. Poderia ser um antigo inimigo de meu pai? Alguém que fora afetado por seu esquema corrupto? Poderia ser algum inimigo meu? E se essa tal pessoa colocou um inocente para assumir algo que fiz?

Esse último pensamento me faz encolher.

<<<>>> 

Não consigo comer.

Scott mandou buscar meu almoço, pois não tive como sair. Minha mesa está repleta de trabalho, mas não mais que minha mente, que está em estado de ebulição. Levanto bruscamente e vou até o banheiro. Olho-me fixamente no espelho e vejo a imagem de um homem que carrega o mundo em suas costas. Sem nenhuma ajuda. Sem nenhum apoio. As olheiras não são perceptíveis por causa do meu tom de pele, mas meus olhos estão vidrados e fundos. Abro a torneira, e molho meu rosto, desejando que a água gelada me faça ficar mais alerta, como se ela pudesse levar o cansaço e as preocupações para longe. Mas ao secá-lo, vejo que continuo tão ruim quanto antes.

De repente, tudo parece pesado demais, triste demais. Desolador. Estou sobrecarregado. Cansado. Eu preciso abrir meu paraquedas antes que a queda me destrua, mas parece não haver nenhum. E é nesse momento que meu celular vibra no bolso. E não é minha linha particular. Só uma pessoa possuía o número daquele aparelho. Minhas pupilas se dilatam, meu corpo inteiro se retesa. Porque ela me mandaria uma mensagem agora?

Meu estômago se embrulha ao pensar que algo pode ter lhe acontecido. Sem demora, pego o aparelho em meu bolso.

*Indo para o apto. Saio em 1 hora para buscar meu pai. Vc pode falar?*

Ela precisa de mim. Só isso é o suficiente para que eu possa me recuperar. O fato de que minha presença pode fazê-la se sentir mais segura, faz com que parte do peso deixe meu corpo. Imediatamente saio do banheiro, já com o telefone na orelha, a fim de fazer os arranjos com Angus e Raul.

Sequer dou uma segunda olhada e minha mesa. Sei que meu dia será cheio hoje, e que só teria uma hora, mas eu não poderia, nunca, negar um pedido de Eva.

Coloco o paletó, meus dois celulares, minha carteira, e saio do escritório. Ao me ver, Scott se levanta imediatamente.

“Estou de saída. Volto em uma hora”.

Ele me olha espantado. “Mas o senhor tem uma reunião daqui a quinze minutos”.

“Adie ou cancele. Tenho algo importante a resolver”.

Algo em minha voz ou em meu rosto faz com que ele entenda que esse não é o melhor momento de ficar regulando minha agenda. “Sim, senhor”.

Quando me apaixonei por Eva, passei a priorizar as pessoas com as quais me importo. Meu pai não era esse tipo de homem. Ao experimentar as alegrias e as dores de amar alguém e ser amado com a mesma intensidade, entendi que mesmo que o sangue de Geoffrey corra em minhas veias, nós nunca seremos iguais. Nunca deixarei de ser seu filho, mas também nunca serei sua imagem e semelhança.

Eu estava a caminho disso até conhecer Eva, porque honestamente, antes dela, ninguém era importante o suficiente para me fazer deixar meu trabalho.

Por isso não me surpreendi quando deixei o Crossfire sem sequer olhar para trás.

<<<>>> 

Angus cortou todos os caminhos possíveis e imagináveis para chegar ao Upper West Side com o trânsito caótico de Nova York. Enquanto ele dirigia o Bentley, troquei de roupa. Ele parou em uma rua pouco movimentada, onde Raul já aguardava com a BMW. Peguei a chave com ele dirigi o resto do caminho. Em quinze minutos, entro na garagem do prédio de Eva. Subo pelas escadas, a fim de evitar a vigilância e as câmeras de segurança. Pelo meu celular, vejo que o corredor está vazio, então me apresso para conseguir chegar ao apartamento sem ser notado.

Ao abrir a porta do nosso apartamento, respiro fundo, me sentindo um pouco mais revigorado. Pego o celular clandestino no bolso da calça jeans e ligo para o de Eva.

Ela atende logo após o primeiro toque. “Alô?”

“Estou no apartamento ao lado”, digo. “E não tenho muito tempo”. Há uma tonelada de trabalho me esperando pacientemente em minha mesa.

“Estou indo”, fala rapidamente e desliga.

Ansioso, fico de frente para a porta, esperando. Percebo, então, que tenho uma necessidade correspondente de tê-la em meus braços. Agora. Nesse mesmo instante. Tudo o que quero é sua companhia, seu cheiro, seu corpo junto ao meu, sua cabeça em meu peito, o pulsar de seu coração vibrando contra mim, combinando com o meu, sua voz dizendo que me ama e que quer estar comigo enquanto viver.

De repente, vejo a sombra de duas pernas e abro a porta imediatamente.


Vê-la ali, tão linda, com um esvoaçante vestido de verão, é tudo o que preciso. Ter a certeza de que ela está bem, segura, e feliz. Um alívio percorre minha espinha e, ao olhar para seu belo rosto, percebo que meu anjo está igualmente aliviado. Sem pensar duas vezes, pego sua mão delicadamente e a puxo para dentro, fechando a porta em seguida. Tiro o boné da cabeça e puxo para mais perto, colando seus lábios nos meus. A luxúria nem passa perto de mim nesse momento. Nosso beijo é carinhoso, suave, cheio de sentimento e saudade.

Eva larga a bolsa no chão e enrola seus braços em mim. Seu corpo amolece contra o meu e ela suspira.

“Oi”, murmuro em seus lábios.

“Não precisava ter vindo pra casa”, diz, parecendo preocupada novamente.

“Precisava, sim. Você queria falar comigo”, acariciou suas costas comas mãos e a afasto apenas o mínimo necessário para encará-la. “Não se preocupe com isso, Eva. Eu cuido de tudo”.

“Como?”

“No momento, estou esperando por mais informações. Existe uma boa chance de isso tudo não dar em nada. Você sabe”.

Na verdade, estou contando com isso.

Seus olhos não deixam os meus por um segundo sequer. “E se der?”

“Se eu vou deixar alguém pagar pelo meu crime?” cerro os dentes e franzo o cenho. “É isso que você está perguntando?”

Eu jamais deixaria isso acontecer, embora essa possibilidade tenha me corroído por boa parte da manhã.

“Não”, ela passou ponta dos dedos e minha testa, tentando inutilmente desfazer as rugas que se formaram. “Eu sei que isso não vai acontecer. Só estou perguntando o que você vai fazer pra impedir isso”.

Franzo ainda mais o rosto. “Você está me pedindo pra prever o futuro, Eva. Isso eu não sei fazer. Você vai ter que confiar em mim”.

“Eu confio”, diz com veemência. “Mas estou com medo. Não consigo evitar”.

“Eu sei. Também estou preocupado”, admito, passando meu polegar sobre seu lábio inferior. “A detetive Graves é uma mulher muito inteligente”.

“Tem razão. Isso me tranquiliza um pouco”, suspira, como se tal afirmação a deixasse mais tranquila.

“Já está tudo certo pra receber o seu pai?” mudo de assunto.

Ela volta a ficar tensa. “Está tudo pronto. Menos eu”.

Olho para ela com compreensão. “Já tem algum plano pra lidar com ele?”

“Cary voltou a trabalhar hoje, então vamos estourar uma champanhe e sair pra jantar”.
“Você acha que ele vai estar a fim de fazer isso?” pergunto sem tirar minhas mãos dela.

“Não sei nem se eu vou estar”, confessa. “É bizarro demais querer beber Cristal e usar salto alto no meio dessa confusão toda. Mas o que eu posso fazer? Se o meu pai não entender que está tudo bem comigo, nunca vai esquecer essa história de Nathan. Preciso provar que essa coisa horrível ficou esquecida no passado”.

“E o resto você pode deixar comigo”, garanto. “Eu vou cuidar de tudo, de nós. Por enquanto, pode se concentrar só na sua família”.

Eva dá um passo para trás, me pega pela mão e me conduz até o sofá. Ela se senta primeiro, e a acompanho em seguida, me acomodando bem ao seu lado.

“Sei que você precisa voltar ao trabalho”, fala, “mas fiquei feliz por ter vindo. É verdade... eu precisava ver você”.

Levo sua mão aos lábios e a beijo com ternura. “Você sabe quando seu pai volta pra Califórnia?”

“Não”.

“Tenho consulta com o Dr. Petersen amanhã, então só nos veríamos no fim da noite de qualquer jeito”, olho para ela e abro um sorriso. “A gente dá um jeito de se encontrar”.

Seria difícil me manter longe dela. Mas Victor precisa de um garantia de que Eva está bem. No lugar dela, eu iria querer passar o tempo que eu pudesse ao seu lado também.
“Você me dá mais cinco minutinhos?”, ela me pede.

“O quanto você quiser, meu anjo”, digo baixinho.

Como dizer não?

“Só isso já está bom”, diz chegando mais perto e apoiando seu corpo ao meu. Envolvo seus ombros com um dos braços e entrelaçamos nossas mãos novamente, deixando-as cair confortavelmente sobre o colo.

Eu sempre estarei aqui, bem ao lado dela, bem ao seu alcance, sempre que ela precisar de mim. Mas não posso ser hipócrita: preciso estar perto dela também. Nossa separação forçada quase nos matou. Não vou nos deixar passar por isso novamente. Ainda estamos nos recuperando do baque e as feridas ainda estão abertas. Estarmos ao alcance do outro (e estarmos cientes disso), é essencial para nossa cicatrização. Como um bálsamo, que causa dor e alívio ao mesmo tempo.

 “Eu também estava precisando disso”, murmuro após um momento de silêncio. Eu tinha que admitir isso a ela. Quero que Eva saiba o quanto é vital para mim.

Seu abraço ao meu redor se intensifica. “É bom que você também precise de mim, garotão”.

“Eu só queria precisar um pouco menos. Pra que não se tornasse essa coisa insuportável”, depender tanto assim de alguém não deve ser saudável, mas eu de fato não dava a mínima, se esse alguém é Eva.

“E qual seria a graça?” pergunta incrédula.

E, como sempre, seus comentários cômicos e espontâneos me fazem rir.

<<<>>> 

Nosso encontro teve de ser breve. Ficamos abraçados por quase vinte minutos até meu telefone de trabalho tocar. Scott me mandou uma mensagem dizendo que conseguiu adiar a reunião para o fim da tarde. Se eu quisesse terminar tudo o que tinha para fazer, teria que ir naquele instante. Relutantes, nos afastamos um do outro e, com um beijo profundo, nos despedimos. Pelo computador, vi que o corredor estava vazio, então Eva saiu e foi para o seu, terminar de se preparar para buscar seu pai. Depois de um tempo, eu saí. Seguindo o mesmo esquema de quando cheguei, encontrei Angus e Raul na mesma rua e fizemos a troca.

Agora, aqui estou eu em meu escritório, trabalhando em milhares de coisas enquanto observo atentamente ao meu anjo se encaminhar para a garagem do condomínio.

Sua hesitação ao ver o Aston Martin DB9 (o carro de seu muito prestativo vizinho) é evidente. Chega a ser hilário a forma como ela está quase correndo do garagista que lhe estende as chaves.

Sim, ele pertence à nova equipe que foi deslocada, nesta semana, para o prédio de Eva. Eu não poderia tomar nenhum risco. Ben, chefe da segurança do Crossfire, designou seu filho Charlie e mais uma equipe de sua inteira confiança para ficar na parte da garagem. Eu não poderia me arriscar. Portanto, eles são pagos para serem cegos, surdos e mudos sobre tudo o que se refere à minha movimentação no condomínio, assim como a de Eva. Para todos os efeitos, sou apenas mais um morador.

Posso sentir o quanto ela está tensa, e odeio vê-la assim. Sua necessidade por meu apoio ainda é latente e, movido pela sua hesitação, resolvo acalmá-la da única maneira que posso no momento. Assim que ela está finalmente sozinha, ligo para seu celular clandestino e coloco o headphone. Assim que o ouve tocar, Eva se apressa a atender. “Alô?”

“Anda logo”, falo. “Não precisa ter medo, vai em frente”.

Ela olha para os lados, procurando pelas câmeras de segurança. “O que você está fazendo?”
“Imaginando o que faria se estivesse aí com você. Deitaria você no capô e começaria a meter bem devagarzinho. Enfiando o pau até o fundo e colocando a suspensão do carro pra funcionar. Hum. Minha nossa, estou com muito tesão”.

De fato, quando Raul me mostrou o carro que tinha comprado, transar naquele capô com Eva foi a primeira coisa em que pensar.

 “Estou com medo de arranhar esse belo carro”, ela ainda está nervosa.

“Esquece o carro, pensa só na sua segurança. Pode ralar à vontade, só não se
machuque”.

“Se a sua ideia era me acalmar, fique sabendo que não funcionou”.

“Podemos continuar conversando até você gozar, aí você se acalma”, brinco enquanto analiso rapidamente a cláusula de um dos contratos que estou lendo. Vou precisar reformular isso.

 “Você acabou de me ver e já está todo excitado de novo. Eu tenho algum motivo pra me preocupar?” ela parece indignada.

Talvez mais excitada do que indignada. Essa ideia me agrada.

“Imaginar você dirigindo o meu DB9 me deixou com tesão”, e como.
Nós definitivamente faremos isso em breve.

“Ah, é?” ela ainda está parada no mesmo lugar. “Pensei que fosse eu que tivesse um fetiche por meios de transporte”.

“Entra logo no carro”, murmuro. “E finge que eu estou no banco do passageiro. Com a mão no meio das suas pernas. Enfiando o dedo na sua bocetinha molhada e macia”.

Pensar nisso faz meus dedos formigarem.

Eva, finalmente, se move até o carro. “Você está querendo me matar, não é possível”.

“Eu tiraria o pau pra fora com a outra mão enquanto estivesse masturbando
você bem gostoso”.

Meu membro mostra sua aprovação ficando duro em minhas calças.

“A sua falta de respeito pela imponência desse carro é uma coisa impressionante”, Eva entra nele, mas não faz nada, levando um bom tempo olhando o painel ultramoderno à sua frente. Quando ela fecha a porta, conecto o telefone clandestino ao sistema de som do carro pelo Bluetooth. No mesmo instante, minha voz ressoa por todo o carro.

 “E então, que tal?”

“Parece ser bem caro”, reponde incrédula. “Você é louco por me deixar dirigir esta coisa”.

“Por você eu faço qualquer loucura” respondo, e ouço sua respiração engatar. “O trajeto até o LaGuardia está programado no GPS”.

Eu havia mandado Raul fazer isso na noite anterior.

Finalmente, ela tira o carro do ponto morto. “Sabe de uma coisa, garotão? Vou querer chupar o seu pau enquanto você dirige essa coisa. Pôr uma almofada no console central e ficar chupando por quilômetros e quilômetros”. Ela parece bem animada com a ideia.

E meu pau também. Mas não posso ficar excitado faltando tão pouco tempo para minha reunião daqui a meia-hora. “Isso vai ter que ficar pra mais tarde. Me diz o que achou do carro”.

“Macio. Potente”, ela cumprimenta os garagistas antes de sair, e eu a perco de vista, mas não do meu rastro. “Reações precisas”.

“Assim como você”, murmuro imaginando como ela deve estar sexy dirigindo esse carro. “Só podia ser, afinal a máquina que eu mais gosto de conduzir é o seu corpo”.

“Ah, que lindo, amor. E você é o meu condutor favorito”, diz num falso tom sonhador, que me faz dar risada. Ela parece mais relaxada.

“Espero que eu seja o seu único condutor”.

“Mas eu não sou a sua única máquina”, argumenta, com uma pontada involuntária de insegurança.

“Mas é a única que eu quero na minha cama”, rebato, não querendo trazer à tona coisas que já não fazem mais parte da minha vida.

“Sorte sua, porque eu sou bastante possessiva”.

Sua voz sensual e autoritária ao mesmo tempo ao dizer isso me enche de orgulho e satisfação masculina. Me processe.

“Eu sei.”

“Onde você está?” pergunta.

“Trabalhando”, respondo, fazendo anotações nas duas cláusulas que precisam ser reformuladas no contrato.

“Em mais de uma coisa, aposto”, ela respira o fundo, parecendo nervosa novamente, e isso me deixa alerta. “O que significa um papinho com a namorada diante de um império do entretenimento?”

“Eu faria o mundo parar de girar por você”, murmuro docemente.

Coisas melosas e bregas costumam funcionar. E eu jogo com as armas que tenho.
 “Eu te amo”, ela se declara, com a voz meio trêmula.

Ouvi-la dizer que me ama sempre vai me fazer sentir um completo babaca apaixonado. Mas guardo isso para mim no momento.

“Você gostou dessa, né?” sorrio.

Posso ouvi-la sorrir de leve, e isso me tranquiliza.

“Ei, não dá mais pra virar nem pra direita nem pra esquerda”, sua voz parece mais alegre. “Acho que estou indo para o túnel. Logo mais não vou mais poder falar com você”.

“Você sempre vai poder falar comigo, meu anjo”, garanto. “Onde quer que
você vá, não importa a distância, eu vou estar sempre ao seu lado”.

Ela suspira pela milésima vez no dia e eu sorrio novamente.

Quando o sinal caiu, voltei a trabalhar, mas com a mente em uma belíssima loira dirigindo um carro de luxo a caminho do aeroporto.
<<<>>> 

Após o trabalho, volto para minha cobertura, apenas para marcar presença e acabo indo treinar um pouco. Faz um tempo que não pratico exercícios apropriadamente, então decido marcar uma sessão com meu instrutor. Não me saí mal, mas ficou claro que estava ficando um pouco fora de forma, principalmente pelo fato de não estar dormindo muito bem nas últimas semanas.

Incapaz de me manter longe de Eva nesse momento, eu retorno para nosso apartamento. Quero que ela sinta que, mesmo não podendo ficar ao seu lado como gostaria, ela teria meu apoio e eu estaria pensando nela. Por isso, pedi a Angus para comprar um buquê de rosas brancas e um cartão.

Ao chegar ao nosso “esconderijo”, escrevi no cartão.

ESTOU PENSANDO EM VOCÊ, COMO SEMPRE.
E ESTOU BEM AQUI AO SEU LADO.
G.

Assim que Charlie me avisou da “pequena falha” no sistema de câmeras do corredor, fui ao apartamento de Eva, a fim de deixar o buquê em seu quarto. Como Cary não estava em casa ainda, não teria problemas.

Ao entrar em seu quarto, uma sensação nostálgica me bateu. Foi a primeira vez que entrei ali depois de reatarmos. Olhei para sua cama e me lembrei de todas as noites que passamos juntos, das mais quentes e maravilhosas até as mais difíceis. Sem perder mais tempo, deixei o buquê em cima de sua penteadeira e saí, com a força renovada para continuar lutando, para continuar acreditando.

Nosso amor valia a pena.
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O sono pesado (cortesia do remédio receitado pelo Dr. Petersen) me ajudou um pouco. Sinto-me mais revigorado que ontem, e pronto para enfrentar mais um dia intenso de trabalho. Após um banho rápido, envolvo minha cintura com a toalha e vou até meu closet. A primeira roupa que vejo é o terno preto de três peças que eu estava usando no dia em que conheci Eva. A lembrança me faz sorrir. E a ideia de me vestir novamente amplia meu sorriso.

Usando a mesma manobra do dia anterior, troco de roupa no Bentley enquanto Angus dirige como se nada estivesse acontecendo no banco de trás. Ele para em frente ao Crossfire em quinze minutos, e sai para abrir a porta do carro para mim. Dou-lhe um pequeno aceno com a cabeça antes de entrar, alisando a gravata azul que Eva tanto adora. Pode parecer bobo, mas nada poderia me manter mais perto dela no momento do que essa roupa, do que essa gravata. Imediatamente meus olhos recaem sobre o anel em meu dedo direito. Ele nunca saiu dali desde o dia em que ela o deu para mim. Meu anjo está em todos os lugares, nas pequenas e grandes coisas. Eu estava completamente envolto nela, mesmo estando longe.

Mas é claro que meu raro bom humor matinal tinha que ser azedado. Corinne Giroux está bem à minha frente, com seus brilhantes olhos de água marinha. Seu corpo longilíneo é abraçado por um vestido preto que lhe cai muito bem. Seus cabelos pretos e lisos caem como seda por suas costas e ao redor de seu rosto. Ela parece tão linda como sempre foi, mas não a ponto de me atrair. Tudo nela grita “mulher errada”. Não sei como pude me enganar tanto.

“Gideon”, cantarola enquanto abre um largo sorriso. “Que bom te ver”.

“O que faz aqui, Corinne?” pergunto rispidamente.

Seu sorriso cai imediatamente. “Bom, já que Maomé não vai à montanha, a montanha vai até Maomé. Tenho ligado para você, deixado recados, mas parece que você está ocupado demais. Eu preciso falar com você”.

“Não temos nada para falar”, corto friamente, me lembrando do que Eva disse sobre Corinne tê-la feito pensar que estava dormindo comigo.

Ela arfa e seus olhos marejam. “Porque está me tratando assim?”

Com medo de que ela acabe fazendo uma cena, eu a levo para um canto do lobby, bem atrás de uma coluna.

“Escute bem, Corinne”, falo impaciente. “Não estou com muito tempo. Se quiser falar algo, faça agora, e seja rápida”.

Sua expressão é de dor, mas não consigo me importar. Não mais. “Há dias você vem me evitando. Entendo que sua vida é corrida, mas não acho que lhe custaria separar um pouco de seu tempo para me ver, afinal, não faz muito tempo que você não tinha o menor receio em fazer isso”.
“E foi um grande erro, pelo que percebo”, murmuro secamente.

Ela se afasta como se tivesse levado um tapa. “O-o quê?”

Tomo cuidado com minhas próximas palavras, para não me comprometer. “Escute bem, Corinne. Eu já deixei bem claro, mais de uma vez inclusive, que quero apenas sua amizade, mas aparentemente, você faz questão de ignorar isso. Não tem mais sentido nos vermos mais, já que será sempre essa guerra”.

Ela toca em meu peito, fazendo a mesma expressão sedutora que me atraiu há anos atrás, mas que já não tem o menor efeito em mim.

“Você está solteiro, agora. Não vejo porque não podemos tentar. Eu sei que ainda sente algo por mim. Eu vi isso no restaurante, no evento da Kingsman. Está tudo aí. Me dê a chance de despertar esse algo em você de novo. Eu sei que posso”.

Não pude sequer rebatê-la, pois o meu corpo reage imediatamente a outra coisa. Uma sensação muito mais forte e devastadora. E somente uma pessoa tem esse poder.

Olho para frente e quase perco o ar. Lá está ela. Meu anjo. Minha Eva. E ela nunca esteve tão linda.

Tudo ao meu redor desaparece. A única coisa que consigo distinguir é a forte conexão que se estabelece entre nós. Tão invisível e tão palpável. A luz do sol brilha ao seu redor. É como um sonho, uma miragem. E eu tenho que alcançá-la. Não posso ficar longe. Não posso.

Minha pele queima sob seu olhar furioso e possessivo, me enchendo de tesão.
Muito tesão.

No entanto, nossa conexão é quebrada quando meu queixo é puxado para baixo e Corinne tenta me beijar. Rapidamente viro meu rosto e a empurro pelos braços, evitando que o pior aconteça.
Quando volto a olhar na direção de Eva, vejo-a bufar e entrar, carrancuda, no elevador, no meio de algumas pessoas.

Não. Pelo amor de Deus. Não posso deixá-la ir...

“O que diabos você está pensando?”, esbravejo para Corinne entre dentes enquanto afasto seu corpo do meu.

Ela tenta me segurar de novo, mas me esquivo. Ela parece descontrolada, desesperada. E isso está me irritando. Como pude ser tão cego e não perceber antes quão manipuladora ela pode ser?

“É por causa dela, não é?” pergunta com raiva. “Daquela...”.

“Não ouse”, eu a corto. Minha voz sai baixa, ameaçadora, porém calma. “Não ouse dizer nada sobre ela. Nunca”.

Seus lábios tremem. Parece que estou lindando com uma menina mimada, o que de fato ela é, mas tenho coisas mais importantes a fazer do que lidar com isso, então resolvo acabar de vez com essa merda.

“Você ainda é uma mulher casada, Corinne. E tem um marido impaciente, pronto para atravessar o mundo por você. Pare de agir como se ele não existisse. E pare de criar fantasias patéticas com um homem que não tem nada para te oferecer. Tudo o que você diz ter visto em mim é coisa da sua cabeça. Seja inteligente e tenha um pouco de amor próprio. Se humilhar para mim, ficar me lembrando de nosso passado, nada disso vai me fazer te querer de volta. Isso nunca vai acontecer. Aceite isso e siga em frente”.

Seus olhos se arregalam e, sem mais nenhum palavra, eu a deixo no lobby.

<<<>>> 

Entro no elevador, e, usando a chave mestra, paro todos os elevadores no décimos andar. Pelas minhas contas, Eva não poderia ter ido muito longe, dada a quantidade de pessoas que entraram com ela e que ainda iriam entrar. Em seguida, subi ao meu andar para deixar minhas coisas e descer novamente para encontrá-la.

O décimo andar está em reforma, mas todos que trabalham para mim assinam acordos de confidencialidade, então eu não teria problemas em conseguir privacidade. Ninguém seria louco de sair falando o que não devia e passar o resto da vida me devendo. Ser poderoso e temido tem suas vantagens.

A porta se abre e saio do elevador, dando de cara com meu anjo. Levará um tempo para explicar o que está acontecendo, mas de forma alguma eu deixarei que qualquer merda atrapalhe nosso amor. Estou nessa batalha para ganhar.

“Eva”, começo. “Não é o que você está pensando. Corinne só veio até aqui porque eu não atendo mais às ligações...”.

Ela ergue a mão, para me interromper e antes que eu possa protestar, ela olha para o relógio de pulso que lhe dei.  “Eu ainda tenho meia hora. Prefiro usar esse tempo pra trepar em vez de ficar falando da sua ex, se você não se importa”.

Fecho a boca, atordoado com que o que acabo de ouvir. Ela não vai ter nenhuma ataque de ciúmes? Não vai me cobrar explicações? Ela só quer trepar? 

Então...

Puta que pariu.

Eva quer trepar comigo.

Aqui.

Agora.

Meu sangue ferve e, num efeito tardio, suas palavras se infiltram em meu sistema. E tudo o que meu corpo impaciente quer é servi-la. Meu pau anseia por isso, endurecendo cada vez mais por dentro da calça. Sinto minhas pupilas dilatarem. Fica difícil respirar e meus lábios se entreabrem. Minha boca saliva só de imaginar o doce sabor de sua boceta em minha língua.
A energia sexual entre nós é pesada e impossível de se resistir. 

E eu não tenho a menor intenção de resistir.

Em contrapartida, o rosto de Eva fica vermelho, suas reações tão com as minhas, exceto por suas coxas que se pressionam uma a outra instintivamente.

Ela está pulsando. Por mim. Ela necessita me ter.

Saco meu celular do bolso e procuro rapidamente pelo número de Scott. Levo o telefone à orelha e olho bem nos olhos de Eva. Ele atende após o primeiro toque.

“Sim, senhor Cross?”

 “Vou atrasar uns trinta minutos. Se Anderson não puder esperar,
cancele”, desligo sem dar chance para que ele responda e jogo o telefone de volta no bolso.

“Estou morrendo de tesão por você”, ela diz as palavras mágicas, com a voz embargada de desejo.

Ajeito o paletó e chego mais perto dela, sem desviar o olhar. “Vamos”.


O predador acaba de despertar. E mal pode esperar para devorar sua presa. 
Dou um leve sorriso ao colocar a mão na base de sua coluna, tendo total consciência de que ela adora quando eu a toco desta forma. Há uma energia inexplicável que nos rodeia quando isso acontece, mas não maior do que a que irradia dela. Imediatamente seu olhar por cima do ombro me alcança, que me diz que ela sabe muito bem do efeito que esse pequeno ponto de pressão lhe causa.

Quando Eva me flagrou saindo do Crossfire acompanhado de Corinne, ela deixou bem clara sua insatisfação por eu ter tocado minha ex naquele mesmo lugar. Para mim, tinha sido apenas um toque. Para Eva, foi quase uma traição.

E eu tomarei o cuidado de não fazer nada sequer parecido com isso daqui para frente.

O andar está um verdadeiro caos, com plástico transparente por todos os lados, mas eu não poderia me importar menos. Sei exatamente para onde pretendo levá-la. Os sonos de máquinas, de homens gritando e da música de fundo que abafa os sons anteriores me deixam ainda mais excitado. A ideia de transar tão publicamente, correndo o risco de ser pego, só deixa tudo mais interessante. Não que alguém vá se atrever a dizer o que quer que seja, caso isso ocorra.

Por fim, chegamos ao cômodo mais próximo. Abro a porta e entramos em um dos futuros escritórios, que está mobiliado com uma escrivaninha, algumas cadeiras e quatro sofás em um canto. A sala é atualmente utilizada para reuniões da equipe responsável pela obra. Tudo no mais absoluto improviso, claro. Há lona por toda a parte já que o espaço ainda está em reforma.

Tranco a porta e começo a tirar o paletó. Eva se vira e me encara no mesmo instante. Calmamente, vou retirando cada peça de roupa, sabendo que meu anjo adora apreciar esses momentos. Garanto que o espetáculo seja o mais excitante e sensual possível. E, vendo a forma como ela me olha, como se eu fosse seu maior desejo realizado, não estou falhando em nada.

“Existe o risco de sermos interrompidos”, falo enquanto abro a braguilha da calça. “Ou então de nos ouvirem”.

“Isso é um problema pra você?”

“Só se for para você”, me aproximo dela lentamente.

“Você está só querendo me provocar. Jamais correria o risco de ser interrompido”.

Isso é verdade. Mas ela não precisa saber de todos os detalhes chatos no momento.

“Eu não pararia mesmo. Não consigo me controlar quando estou dentro de você”, tiro a bolsa de sua mão e a jogo sobre uma das cadeiras estofadas. “Você está vestida demais”.

Envolvo-a em meus braços e baixo o zíper das costas de seu glorioso vestido amarelo bem devagar. “Vou tentar não desalinhar muito você”, murmuro com os lábios bem próximos aos seus.
“Eu gosto de ficar toda desalinhada”, murmura enquanto tira o vestido.

Puta merda.

Antes que ela possa fazer qualquer coisa, eu a coloco sobre meu ombro. Eva grita, de surpresa e estapeia minha bunda com as duas mãos.

Então é assim que ela quer brincar?

Estapeio de volta, com força e abaixo sua calcinha, enquanto atravesso a sala em direção aos sofás. Removo a lona que cobre um deles e a coloco sobre o móvel. Agacho-me bem em sua frente e termino de retirar sua calcinha.

Antes de qualquer coisa, pergunto se ela está bem, sabendo que, por mais que esteja excitada, Eva nunca conseguiria se entregar completamente com a cabeça cheia. Sei que a questão dos pais dela anda mexendo com suas emoções, fora as questões de trabalho, e tudo o que a afeta me afeta. Eu me preocupo com cada aspecto de sua vida e quero garantias de ela está bem.

“Está sim”, sorri e acaricia meu rosto. “Está tudo tranquilo”.

Com tudo devidamente esclarecido, vamos para a parte excitante.

Puxo seus quadris até a beirada do sofá ao mesmo tempo em que abro suas pernas, pondo meu café da manhã predileto em exibição. “Então me diz o que deixou essa bocetinha linda tão gulosa hoje”.

“Você”.

Hum.

“Boa resposta”.

“Você está usando o mesmo terno de quando a gente se viu pela primeira vez”, diz empurrando meu ombro. “Fiquei morrendo de vontade de dar para você naquele dia, mas não podia. Agora eu posso”.

Delicadamente, abro ainda mais suas pernas, e começo a fazer movimentos suaves com meu polegar sobre seu clitóris vermelhinho. Seu corpo estremece e minha boca saliva com a visão de sua abertura.

Inchada. Úmida. Latejante. Sedenta.

Em chamas.

“E agora eu também posso”, murmuro hipnotizado e, sem demora, abaixo a cabeça para apreciar minha refeição.


O toque de minha língua fria contra sua carne quente faz um choque prazeroso percorrer meu corpo. Contorno sua abertura algumas vezes de forma provocativa, até finalmente enfiar a língua em seu canal, alcançando seus tecidos sensíveis. Seu corpo arqueia violentamente ante minha intrusão. Observo seu rosto completamente tomado pelo tesão. Sua boca aberta, inspirando e exalando o ar com força. Seus belíssimos seios, adornados por um belíssimo sutiã preto de renda, subindo e descendo rapidamente. Seus cabelos curtos espalhados no encosto do sofá, formando uma auréola dourada ao redor de sua cabeça.

Eu nunca vou esquecer essa imagem. Está gravada a ferro e fogo em minha mente.

Retiro minha língua de dentro dela e começo a percorrer toda a sua fenda em movimentos contínuos de vai e vem, fazendo seus pequenos lábios se contraírem. Eva solta pequenos gemidos, remexendo todo o seu corpo, principalmente os quadris. Quando seu rebolado se intensifica, seguro cada lado de sua cintura, mantendo-a sob meu domínio.

Mas não é o suficiente para mim. Eu quero vê-la perder a cabeça, completamente entregue a mim, totalmente seduzida e sedenta por meu toque. Marcá-la de tal forma que seja impossível ela pensar em qualquer outra coisa que não seja minhas mãos, boca e língua por todo o seu corpo.
“Vou contar pra você o que imaginei naquele dia”, digo antes de lambê-la novamente até alcançar seu clitóris e fazer movimentos circulares ao redor dele com a ponta de minha língua. “Você deitada debaixo de mim sobre lençóis de cetim, toda descabelada, com os olhos arregalados de tesão sentindo meu pau entrando com força na sua bocetinha apertadinha e macia”.

Ela geme meu nome enquanto me observa extrair todo o prazer de seu corpo apenas com minha língua.

“Eu me imaginei segurando seus pulsos com as mãos comendo você sem parar”, continuo, com a boca colada em seu sexo. “Seus peitos durinhos inchando na minha boca. Seus lábios vermelhos e úmidos chupando meu pau. Os seus gemidos gostosos preenchendo o ar... Você gritando de desespero porque não conseguia parar de gozar”.

Volto a acariciar seu clitóris superestimulado com a língua. Ela geme alto tanto pelas minhas palavras quanto pelo que estou lhe proporcionando. Tal deliciosamente entregue e ansiosa por mais, mais do que eu quiser lhe dar. Sem espaço para esticar uma das pernas, Eva a coloca sobre um dos meus ombros nus. O contato envia novos choques por meu corpo.

“Eu quero o que você quiser”, sussurra sem fôlego.

Sorrio. “Eu sei”.

Sabendo que seu gozo virá logo, cubro todo o seu pequeno sexo com minha boca e dou uma grande chupada, comprimindo suas já tensas terminações nervosas, sugando-a como uma fruta doce.

Eva solta um grito abafado e despeja todo o seu mel em minha boca. O doce sabor de seu néctar preenche cada canto da minha boca, escorregando pela minha língua e descendo como fogo por minha garganta. Engulo tudo, sem intenção alguma de desperdiçar uma gota sequer.

Quando nada mais sai, dou uma última lambida por toda a sua abertura, antes de deitá-la no sofá, tirar minha calça, me colocar sobre ela e abaixar minha cueca apenas para que meu pau duro e latejante de desejo salte livre para fora de sua prisão. A ponta está vermelha e está brilhando com o pré-gozo.

Chupar a mulher que você ama pode te deixar muito, muito excitado, principalmente se é uma das coisas que você mais adora fazer por ela.

Eva olha diretamente para minha virilha e estende o braço ansiosamente para pegar seu “prêmio”, mas agarro seus pulsos e a imobilizo. Tenho outros planos pra hoje. Vê-la dessa forma desperta completamente meu lado pervertido e primitivo. “Gosto de você assim. Prisioneira do meu desejo”.

Encaro-a como um verdadeiro predador, que após uma intensa luta, consegue conter sua presa. Ofegante. Desejoso. Selvagem. Ela me olha de volta

Assim que a ponta do meu membro se esfrega pela pele sensível e inchada de sua entrada, sua respiração se acelera.

“Eu te amo”, ela fala, fazendo meu corpo inteiro reage da mesma forma de todas às vezes que a ouço dizer isso.

A esfera sensual que nos rodeia fica mais pesada, mais intensa, mais sobrecarregada. E isso mexe profundamente com minhas emoções.

Incapaz de encará-la e completamente rendido por seu sentimento tão verdadeiro e tão puro por mim, solto seu nome em um grunhido, afundo o rosto em seu pescoço e a penetro profundamente, me sentindo totalmente acolhido por sua carne quente e aconchegante. É o meu céu e meu inferno. Minha calma e o meu tormento. É estar em casa, mas é estar em um lugar mágico pela primeira vez. Desesperado por mais, junto nossos quadris, colando minha pélvis na sua, abrindo caminho dentro dela com movimentos circulares. Sem saída, Eva começa a remexer seus quadris no meu ritmo, completamente rendida.

Eu preciso dizer de volta. Sei que ela gosta de ouvir. Mas essas três palavras parecem ser tão pequenas perante a avalanche de sentimentos que pulsa em mim. Simplesmente não é o bastante. Roço meus lábios levemente por seu rosto enquanto falo sobre como me senti quando a vi no saguão mais cedo. Meu coração acelera ainda mais com a lembrança.

“Gideon”, ela murmura com a voz embargada.

“O sol estava brilhando bem atrás de você, pensei que fosse uma miragem”, continuo.
Ela tenta soltar seus pulsos do meu aperto, dizendo que quer me agarrar.

“Vim atrás de você porque não conseguia mais ficar longe, e quando eu te encontrei, você disse que me queria”, seguro meus pulsos com uma mão e agarro sua bunda com a outra, erguendo-a para aprofundar ainda mais a penetração. Seu canal se abre mais e mais, recebendo todo meu comprimento, sugando cada centímetro. Seus quadris rebolam sem parar no meu ritmo implacável.

 “Ai, meu Deus, que delícia”, geme descontrolada. “Você é tão gostoso...”.

“Eu quero gozar em você todinha, dentro de você”, murmuro ofegante enquanto intensifico as estocadas. Quero você de joelhos e de quatro por mim. E é assim que você me quer”.

“É assim que eu preciso de você”, suspira.

“Quando eu meto em você, não consigo mais tirar”, arrasto meus lábios até sua boca e sugo seu lábio inferior. “Preciso tanto de você”.

“Gideon. Eu quero agarrar você”, repete.

“Eu capturei um anjo” digo e a beijo, mostrando todo meu amor ali, expressando todas as sensações que Eva me trás quando me olha, quando faz amor comigo, quando diz que me ama, quando se entrega sem medo. “E fico passando as mãos em você todinha. Atacando você. E você adora”.

“Eu adoro você”.

Porra. A ênfase que ela põe no ‘você’ me desestabiliza e dou uma estocada mais forte, fazendo com que um gemido bem alto exploda do fundo de sua garganta.

“Me fode. Ai, Gideon”, resfolega. “Me fode com força”.

Meu anjo pede e eu dou. Basta que ela diga o que quer e será dela. Eu faço o que for preciso para atender a toda e qualquer de suas necessidades.

E se Eva quer ser fodida com força, ah ela vai.

Apoio meus joelhos nos chão e a penetro por inteiro. É como se meu membro abrisse um caminho de fogo por entre sua carne. Dou várias arremetidas ferozes e incessantes. As penetrações são tão profundas a ponto de meu saco sempre se chocar com a curvatura de sua bunda, acertando em cheio seu períneo. E selvagens a ponto de o sofá ir se arrastando pelo chão de cimento puro a cada estocada.

“É assim que você quer, meu anjo?” sussurro asperamente em seu ouvido. “Quer ser comida até perder a cabeça? Quer esquecer onde está? Esquecer seu nome? Hã? Me mostra que você quer. Geme para mim, geme bem alto”.

E ela geme. Respira pesadamente. E eu não dou a mínima se houver alguém ouvindo o que estamos fazendo. Eu sequer consigo escutar nenhum barulho lá fora. Tudo simplesmente sumiu. É como estar envolto em uma bolha acústica, e os únicos sonos que posso distinguir são os nossos. O impacto de minha pélvis na dela, nossos gemidos, nossas respirações ofegantes, o movimento do sofá abaixo de nós, os sons do meu membro encharcado por seu tesão. Minha nossa...

Seus seios ainda dentro do sutiã saltam para cima e para baixo em um movimento hipnótico. Finas camadas de suor cobrem nossas peles de tons tão distintos. A dela mais clara, embora bronzeada. A minha mais morena, e que fica ainda mais escura quando me exponho ao sol. Nossos corpos estão tão colados que sinto a contração de seu ventre. Ela está tão perto.

Mudo meus planos. Não quero gozar dentro dela, por mais que eu adore fazer isso. Quero que ela sinta meu sabor, que saiba exatamente o que faz comigo. Quero ser o centro de todos os seus pensamentos pelo resto do dia. Eu quero isso. Ela quer.

Nós precisamos disso.

“Eu vou gozar na sua boca”, murmuro sem fôlego.

No momento em que termino a frase, ela goza. Seu sexo se contrai violentamente em torno de meu membro em movimento, sugando-o, convidando-o a ir mais fundo, a alcançar os limites mais longínquos de seu interior. E eu atendo a esse chamado, não parando de estocar e de me empurrar ainda mais para dentro.

Então meu próprio pau começa a inchar e minha pélvis se contrai. O fato de meu anjo ter gozado só por me imaginar gozando em sua boca é demais para mim.

“Agora, Eva”, digo já recuando um passo, retirando meu membro de sua boceta pulsante, e ela vem em seguida, se ajoelhando, ainda um pouco tonta pelo orgasmo, e abocanhando meu membro rapidamente, dando a primeira chupada.

Porra.

Porra.

Porra.

Ah...

É o meu fim.

Explodo em um orgasmo intenso, despejando um jorro grosso em sua garganta. Eva solta gemidos de pura satisfação por estar engolindo cada gota, e que reverberam por toda a extensão do meu pau. Coloco minhas mãos em seus cabelos e abaixo a cabeça para olhá-la. Suor desce por minha testa, meu pescoço, costas e abdômen, mas nada me distrai da visão de Eva, que agora percorre meu membro de cima abaixo, chupando-o com tanta a força a ponto de suas bochechas ficarem côncavas.

A sensação de ser envolvido por sua boca é indescritivelmente excitante, e quase me faz implorar por mais. Quase.

“Para”, eu a afasto, ofegante. “Assim você vai me deixar de pau duro de novo”.

Não é como se eu já não estivesse de pau duro. Mas pode ficar pior, e eu tenho um dia cheio pela frente.

Pego seu rosto entre minhas mãos e a beijo, sentindo seu prazer e o meu como um só. É um sabor agridoce.

 “Obrigado”, murmuro em seus lábios.

“Por que está me agradecendo?” sorri e franze a testa. “Foi você que fez todo o esforço”.

Sorrio completamente satisfeito. “Comer você não é esforço nenhum, meu anjo. Eu tenho que agradecer pelo privilégio”.

Ela se senta sobre os calcanhares. “Você está acabando comigo. Um cara lindo e gostoso como você não pode dizer uma coisa dessas. É um peso gigante pros meus sentidos. O meu cérebro entra em curto-circuito. Eu fico toda mole”.

Sorrio ainda mais e a beijo. “Eu sei bem como é isso”.

Eva se entrega a mim como nunca fez a ninguém. E o fato de eu ter conseguido recuperar isso, vendo o quão intenso foi o nosso contato, me faz ter esperança de conseguirmos, aos poucos, cicatrizar as feridas abertas pela nossa separação.

Nós nos amamos e isso é tudo o que importa.

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Pleno. É assim que me sinto ao entrar em meu escritório. Pedi a Scott para entrar com a agenda em 20 minutos, porque tinha que tomar uma ducha rápida para tirar o suor de meus... Exercícios matinais. Foi muito prazeroso na hora, mas ficar encharcado dentro de um terno quente pra caralho não é muito confortável, apesar de estar em um ambiente com ar-condicionado.

Substituo apenas a camisa preta por outra da mesma cor. Me olho no espelho e lá está Gideon Cross, o poderoso magnata que tem Manhattan sob seus pés e o mundo em suas mãos. No olhar, o brilho ambicioso e afiado de um homem de negócios que sabe exatamente o que está fazendo, e que não mede esforços para sair ganhando, sempre.

Após meu encontro furtivo com Eva, eu não poderia me sentir mais motivado.

Tomo meu assento atrás da mesa e no segundo seguinte ouço duas batidas na porta.

“Entre” chamo, enquanto mexo o mouse para abrir a tela do computador.

Meu secretário adentra o escritório, fecha a porta e se senta em frente a mim.

“O que temos para hoje?” pergunto com os olhos grudados no monitor e abro meu email.

“A agenda está lotada para hoje, senhor. Em quinze minutos o senhor tem uma reunião com o chefe da segurança do Crossfire para a verificação semanal, em seguida uma videoconferência com a equipe responsável pelo empreendimento no Arizona, para a avaliação do andamento das obras, e um almoço de negócios com Lewis Cameron sobre a compra da pousada nas Ilhas Gregas”.

Scott olha para mim e, silenciosamente, lhe dou meu consentimento para continuar. Ele volta seus olhos para seu iPad. “As duas, o senhor tem uma reunião com Richard Stanton na sala privada”.

Eu tinha ligado para Stanton no dia anterior. Ele ficou surpreso por eu ter lhe contatado diretamente, mas não tanto quanto ao teor do assunto. Manteve o típico tom paternalista/formalista ao falar, mas parecia curioso quando lhe disse que precisávamos nos reunir com urgência. Apesar de eu ter deixado claro que era sobre Eva, eu não dei muitos detalhes, mas lhe garanti que não havia nada de errado.

A sala privada é a sala acoplada a minha, que uso apenas para ocasiões em que o sigilo é necessário. É mais confortável e menos formal que as salas de reuniões; o acesso é restrito.

“Às 16h, o senhor tem uma teleconferência com o gerente do resort Crosswinds e, finalmente, dois compromissos fora do Crossfire a partir das 17h”.

“Ótimo”, digo impassível. “Me chame assim que Ben tiver chegado”.

“Sim, senhor”, ele se levanta e sai.

O dia vai ser longo, mas nada que eu já não tenha encarado antes.

Meu celular toca, mas não é nenhuma mensagem e sim um lembrete. Ao abrir a tela... Fecho meu semblante na hora.

Amanhã é o dia do lançamento do clipe do Six-Ninths.

E Eva vai estar lá.

Com Brett Kline.

O desgraçado com certeza vai tentar jogar seu charme barato para cima dela, bagunçando sua cabeça como fez na noite do show, quando os dois se beijaram.

A dor em meu peito é inevitável. Assim como a preocupação. Por mais que eu confie em Eva, e sei de seu amor por mim, também sou claramente ciente da atração que ela tem por Brett. Mesmo que ela tente negar até para si mesma, é possível senti-la mesmo estando de fora. Os dois têm uma história mal resolvida, que deixou faíscas nela. Faíscas que podem se reacender a qualquer momento. Ainda mais depois de toda a dor que eu lhe causei. Eva, inconsciente ou conscientemente, teria sua revanche, e machucaria meu coração assim como machuquei o dela. Foi assim quando ela o beijou. Ela queria me ferir da mesma forma que a feri com minha amizade com Corinne. Queria que eu sentisse na pele o que ela sentia sempre que minha ex me tocava ou agia de forma mais intimista comigo. Eu não via nenhum problema naquilo, achava que era um exagero. Vê-la nos braços de outro me fez entender que eu estava desmerecendo seus sentimentos, que estava sendo injusto, julgando suas inseguranças de forma tão leviana,

A simples possibilidade de perdê-la me deixa em pânico, mas me dá mais combustível para lutar por ela. O meu coração é de Eva para que faça dele o que quiser. Para o bem ou para o mal, eu já estou completamente rendido, de joelhos. O que mais eu poderia fazer?

Eu não quero fazer nada. Eu não quero mudar nada. Eu pertenço a ela, para sempre. Ela é o chão sob os meus pés, a razão pela qual comecei a viver de verdade. E desistir é uma opção inexistente.

E ainda há Corinne. Ela está cada dia pior. De uma maneira muito preocupante, devo acrescentar. Sua abordagem desesperada no lobby mais cedo, me fez perceber que preciso acertar os pontos com ela de uma vez por todas. A maioria das vezes em que conversamos não deu em nada. E o fato de eu ter me aproximado dela por conta da situação com Nathan, deixou tudo mais complicado. Precisamos fechar de vez esse capítulo em nossas vidas, e decido que farei isto hoje à noite.

Sacudo a cabeça, deixando meus temores e preocupações de lado. Eu não podia me permitir ser dominado por eles. Nosso amor um pelo outro é maior, muito maior do que os obstáculos que temos pela frente. E temos que nos manter forte para superá-los. 

Isso vai bastar. 

Isso tem que bastar. 


E aí, o que vocês acharam? Essa mudança de planos melhorou o capítulo? 
No dia 30 vai ter a segunda parte do capítulo "Cabo de guerra" e então, só ano que vem. Decidi que vou deixar as Outtakes de Somente Minha para 2016, pois ando sem muita inspiração para elas, e quero me dedicar mais ao 'Para Sempre Minha' que já está na metade, e quero encerrá-la o mais breve possível.
E é isso! Um grande beijo! Muito obrigada por todas as mensagens maravilhosas que tenho recebido inbox, pelos comentários incríveis nessa e nas outras fanfics, votos e inclusões em listas de leitora! Obrigada aos mais de 3.000 seguidores pelo carinho! E obrigada a todos que visualizaram meus trabalhos! 
Desejo-lhes um Natal maravilhoso, cheio de amor, paz, alegria e harmonia!

Até dia 30!

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